Com avanço no Ebitda ajustado, receita líquida crescente e lucro operacional mais robusto, a Ser Educacional (SEER3) volta ao positivo no terceiro trimestre e reacende o interesse dos investidores que acompanham o setor de educação na B3.
A Ser Educacional (BOV:SEER3) apresentou um terceiro trimestre mais forte que o esperado e voltou ao lucro após registrar prejuízo no mesmo período do ano passado. O balanço divulgado na noite de sexta-feira mostrou lucro líquido de R$ 14,9 milhões entre julho e setembro, marcando uma virada relevante na trajetória recente da companhia.
A reversão do prejuízo demonstra a consolidação da estratégia de eficiência operacional da empresa, que vinha sofrendo com custos pressionados desde o início do ano. A Ser Educacional tem buscado um reposicionamento mais competitivo em cursos presenciais e digitais, movimento que começa a aparecer nos números.
Além do lucro, o Ebitda ajustado avançou 9,2%, alcançando R$ 102,3 milhões no trimestre — resultado que reforça a capacidade da empresa de gerar caixa mesmo em um cenário desafiador para o setor de ensino superior privado. Já a receita líquida cresceu 8,4%, totalizando R$ 514,5 milhões.
Em termos ajustados, o lucro líquido chegou a R$ 24,2 milhões, alta de quase 25% sobre o ano anterior, reforçando o ganho de eficiência.
A companhia informou no relatório que o trimestre reflete “maior controle de despesas, disciplina operacional e melhoria da performance acadêmica”, reforçando a estratégia de consolidação de margens.
A captação de alunos de graduação de Ensino Híbrido (presencial) reduziu 7,9% na comparação entre o 3T25 e o 3T24, em função principalmente do foco em elevar o ticket médio de captação nesse segundo semestre, uma vez que as taxas de ocupação dos imóveis atingiram os níveis desejados em função do elevado volume de alunos captados no 2025 e da rematrícula da base para 2025. Vale notar também que a base de comparação com a captação do 3T24 é elevada, dado que na comparação entre esse período com o 3T23, a captação havia crescido 11,2%.
A captação de alunos de graduação de Ensino Digital caiu 5,9%, na comparação 3T25 x 3T24, em função do foco da Companhia em manter o crescimento do ticket médio, que aumentou 2,5% na comparação entre os dois períodos, em um ambiente de mercado ainda em expansão de oferta de cursos.
A captação de alunos de alunos de pós-graduação Híbrida e Digital do 3T25 nessas modalidades de ensino apresentou um crescimento de 8,7% em comparação com a captação do 3T24, em função da alteração do portfólio desses cursos ocorrida durante o ano, aumentando a oferta da cursos de pós-graduação digitais com aulas síncronas (pós ao vivo).
A base de alunos FIES do 3T25 apresentou uma redução de 2,3% em comparação ao 3T24. Já a base de alunos PROUNI apresentou um aumento de 41,3% na comparação 3T25 x 3T24, em correlação com o crescimento da captação na comparação entre os mesmos períodos. A base de alunos do PRAVALER cresceu em função da redução da oferta do EDUCRED, programa de financiamento próprio que reduziu suas atividades desde 2023, quando parte da sua carteira foi vendida para o PRAVALER.
O ticket médio líquido total cresceu 3,9% em função principalmente do crescimento da participação da base de alunos de ensino presencial que passou de 48,1% para 51,6% da base total de alunos e do aumento do ticket médio dos alunos de Ensino Digital que cresceu 2,5% em função da política comercial da Companhia adotada nos últimos semestres.
O ticket médio de Ensino Híbrido apresentou queda de 1,4%, em função dos seguintes fatores: (i) crescimento de 41,3% da base de alunos PROUNI, que aumentou sua dedução na receita líquida em 17,1%.
No 3T25, a Companhia investiu R$25,3 milhões, tendo os investimentos em reformas de campi e equipamentos, laboratórios e bibliotecas atingido R$12,2 milhões, uma redução de 38,9% na comparação com o 3T24. Os investimentos em licenças e convênios ficaram em R$12,5 milhões e intangíveis e outros totalizaram R$0,7 milhão.
A companhia apresentou uma dívida líquida de R$576,5 milhões, com uma redução de 19,8% na comparação com o 4T24, representando uma dívida líquida / EBITDA ajustado de 1,08x, em função principalmente da melhoria da geração de caixa operacional.
Com o pregão já fechado na sexta-feira (14/11), a ação SEER3 encerrou o dia cotada a R$ 10,32, estável (0,00%). Ao longo da sessão anterior, os papéis oscilaram dentro da faixa de 52 semanas entre R$ 4,00 e R$ 11,49, mantendo posição neutra enquanto o mercado digere o balanço. Para o pregão desta terça-feira (18/11), a expectativa é de abertura com viés positivo diante da reversão do prejuízo e do aumento da rentabilidade.
A Ser Educacional (SEER3) é um dos maiores grupos privados de ensino do país, com forte atuação no Nordeste e presença crescente no ensino digital. A empresa opera marcas como UNINASSAU e UNAMA, oferecendo cursos presenciais, semipresenciais e EAD. Concorrentes incluem Yduqs (YDUQ3) e Cogna (COGN3).
A reversão do prejuízo e os avanços operacionais colocam novamente a Ser Educacional no radar dos investidores da bolsa de valores. Quem acompanha o setor deve ficar atento aos próximos trimestres, que podem consolidar a tendência positiva.