Apesar da queda de 39% no lucro líquido e do recuo de 22% no preço médio da celulose, Suzano (SUZB3) mantém Ebitda ajustado de R$ 5,2 bilhões, dentro das expectativas do mercado; ação fecha estável no pregão de quinta-feira (06/11).
A Suzano SA (BOV:SUZB3), maior produtora mundial de celulose de eucalipto, divulgou nesta quinta-feira (06/11) seu resultado financeiro do terceiro trimestre de 2025, registrando lucro líquido de R$ 1,96 bilhão, uma queda de 39% em relação ao mesmo período de 2024.
O desempenho reflete a combinação de preços mais baixos da celulose e desafios macroeconômicos no setor de papel e celulose. O Ebitda ajustado da companhia ficou em R$ 5,2 bilhões, 20% inferior ao trimestre anterior, mas em linha com as estimativas de analistas.
A receita líquida da Suzano atingiu R$ 12,15 bilhões, levemente abaixo da expectativa média de R$ 12 bilhões.
O preço líquido médio em US$ da celulose comercializada pela Suzano foi de US$ 525/t, 6% inferior ao 2T25 e uma redução de 22% em relação ao 3T24. No mercado externo, o preço médio líquido realizado pela Companhia ficou em US$ 524/t, também apresentando queda de 6% em relação ao 2T25 e 22% em relação ao 3T24. O preço líquido médio em R$ foi de R$ 2.859/t no 3T25, 9% inferior ao 2T25, em função da queda do preço médio líquido em US$ e desvalorização do US$ médio vs. o R$ médio (4%). Em relação ao 3T24, a redução de 23% ocorreu em função dos mesmos fatores elencados anteriormente.
A geração de caixa operacional por tonelada do segmento de celulose foi de R$ 925/t no 3T25, redução de 17% e 35% em relação ao 2T25 e 3T24, respectivamente, devido à queda do EBITDA por tonelada, parcialmente compensada pelo menor capex de manutenção por tonelada.
O CPV base caixa no 3T25 totalizou R$ 5.838 milhões ou R$ 1.621/t. Na comparação com o 2T25, o CPV base caixa teve redução de 3%, principalmente em função: i) da redução do custo caixa de produção de celulose; ii) da desvalorização do US$ médio frente ao R$ médio de 4% sobre os itens expostos à moeda estrangeira; iii) do menor impacto das paradas programadas para manutenção; e iv) do menor volume de vendas de celulose. Na análise por tonelada, a variação do indicador foi uma redução de 1% devido aos mesmos fatores, ex-volumes.
As despesas com vendas base caixa apresentaram aumento de 2% em relação ao 2T25, em função principalmente da atualização da PECLD (perda estimada com crédito de liquidação duvidosa) e maiores despesas diversas de natureza fixa, parcialmente compensadas pela menor despesa logística (mix de clientes e de regiões) e desvalorização do US$ médio em relação ao R$ (-4%). Na análise por tonelada, as despesas de vendas base caixa tiveram aumento de 4% devido aos fatores mencionados.
O aumento de 3% das despesas gerais e administrativas base caixa é explicada principalmente por maiores despesas relacionadas à remuneração variável e aos serviços de terceiros (destaque para consultorias e auditorias). Esses efeitos foram parcialmente compensados por menores despesas com mão de obra, projetos institucionais, entre outros serviços. A mesma análise explica o decréscimo de 5% na comparação por tonelada.
No 3T25, os investimentos de capital (em regime caixa) totalizaram R$ 3.659 milhões. O aumento de 15% em relação ao 2T25, ocorreu em função do desembolso da primeira parcela no valor de R$ 878 milhões, referente ao contrato com a Eldorado Brasil Celulose S.A., conforme Fato Relevante divulgado em 06 de agosto de 2025, sobre permuta de ativo biológico correspondente a 18 milhões de metros cúbicos de madeira em pé, localizados no estado do Mato Grosso do Sul. Esse fator foi parcialmente compensado por i) menores desembolsos na linha de manutenção, com maior destaque para a manutenção industrial, devido à menor concentração de projetos executados no período; ii) menores desembolsos relacionados ao Projeto Cerrado, em linha com seus cronogramas de desembolso; e iii) menores investimentos em expansão e modernização, sobretudo relacionados a curva de desembolso de projetos estratégicos da Companhia, como a nova fábrica de tissue, o projeto de competitividade na fábrica de Limeira e expansão de capacidade de Fluff.
Em 30 de setembro de 2025, a dívida líquida era de R$ 69,1 bilhões (US$ 13,0 bilhões) versus R$ 70,8 bilhões (US$ 13,0 bilhões) observados em 30 de junho de 2025. Para mais detalhes, consulte a seção Evolução da Dívida Líquida. O índice de alavancagem financeira medido pela relação dívida líquida/EBITDA Ajustado em R$ ficou em 3,1x em 30 de setembro de 2025 (3,0x em 30/06/2025). Esse mesmo indicador, apurado em US$ (medida estabelecida na política financeira da Suzano), aumentou para 3,3x em 30 de setembro de 2025 (3,1x em 30/06/2025).
A Suzano destacou que a redução do custo de produção por tonelada é resultado de melhorias operacionais e otimização da capacidade de investimento, mantendo a companhia competitiva no cenário global.
No pregão de quinta-feira (06/11), SUZB3 fechou estável em R$ 48,65, sem variação em relação à abertura e mantendo-se dentro da faixa diária entre R$ 47,23 e R$ 48,65. Analistas apontam que o mercado poderá reagir de forma moderada nos próximos pregões, dado o ajuste de expectativas frente à queda do lucro líquido.
A Suzano SA é líder global na produção de celulose de eucalipto, atuando nos segmentos de papel e bioprodutos. Seus principais concorrentes incluem Klabin (KLBN11), Fibria (controlada anteriormente pela Suzano) e outras empresas do setor de papel e celulose no Brasil e exterior.