A próxima semana será marcada por uma agenda econômica intensa, ainda que atravessada pelos feriados de Natal em diversos países. Entre os dias 22 e 26 de dezembro, investidores devem monitorar indicadores-chave de atividade, inflação, consumo e política monetária, capazes de influenciar diretamente os mercados de títulos públicos, juros, câmbio e ações. O foco inicial estará nos Estados Unidos, seguido por dados relevantes do Brasil, Europa e Ásia, em um período tradicionalmente mais volátil devido à menor liquidez global.
Nos Estados Unidos, a segunda-feira (22/12) concentra um dos eventos mais aguardados da semana: a divulgação do Índice de Preços de Gastos com Consumo Pessoal (PCE) de outubro, indicador preferido do Federal Reserve para acompanhar a inflação. A projeção aponta alta anual de 2,8%, em linha com a leitura anterior, enquanto o núcleo do PCE deve avançar 0,2% no mês. Caso os números confirmem a desaceleração inflacionária gradual, os rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano podem seguir pressionados para baixo, favorecendo ativos de risco e enfraquecendo o dólar frente a moedas emergentes.
Ainda nos Estados Unidos, também na segunda-feira (22/12), serão divulgados dados de renda pessoal, gastos das famílias e consumo real, com expectativa de crescimento moderado. Um resultado mais forte do que o esperado tende a sustentar as bolsas, mas pode reacender preocupações com juros elevados por mais tempo, afetando negativamente os mercados de renda fixa. No mesmo dia, os leilões de Treasury Bills de três e seis meses servirão como termômetro da demanda por títulos públicos em um ambiente de incerteza monetária.
Na terça-feira (23/12), o destaque nos Estados Unidos será a leitura final do Produto Interno Bruto do terceiro trimestre, com projeção de crescimento anualizado de 3,2%, abaixo dos 3,8% anteriores. Caso a desaceleração se confirme, o mercado pode interpretar o dado como um sinal de pouso suave da economia, beneficiando ações e pressionando os juros futuros. Na mesma sessão, dados de bens duráveis, produção industrial e confiança do consumidor ajudam a calibrar as expectativas para o início de 2026.
O Brasil entra na agenda na terça-feira (23/12) com a divulgação do IPCA-15 de dezembro, considerado a prévia da inflação oficial. A projeção indica alta mensal de 0,20%, levando o acumulado em 12 meses a 4,50%, acima do centro da meta. Um resultado mais benigno pode reforçar apostas de manutenção ou queda gradual da taxa básica de juros, impulsionando o mercado de títulos públicos e favorecendo a bolsa. Já uma surpresa inflacionária tende a pressionar o câmbio e elevar os juros futuros.
Também no Brasil, na segunda-feira (22/12), será divulgado o Índice de Confiança do Consumidor da Fundação Getulio Vargas, com leitura anterior em 89,8 pontos. Uma melhora do indicador sinalizaria maior propensão ao consumo no início de 2026, o que pode beneficiar ações ligadas ao mercado doméstico, mas também reacender preocupações inflacionárias no médio prazo.
Na Europa, a semana começa com dados de Produto Interno Bruto do Reino Unido na segunda-feira (22/12), com projeção de crescimento anual de 1,3% e trimestral de 0,1%, repetindo o resultado anterior. A manutenção desse ritmo tende a manter o Banco da Inglaterra cauteloso, limitando movimentos mais agressivos nos juros. Na zona do euro, os investidores acompanham indicadores industriais, como o Índice de Preços ao Produtor da Itália e dados de comércio exterior, que ajudam a medir a pressão inflacionária no bloco.
Ainda na Europa, na terça-feira (23/12), os dados de Produto Interno Bruto da Espanha devem confirmar crescimento trimestral de 0,6% e anual de 2,8%, reforçando a resiliência das economias do sul europeu. Resultados dentro do esperado tendem a manter os rendimentos dos títulos soberanos relativamente estáveis, enquanto surpresas negativas podem ampliar a busca por ativos mais seguros, como os bônus alemães.
Na Ásia, a semana começa com atenção redobrada à China, que divulga no domingo (21/12) as Taxas Preferenciais de Empréstimo do Banco Popular da China, com expectativa de manutenção em 3,50% e 3,00%. A estabilidade sinaliza cautela das autoridades monetárias diante da recuperação gradual da economia. Qualquer mudança inesperada poderia impactar fortemente o mercado de commodities, moedas asiáticas e bolsas globais.
O Japão concentra vários indicadores relevantes ao longo da semana, incluindo dados de inflação, produção industrial e, na quinta-feira (25/12), o Índice de Preços ao Consumidor de Tóquio, com projeção anual de 1,6%. Leituras mais fortes aumentariam as apostas em uma eventual normalização da política monetária do Banco do Japão, pressionando os títulos públicos japoneses e fortalecendo o iene frente ao dólar.
Outros países asiáticos, como Singapura e Índia, também divulgam indicadores de inflação, produção industrial e liquidez, que ajudam a compor o cenário regional. Em um ambiente de menor liquidez global por conta dos feriados, esses dados podem gerar movimentos pontuais mais intensos em câmbio e mercados acionários locais.
De forma geral, a semana entre 22 e 26 de dezembro tende a ser marcada por ajustes finos de expectativas, mais do que por grandes tendências. Os mercados devem reagir principalmente a surpresas nos dados de inflação e atividade, com impactos diretos sobre juros, moedas e bolsas, especialmente nos Estados Unidos e no Brasil, que concentram os indicadores de maior peso para os investidores globais.
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