Empresa mantém rentabilidade com melhora do Ebitda e lucro acumulado 130% maior no ano; ações TASA4 sobem 1,47% na bolsa de valores

A Taurus Armas (BOV:TASA4) registrou lucro líquido de R$ 31,5 milhões no terceiro trimestre de 2025, um avanço de 20,7% em relação ao mesmo período de 2024, refletindo uma gestão eficiente de custos e ganhos operacionais, apesar da queda na receita. Na comparação com o trimestre anterior, o lucro recuou 5,1%, mas no acumulado dos nove primeiros meses do ano, a fabricante de armas somou R$ 83,3 milhões, alta expressiva de 130,7% sobre 2024.

Mesmo com o avanço do lucro, a receita operacional líquida da Taurus caiu 11,2%, totalizando R$ 320,3 milhões, frente aos R$ 360,7 milhões do 3T24. Esse desempenho reflete, principalmente, as menores vendas de armas no mercado norteamericano em um trimestre marcado por baixo movimento no varejo do maior mercado mundial do segmento, que recuaram 12,4%, para R$ 247,1 milhões, enquanto o mercado interno caiu 6,9%, para R$ 73,2 milhões.

O lucro bruto ficou em R$ 99,7 milhões, queda de 21,9%, com margem bruta de 31,1%, 4,9 pontos percentuais abaixo do ano anterior. As despesas operacionais somaram R$ 62,9 milhões, leve queda de 0,5% na base anual. Já o Ebitda ajustado avançou 18,2%, atingindo R$ 49,8 milhões, com margem Ebitda de 15,6%, aumento de 3,9 pontos percentuais.

No 3T25, a Taurus produziu 197 mil armas, totalizando 635 mil unidades no acumulado dos nove primeiros meses do ano (9M25). Como reflexo do ajuste do ritmo produtivo às tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos e às condições de demanda nos principais mercados, o volume trimestral foi -23,9% inferior ao registrado no 3T24 e -17,9% menor em relação ao 2T25.

O preço médio por arma vendida pela Taurus apresentou elevação de 4,3% nos 9M25 em relação a 2024, movimento influenciado pela variação cambial, uma vez que 88,7% da receita líquida do segmento do período foi gerada em moeda estrangeira. Adicionalmente, em julho, a Taurus aplicou reajuste médio de 7% em sua tabela de preços no mercado norteamericano.

As despesas operacionais da Taurus somaram R$ 62,9 milhões no 3T25, representando 19,6% da receita operacional líquida consolidada do trimestre. A austeridade na alocação de recursos tem sido uma das marcas desta gestão e se acentuou após o anúncio da tarifa de importação nos EUA.

O resultado financeiro líquido da Taurus foi a negativo em R$ 1,2 milhão, resultado de receitas de R$ 43,7 milhões e despesas de R$ 44,9 milhões. A valorização do real em 2,6% no trimestre frente ao dólar — de R$ 5,46 no fim de junho para R$ 5,32 ao final de setembro de 2025 — levou ao saldo positivo de R$ 6,9 milhões nas variações cambiais ativas e passivas.

No 3T25, o Capex foi de R$ 25,5 milhões, dos quais R$ 11,1 milhões (43,5%) foram realizados com recursos provenientes da linha de crédito de inovação da Finep, ressaltando que esse valor faz parte da 5ª parcela de tal linha de crédito, cujos desembolsos ainda serão submetidos à análise da Agência. Os 56,5% restantes foram financiados com recursos da geração própria de caixa da Companhia.

A dívida líquida fechou setembro em R$ 577,6 milhões, aumento de 26,4% frente a 2024, mas com melhora trimestral, caindo 5% na comparação com o 2T25. O crescimento reflete, principalmente, a redução das disponibilidades financeiras, que passaram de R$ 289,9 milhões ao final de 2024 para R$ 196,8 milhões ao final de setembro de 2025.

No pregão desta quarta-feira (12/11), as ações TASA4 operavam em alta de 1,47%, cotadas a R$ 4,83, após abrirem a R$ 4,80, com máxima de R$ 5,00 e mínima de R$ 4,56. O volume negociado somava 787,3 mil papéis, refletindo o bom humor dos investidores após a divulgação dos números.

A Taurus Armas é uma das maiores fabricantes de armamentos do mundo, com forte presença nos mercados brasileiro e norte-americano, atuando na produção de armas leves, revólveres e pistolas. A companhia concorre globalmente com marcas como Smith & Wesson (NASDAQ:SWBI) e Sturm Ruger (NYSE:RGR), mantendo sua sede em São Leopoldo (RS) e unidades nos Estados Unidos.