Com avanço de 11% no lucro e Ebitda ajustado de R$ 1,95 bilhão, grupo dono da Ipiranga e Ultragaz mostra força operacional e sinaliza melhora do mercado de combustíveis; ações UGPA3 encerraram o pregão a R$ 22,84 na B3.

O Grupo Ultra (BOV:UGPA3), controlador da Ipiranga e da Ultragaz, registrou um lucro líquido de R$ 772 milhões no terceiro trimestre de 2025, alta de 11% na comparação com o mesmo período do ano anterior. O desempenho veio acima das expectativas do mercado, que previa um resultado em torno de R$ 508 milhões, segundo dados compilados pelo IBES, da LSEG.

O Ebitda ajustado do grupo subiu 27%, somando R$ 1,95 bilhão, impulsionado pela recuperação gradual do mercado de combustíveis após os efeitos da Operação Carbono Oculto — ação do governo para combater o comércio irregular no setor. Em termos ajustados e recorrentes, o Ebitda foi de R$ 1,78 bilhão, crescimento de 18% em relação ao ano anterior.

A receita líquida da Ultrapar atingiu R$ 37 bilhões, avanço de 5% sobre 2024 e acima da projeção de R$ 35 bilhões esperada por analistas. O destaque veio da Ipiranga, que viu as vendas totais crescerem 1% no trimestre, atingindo 6,17 milhões de metros cúbicos.

“O crescimento do volume de vendas acelerou em setembro, fruto do início da recuperação do mercado após a Operação Carbono Oculto”, destacou a companhia no balanço.

O resultado financeiro foi negativo em R$ 401 milhões (-R$ 293 milhões vs 3T24), explicado por (i) maior dívida em função da consolidação da Hidrovias e aumento do CDI, (ii) resultado pontual negativo de R$ 63 milhões de marcação a mercado neste trimestre e (iii) parcialmente compensados pelo efeito positivo de R$ 134 milhões da atualização monetária dos créditos fiscais extraordinários no trimestre. Em relação ao 2T25, houve piora de R$ 370 milhões, pela receita de atualização monetária dos créditos extemporâneos que foram R$ 210 milhões inferior e pelo resultado pontual de marcação a mercado acima mencionado.

A geração de caixa operacional foi de R$ 2.129 milhões, comparado à geração de R$ 780 milhões no 3T24, em função de melhores resultados operacionais, consolidação da Hidrovias e menor investimento em capital de giro, especialmente na Ipiranga e Ultragaz, mesmo com o investimento de R$ 258 milhões para liquidação de fornecedores convênio (risco sacado) no 3T25.

A Ultrapar encerrou o 3T25 com dívida líquida de R$ 12.043 milhões (1,7x EBITDA LTM Ajustado), redução frente os R$ 12.635 milhões registrados no trimestre imediatamente anterior (1,9x EBITDA LTM Ajustado). Essa melhora reflete a sólida geração de caixa no período, que mais do que compensou o pagamento de R$ 326 milhões de dividendos realizado em agosto de 2025 e redução de R$ 258 milhões do saldo de risco sacado. A redução na alavancagem é reflexo da menor dívida líquida e do maior EBITDA LTM Ajustado.

As ações UGPA3 encerraram o pregão desta quarta-feira (12/11) estáveis a R$ 22,84, próximas da máxima de 52 semanas (R$ 23,28). O papel vem mantendo um desempenho consistente, acompanhando a melhora dos resultados operacionais e a perspectiva de recuperação dos segmentos de energia e combustíveis na bolsa de valores B3.

A Ultrapar Participações S.A. (BOV:UGPA3) é um dos maiores grupos empresariais do país, com atuação nos segmentos de distribuição de combustíveis (Ipiranga), gás de cozinha (Ultragaz), armazenagem de granéis líquidos (Ultracargo) e soluções em energia e infraestrutura.

Com resultados acima do consenso e melhora operacional, a Ultrapar reforça sua capacidade de gerar valor mesmo em um cenário de ajustes no setor de combustíveis.