O dólar encerrou a quarta-feira (3) em queda no Brasil, aproximando-se novamente da faixa dos R$ 5,30, após passar parte da tarde abaixo desse patamar. A moeda norte-americana apresentou recuo quase generalizado no exterior, impulsionado por uma onda crescente de apostas em corte de juros pelo Federal Reserve na próxima semana.

O dólar à vista caiu 0,31% e terminou o dia cotado a R$ 5,3136, aprofundando a desvalorização de 14,01% acumulada no ano. Na B3, o contrato futuro para janeiro recuou 0,34%, negociado a R$ 5,3445 às 17h02, em meio a uma percepção de que o ciclo de aperto monetário nos EUA está perto do fim.

O apetite global por risco aumentou durante o pregão após a divulgação do relatório da ADP, que registrou o fechamento de 32 mil vagas no setor privado americano em novembro, contrariando a expectativa de criação de 10 mil postos. Os números sustentaram a aposta de corte de juros já na semana seguinte.

Declarações recentes do presidente norte-americano Donald Trump também influenciaram o câmbio. Trump afirmou que anunciará o substituto de Jerome Powell no comando do Fed no início de 2026, aumentando especulações sobre uma guinada mais branda na política monetária. O favorito é Kevin Hassett, visto como um nome “dovish”, alimentando expectativas de juros mais baixos.

No Brasil, o ambiente doméstico adicionou impulso ao recuo do dólar. Dados fracos da produção industrial brasileira — avanço de apenas 0,1% em outubro, abaixo da expectativa de 0,4% — levaram parte do mercado a reforçar as apostas de início do ciclo de corte da Selic já em janeiro, ampliando o otimismo com os ativos locais.

Durante o dia, o dólar oscilou entre a mínima de R$ 5,2988 (-0,59%) às 13h01 e a máxima de R$ 5,3254 (-0,09%). A queda já vinha sendo construída há alguns pregões, acompanhada do enfraquecimento global da moeda americana e da melhora nas expectativas para a economia brasileira e para a relação comercial entre Brasil e Estados Unidos.

A sinalização de aproximação entre Brasília e Washington também pesou no câmbio. Lula afirmou que os EUA devem anunciar em breve novas revogações de tarifas aplicadas a produtos brasileiros, após conversa por telefone com Trump, diminuindo tensões comerciais que vinham pressionando o real nos últimos meses.

No mercado de derivativos, o Banco Central vendeu 50.000 contratos de swap cambial para rolagem do vencimento de 2 de janeiro, garantindo liquidez e reduzindo volatilidade. Mais tarde, a autoridade monetária informou que o fluxo cambial de novembro foi negativo em US$ 7,115 bilhões, puxado pelo canal financeiro, que registrou saídas de US$ 7,156 bilhões.

O canal comercial, por outro lado, teve saldo levemente positivo de US$ 41 milhões no mês. No acumulado até 28 de novembro, o fluxo cambial total registra saída líquida de US$ 19,799 bilhões, contribuindo para limitar movimentos mais fortes de valorização do real, apesar do ambiente externo favorável observado nesta semana.

No exterior, o índice DXY (CCOM:DXY) — que compara o dólar a uma cesta de seis moedas — caiu 0,44% e fechou em 98,865, acompanhando a fraqueza global da moeda americana diante das expectativas de uma política monetária mais branda nos Estados Unidos.

A perspectiva é que a desaceleração econômica e a transição de comando no Fed seguirá no centro das atenções dos mercados.

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