A economia japonesa recebeu um sinal de alerta nesta quinta-feira (06/11). Os salários reais dos trabalhadores registraram uma retração de 1,4% em setembro na comparação com o mesmo período do ano anterior. Esta é a nona queda mensal consecutiva, um período prolongado de erosão do poder de compra que coloca o Banco do Japão (BoJ) em uma situação complexa para definir os rumos da sua política monetária.
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Enquanto a instituição tenta equilibrar o controle da inflação com o estímulo ao crescimento, os dados salariais surgem como um vento contrário. A sequência de declínios começou em janeiro, e embora o resultado de setembro represente uma ligeira melhora em relação à queda de 1,7% registrada em agosto, a trajetória ainda é negativa. O cerne do problema é que os aumentos nominais nos pagamentos não têm sido suficientes para acompanhar o custo de vida. Em setembro, os preços ao consumidor, desconsiderando o aluguel imputado, subiram 3,4% no acumulado anual, pressionando ainda mais o orçamento das famílias.
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A cautela parece ser a palavra de ordem no Banco do Japão. O governador Kazuo Ueda já sinalizou que pretende analisar mais dados econômicos, incluindo os primeiros indícios das negociações salariais que ocorrerão no próximo ano, antes de tomar qualquer decisão sobre a próxima movimentação da política monetária. Enquanto isso, o maior grupo sindical do país já está se mobilizando e anunciou planos de buscar um aumento salarial de pelo menos 5% nas discussões de 2026. O cenário é desafiador, especialmente porque as empresas já concederam aumentos médios de 5,25% neste ano – o patamar mais elevado em 34 anos –, um valor que, mesmo assim, foi insuficiente para superar a inflação.
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