O dólar à vista encerrou a sexta-feira (19/12) próximo da estabilidade no mercado de câmbio brasileiro, refletindo forças opostas ao longo do pregão. Enquanto a moeda norte-americana ganhou tração no exterior, a atuação do Banco Central ajudou a conter movimentos mais intensos no mercado doméstico. No fechamento, a paridade dólar/real (FX:USDBRL) registrou leve alta de 0,11%, cotada a R$ 5,5307. Na semana, o dólar acumulou valorização de 2,18%, mas ainda sustenta queda de 10,49% no acumulado do ano, evidenciando um ambiente de elevada volatilidade e sensibilidade a fatores globais e internos.
🏦 Atuação do Banco Central e fatores domésticos
O comportamento do dólar no Brasil foi diretamente influenciado pela atuação do Banco Central, que realizou dois leilões simultâneos de linha ainda pela manhã, totalizando US$ 2 bilhões. A medida teve como objetivo atender à maior demanda por moeda típica do fim de ano, período marcado pelo envio de recursos ao exterior para pagamento de dividendos. Em 2025, esse movimento ganhou força adicional diante da antecipação ao fim da isenção do imposto de renda sobre remessas ao exterior, que passará a ser tributada em 10% a partir de janeiro de 2026. Após os leilões, o dólar perdeu força e chegou à mínima intradia de R$ 5,4986, antes de retornar à estabilidade durante a tarde, com investidores também atentos ao noticiário político e à tramitação do Projeto de Lei Orçamentária de 2026.
🌍 Dólar no mundo e política monetária internacional
No cenário internacional, o dólar se fortaleceu frente às principais moedas globais após a decisão do Banco do Japão de elevar os juros ao maior nível em 30 anos. A medida pressionou os rendimentos dos títulos japoneses e teve reflexos sobre a curva global de juros, incluindo os Treasuries, favorecendo a valorização da moeda norte-americana. Nesse contexto, o índice do dólar (CCOM:DXY) avançava 0,17% no fim da tarde, aos 98,6 pontos. O movimento reforçou um ambiente de maior cautela entre os investidores, com ajustes de posições diante das mudanças no cenário monetário global e seus impactos sobre o fluxo de capitais.
📈 Dólar futuro na B3 e expectativas do mercado
No mercado futuro da B3, os contratos de dólar apresentaram oscilações mais moderadas em relação ao dólar à vista, indicando um ajuste fino das expectativas para os próximos meses. O contrato de dólar futuro mais líquido, com vencimento em janeiro, negociado sob os códigos (BMF:DOLFUT | BMF:WDOFUT), avançava 0,04% às 17h12, cotado a R$ 5,5390. A diferença em relação ao mercado à vista sugere que os investidores precificam um cenário de maior estabilidade no curto prazo, mantendo atenção tanto ao fluxo cambial de fim de ano quanto às decisões de política monetária no exterior e à condução fiscal doméstica.