Os analistas do mercado financeiro reduziram as estimativas de inflação para 2025 e 2026 e elevaram a projeção da taxa Selic para 2026, segundo dados do boletim “Focus”, divulgado nesta segunda-feira (22/12) pelo Banco Central. O relatório reúne projeções coletadas junto a mais de 100 instituições financeiras na última semana e serve como um dos principais termômetros das expectativas econômicas no Brasil.
Para 2025, a expectativa de inflação medida pelo IPCA foi reduzida de 4,36% para 4,33%. Em 2026, a projeção também recuou, passando de 4,10% para 4,06%. Já para 2027, a estimativa permaneceu estável em 3,80%, sinalizando percepção de maior convergência da inflação no horizonte mais longo.
No campo da atividade econômica, a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto para 2025 foi elevada de 2,25% para 2,26%. Para 2026, a expectativa foi mantida em 1,80%. Em 2027, houve leve ajuste negativo, de 1,83% para 1,81%, enquanto a projeção para 2028 permaneceu em 2%, indicando crescimento moderado nos próximos anos.
Em relação à política monetária, como a última reunião do Comitê de Política Monetária de 2025 ocorreu na semana passada, no dia 10 de dezembro, as projeções da Selic para este ano estão encerradas. Para 2026, o mercado elevou a expectativa de 12,13% para 12,25%. Para 2027, a estimativa foi mantida em 10,50%. Já para 2028, a projeção subiu de 9,50% para 9,75%, refletindo cautela adicional quanto ao processo de flexibilização monetária.
No câmbio, os economistas elevaram a projeção do dólar para 2025 de R$ 5,40 para R$ 5,43 na paridade Dólar norte-americano e Real brasileiro (FX:USDBRL). Para 2026 e 2027, a expectativa permaneceu em R$ 5,50. Em 2028, a projeção avançou marginalmente de R$ 5,50 para R$ 5,51.
Do ponto de vista de mercado, a combinação de inflação ligeiramente menor e juros mais altos no médio prazo tende a influenciar a precificação dos ativos financeiros. Juros projetados mais elevados costumam pressionar ativos de renda variável, especialmente ações sensíveis ao custo de capital, ao mesmo tempo em que sustentam prêmios mais elevados nos títulos públicos. No câmbio, a elevação marginal das projeções indica percepção de persistência de desafios fiscais e externos, fatores relevantes para o fluxo de capitais.
No contexto atual, as revisões do boletim Focus ajudam investidores a calibrar expectativas para a bolsa de valores brasileira, o mercado de câmbio e a curva de juros, especialmente diante da trajetória futura da Selic e de seus impactos sobre o custo de financiamento, consumo e investimentos ao longo dos próximos anos.
(BC)
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