A fabricante de insumos hospitalares surpreende o mercado com forte recuperação, impulsionada pela reversão do Difal e avanços operacionais — ação dispara mais de 15% na B3.
A Viveo (BOV:VVEO3) encerrou um ciclo de cinco trimestres consecutivos de prejuízo e voltou ao lucro no terceiro trimestre de 2025, registrando R$ 226,9 milhões de resultado positivo, frente à perda de R$ 237,7 milhões no mesmo período de 2024. A reversão de R$ 314,6 milhões ligada à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o diferencial de alíquotas do ICMS (Difal) foi o principal impulsionador do desempenho.
Mesmo sem esse efeito, o lucro líquido ajustado da companhia alcançou R$ 42,4 milhões, refletindo ganhos reais de eficiência. A receita líquida totalizou R$ 2,833 bilhões, uma queda de 3,8% na comparação anual, mas a redução de despesas administrativas e a renegociação de contratos contribuíram para um trimestre mais equilibrado.
De acordo com o diretor-presidente Leonardo Byrro, o resultado marca o início de uma nova fase de retomada:
“Começa a mostrar resultado efetivo das ações que estamos fazendo aqui”, afirmou Byrro, destacando o plano de desalavancagem e a busca por uma dívida líquida abaixo de 4 vezes o Ebitda até meados de 2026.
O EBITDA Ajustado foi de R$ 172,9 milhões no trimestre, crescimento de 13,1% em relação ao 3T24, com margem de 6,1%, uma expansão de 0,9 p.p. frente ao mesmo período do ano passado. Em relação ao 2T25, o EBITDA Ajustado apresentou leve retração de 2,8% em função da CMED. Excluindo o ganho da CMED, o crescimento em relação ao 2T25 foi de 4,2%.
No 3T25, a Companhia apresentou geração de fluxo de caixa livre de R$ 166,9 milhões, frente a R$ 504,6 milhões no 3T24. Excluindo o delta antecipação de recebíveis dos períodos, houve aumento de geração de caixa de 28,8% em relação ao mesmo trimestre de 2024. A variação reflete, principalmente, o desempenho do capital de giro, com melhora em contas a receber e estoques, parcialmente compensada por maior consumo na linha de impostos.
No 3T25, as Despesas Operacionais excluindo itens não recorrentes e D&A totalizaram R$ 254,7 milhões no trimestre, praticamente estáveis em relação ao 3T24 (+1,8%). Em relação as Despesas como percentual da Receita, o aumento é explicado principalmente pela menor diluição diante da redução da Receita Líquida. No acumulado do ano, esse grupo de despesas foi de R$ 747,2 milhões, um avanço de 2,3% frente aos 9M24, mantendo-se em patamar compatível com a estratégia de racionalização de SG&A.
As Despesas com Vendas atingiram R$ 91,3 milhões no trimestre, redução de 8,6% em relação ao 3T24, beneficiadas pelo início da integração da DF Log, que vem contribuindo para maior eficiência logística e diminuição do frete como percentual da receita. Já as Despesas Gerais e Administrativas somaram R$ 182,2 milhões no trimestre, avanço de 10,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O Resultado Financeiro líquido da Companhia totalizou uma despesa de R$ 37,9 milhões no 3T25, resultado 72,0% melhor do que o mesmo período do ano passado. Este resultado foi beneficiado pela reversão do DIFAL, contabilizado na rubrica de Atualização Monetária e também pelos ganhos com recompras de debêntures realizados no trimestre, que compensaram um menor saldo de caixa e maior taxa Selic.
No pregão desta quarta-feira (12/11), as ações VVEO3 disparam 15,91%, cotadas a R$ 1,53, após abrirem o dia a R$ 1,45 e atingirem máxima de R$ 1,56. O papel acumula variação entre R$ 0,83 e R$ 2,35 nas últimas 52 semanas, com valor de mercado atual de R$ 493,9 milhões.
Com presença em toda a cadeia de suprimentos hospitalares, a Viveo atua na fabricação e distribuição de medicamentos, materiais e equipamentos médico-hospitalares, atendendo hospitais, clínicas e laboratórios em todo o país.
O cenário para 2026 é otimista: a companhia projeta continuidade na redução de custos e avanço na eficiência operacional, consolidando a recuperação financeira.