Minério de ferro da mineradora deve ganhar espaço na siderurgia da Índia, que planeja dobrar a produção de aço até o início da próxima década.

A Vale (BOV:VALE3) vê uma janela estratégica de crescimento no mercado global de minério de ferro, impulsionada principalmente pela expansão acelerada da produção de aço na Índia. Em entrevista recente, o CEO da companhia, Gustavo Pimenta, afirmou que o país asiático deve dobrar sua capacidade de siderurgia dos atuais 150 milhões para cerca de 300 milhões de toneladas em até sete anos — movimento que deve ampliar significativamente a demanda pelo minério de ferro brasileiro.

A mineradora identificou uma complementaridade importante entre o minério indiano, considerado de qualidade inferior, e o produto da Vale, reconhecido no mercado internacional por seus altos teores. Segundo Pimenta, essa combinação oferece uma “blendagem” vantajosa para usinas indianas, que poderão ganhar eficiência e reduzir emissões — fator que tem sido cada vez mais determinante na precificação global do minério.

Enquanto isso, a China — responsável por aproximadamente 60% das vendas da Vale — deve manter sua produção de aço estabilizada em torno de 1 bilhão de toneladas ao ano, com uma tendência de leve queda no médio prazo. Com isso, o impulso de crescimento que antes vinha do gigante chinês agora se desloca para a Índia e para outros países do Sudeste Asiático, como o Vietnã, que também deverá ampliar suas importações de minério de ferro da empresa.

No Brasil, a Vale segue com seu plano de expansão no Sistema Norte, que inclui investimentos previstos de R$ 70 bilhões até 2030 no programa “Novo Carajás” — parte do qual prevê o incremento de 20 milhões de toneladas na capacidade anual até o fim de 2026.

Às 11h32 desta segunda-feira, as ações da Vale (VALE3) eram negociadas a R$ 65,44, em alta de 1,02%, após abrirem o dia a R$ 65,06, tocando máxima de R$ 65,54 e mínima de R$ 65,06.

A Vale é uma das maiores mineradoras globais, atuando majoritariamente na produção de minério de ferro, pelotas e níquel, além de operar logística integrada de ferrovias e portos. Seus principais concorrentes globais incluem Rio Tinto e BHP.