A Terra Santa Propriedades Agrícolas (LAND3) revisou o impacto contábil da baixa de áreas não localizadas, totalizando 4.205,36 hectares, e convocou assembleia para 18 de dezembro visando reduzir o capital sem alterar o número de ações.

A Terra Santa Propriedades Agrícolas S.A. (BOV:LAND3) informou uma atualização relevante no processo de regularização fundiária de suas propriedades: a companhia concluiu a revisão dos impactos da baixa de imóveis que, embora registrados em seu ativo, não correspondem a áreas existentes de fato. Após análises adicionais, a área total a ser baixada subiu para 4.205,36 hectares, refletindo ajustes contábeis que agora integram as demonstrações financeiras dos nove meses encerrados em 30 de setembro de 2025.

Essa revisão ocorre em um momento em que o setor agrícola listado na bolsa de valores passa por maior escrutínio sobre governança fundiária e precisão de ativos. Para a Terra Santa (LAND3), o ajuste reforça a necessidade de fortalecer processos internos de mapeamento territorial, especialmente em um segmento no qual a avaliação das propriedades influencia diretamente a credibilidade e a precificação dos ativos na B3.

Durante o processo de regularização, a empresa identificou também uma área separada de 365 hectares pertencente à Fazenda Iporanga — subsidiária integral da companhia — sobre a qual não existe exercício de posse devido à impossibilidade de localização geográfica. Esse bloco adicional seguirá o mesmo tratamento contábil.

A empresa reapresentou saldos comparativos e incluiu nota explicativa detalhando os efeitos, reforçando que não houve impacto nas receitas porque as áreas não compõem contratos de arrendamento. Além disso, a companhia esclareceu que a revisão não altera a avaliação anual de mercado das terras, já que essas porções não fazem parte do laudo patrimonial divulgado todos os anos.

Segundo a Terra Santa, “não houve qualquer impacto na receita da companhia, já que os ativos em questão não são objeto de contratos de arrendamento. Igualmente, não há impactos na avaliação anual das terras, uma vez que tais áreas não integram o laudo de valor de mercado”.

Às 10h25 desta segunda-feira (17/11), as ações LAND3 eram negociadas a R$ 8,35, repetindo o preço de abertura (R$ 8,35), na mínima e máxima do dia até o momento (R$ 8,35). O mercado, apesar do baixo volume negociado (100 ações), monitora o impacto estrutural desses ajustes. Como não há efeito direto na receita, investidores tendem a interpretar o evento como uma medida de transparência contábil, o que pode influenciar o sentimento de curto prazo.

A Terra Santa Propriedades Agrícolas S.A. é uma empresa do agronegócio brasileiro focada em gestão, arrendamento e desenvolvimento de ativos agrícolas. Atua no cultivo e operação de grandes propriedades, com presença relevante em culturas como soja, milho e algodão, competindo com players como BrasilAgro (AGRO3) e SLC Agrícola (SLCE3).

O ajuste contábil reforça o compromisso da Terra Santa (LAND3) com a transparência e prepara o terreno para a assembleia que definirá a redução de capital.