Lucro menor e pressão operacional levantam dúvidas sobre desempenho no 4º trimestre, enquanto receita avança com reajustes e logística de veículos usados.

A Tegma Gestão Logística (BOV:TGMA3), uma das principais empresas de logística rodoviária da bolsa de valores brasileira, divulgou nesta segunda-feira (03/11), antes da abertura do mercado, os resultados do terceiro trimestre. A companhia reportou lucro líquido de aproximadamente R$ 80 milhões, representando queda de 5,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Apesar da retração no lucro, a Tegma apresentou alta de 5% na receita líquida, alcançando R$ 634 milhões. O avanço foi impulsionado especialmente pelo desempenho da Divisão Automotiva, devido a maior distância média de entregas, reajustes tarifários e expansão das operações de logística de veículos usados.

No entanto, o Ebitda da companhia caiu 7%, para cerca de R$ 117 milhões, reduzindo a margem operacional de 20,8% para 18,4%, refletindo uma pressão maior de custos e mix operacional menos favorável.

A Tegma chamou atenção para um fator adicional: os efeitos da paralisação da produção da Toyota no Brasil entre o final de setembro e esta segunda-feira, após danos causados por uma tempestade que atingiu uma fábrica de motores no interior de São Paulo.

Segundo a companhia, ainda é difícil mensurar a extensão financeira total, mas “o efeito líquido será negativo, haja vista a importância dos volumes da Toyota para a Tegma”.

No trimestre, o número de veículos transportados caiu 2,6%, para 198 mil unidades, devido ao “desempenho abaixo do mercado de clientes relevantes”.

Às 10h13 desta terça-feira, logo após a divulgação dos resultados, as ações da Tegma (TGMA3) eram negociadas a R$ 36,69, em alta de 1,07%. A variação ocorre em uma sessão de maior volatilidade, com a ação operando entre R$ 36,35 (mínima do dia) e R$ 37,00 (máxima do dia). Nas últimas 52 semanas, o papel variou entre R$ 27,57 e R$ 38,50.

A Tegma Gestão Logística é uma das maiores operadoras de logística automotiva do país, especializada no transporte de veículos novos e usados, armazenagem, distribuição e soluções integradas de supply chain. Atua principalmente no atendimento de montadoras como Toyota, General Motors, Renault e Stellantis.

O mercado deve monitorar de perto o impacto da paralisação da Toyota no desempenho do 4º trimestre, bem como margens e volumes no segmento automotivo.