Os novos pedidos reais no setor manufatureiro da Alemanha apresentaram uma inesperada força em outubro, subindo 1,5% na comparação com setembro. A informação, divulgada pelo Escritório Federal de Estatística (Destatis) na sexta-feira (05/12), veio acima do que esperavam os analistas, oferecendo um respiro após meses de preocupações com a estagnação industrial.
Contudo, o cenário anual ainda pinta um quadro desafiador. Na comparação com outubro do ano passado, as encomendas industriais registraram uma queda de 0,7%, evidenciando que a recuperação total ainda é um caminho a percorrer. Analisando por segmentos, a performance foi mista. O setor de bens de capital foi o grande destaque positivo, com um salto mensal de 4,9% nas novas encomendas. Por outro lado, os setores de bens intermediários e de consumo não acompanharam o ritmo, recuando 3,4% e 2,2%, respectivamente.
A composição geográfica dos pedidos também revela contrastes marcantes. A demanda interna mostrou um vigor impressionante, com as encomendas domésticas avançando 9,9% no mês. Já o setor externo pesou para baixo, com as encomendas estrangeiras registrando uma contração de 4%. Dentro deste grupo, os pedidos provenientes de países fora da zona do euro tiveram uma queda acentuada de 6,5%, enquanto os da zona euro praticamente se mantiveram estáveis, com um leve aumento de 0,1%.
Possíveis Impactos nos Mercados:
Este dado misto, com uma surpresa positiva mensal mas um desempenho fraco na comparação anual, tende a gerar uma reação cautelosa nos mercados. Para o índice de ações alemão DAX (DBI:DAX), a notícia pode fornecer um suporte momentâneo, afastando temporariamente os temores de uma recessão industrial mais profunda. No mercado de câmbio, o Euro (FX:EURUSD) pode encontrar um limitado impulso de valorização frente ao Dólar, dado o caráter “menos pior” do indicador. No front de títulos, os Bunds (títulos soberanos alemães) podem sofrer uma pressão de venda moderada, refletindo uma possível redução na aversão ao risco e expectativas um pouco menores por cortes agressivos de juros pelo Banco Central Europeu no curto prazo.
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