Companhia enfrentou queda de 5,9% no lucro e retração nas receitas de açúcar e etanol, enquanto segmento de energia e operação com milho avançam com força

A São Martinho (BOV:SMTO3) reportou lucro líquido de R$ 176,41 milhões no segundo trimestre da safra 2025/26, encerrado em setembro, uma redução de 5,9% em relação ao mesmo período da safra anterior. A receita líquida caiu 11,3%, para R$ 1,739 bilhão, refletindo um cenário climático mais desfavorável e preços menos atrativos para o açúcar e o etanol.

O trimestre foi marcado por impactos severos do clima seco, que reduziram a produtividade agrícola, além de uma menor rentabilidade na produção de açúcar, pressionada tanto por volumes menores (-5,4%) quanto por preços (-1,2%). No etanol, o cenário também foi desafiador, com queda de 22,6% na receita, resultado da combinação entre preços estáveis e forte redução no volume comercializado (-21,7%).

Por outro lado, alguns segmentos se destacaram positivamente e amorteceram parte da piora operacional. A receita com energia elétrica avançou 37,9%, impulsionada pela operação plena da UTE Fase II. As vendas de levedura cresceram 77,8%, e as de DDGS subiram 16,1%.
A operação com milho foi um ponto forte: a receita líquida do segmento saltou 52,7% no acumulado do semestre, com o Ebitda mais que dobrando, para R$ 146,2 milhões.

A companhia encerrou o período com dívida líquida de R$ 5,40 bilhões, alta de 9,7% frente ao fechamento da safra anterior, refletindo desembolsos para projetos de expansão. O índice de alavancagem subiu para 1,57x Dívida Líquida/Ebitda.

Na segunda-feira (10/11), as ações SMTO3 encerraram o pregão a R$ 13,44, estáveis (0,00%). O papel operou dentro da faixa de R$ 13,18 a R$ 13,44 na semana, refletindo um mercado ainda avaliando o impacto dos resultados e a capacidade da companhia de recompor margens ao longo da safra.

A São Martinho é uma das maiores empresas do setor sucroenergético no Brasil, atuando na produção de açúcar, etanol, energia elétrica a partir da biomassa e coprodutos industriais, além da operação integrada com milho para produção de etanol e derivados animais. Compete com grupos como Raízen, Jalles Machado e Usina Coruripe.

O resultado do trimestre mostra resiliência operacional, mas reforça que o clima e a dinâmica de preços ainda ditam o ritmo do setor. Investidores devem acompanhar os próximos movimentos do mix de produção e a evolução da demanda de etanol.