Curva de juros mostra quedas nos vértices intermediários e altas nos longos, refletindo cautela política e expectativa pelo Copom
Os juros futuros brasileiros terminaram o pregão desta terça-feira (09/12) em movimento misto, com a curva de juros apresentando quedas nos vértices intermediários e altas nos contratos mais longos. O sentimento predominante foi de cautela, em meio às incertezas políticas e à expectativa pela última reunião do Copom em 2025, que deve manter a Selic em 15% ao ano.
Entre os destaques negativos, os contratos com vencimento em janeiro de 2027 (BMF:DI1F27) recuaram 0,18%, encerrando a 13,76%, enquanto os contratos com vencimento em janeiro de 2028 (BMF:DI1F28) caíram 0,19%, fechando a 13,15%. Esses vértices da curva de juros refletiram maior sensibilidade ao noticiário político e à percepção de risco fiscal.
Na ponta positiva, os contratos mais longos registraram altas consistentes. Os contratos com vencimento em janeiro de 2033 (BMF:DI1F33) avançaram 0,48%, para 13,585%, e os contratos com vencimento em janeiro de 2034 (BMF:DI1F34) subiram 0,59%, também a 13,585%. O movimento reforça a leitura de que os vértices longos da curva de juros permanecem mais expostos às incertezas fiscais e políticas de médio prazo.
Nos vértices curtos e médios, os contratos mais líquidos concentraram os maiores volumes. O contrato com vencimento em janeiro de 2027 (BMF:DI1F27) movimentou 1,116 milhão de negócios, seguido pelo contrato de janeiro de 2028 (BMF:DI1F28), com 959 mil, e pelo contrato de janeiro de 2029 (BMF:DI1F29), que registrou 909 mil. Esses vencimentos seguem como referência para a precificação da curva de juros no curto prazo.
Já nos contratos de longo prazo, os volumes foram menores, mas ainda relevantes. O contrato de janeiro de 2031 (BMF:DI1F31) registrou 482 mil negócios, enquanto o contrato de janeiro de 2035 (BMF:DI1F35) somou 99 mil. Esses vértices da curva de juros são tradicionalmente mais sensíveis ao cenário fiscal e político, refletindo expectativas sobre o equilíbrio das contas públicas e a trajetória da dívida.
O noticiário político voltou a ser determinante para os movimentos da curva. A percepção de menor incerteza eleitoral para 2026 trouxe algum alívio em sessões anteriores, mas a cautela dos investidores prevaleceu, mantendo os juros futuros em patamar elevado. A volatilidade segue como característica dominante do mercado.
Além disso, a expectativa pela decisão do Copom nesta semana mantém os agentes em compasso de espera. O consenso é de manutenção da Selic em 15% ao ano, mas o mercado aguarda sinais no comunicado e na ata sobre o momento do primeiro corte de juros, que a maioria projeta apenas para 2026.
Outro fator relevante foi a divulgação do Boletim Focus, que reduziu a projeção para o IPCA de 2025 para 4,40%. Embora esse dado abra espaço para cortes futuros, o Banco Central adota postura cautelosa, reforçando a necessidade de manter a Selic elevada por mais tempo para consolidar o controle inflacionário.
No curto prazo, analistas destacam que a estrutura altista dos juros futuros ainda se mantém, especialmente nos vértices curtos da curva de juros. A percepção de risco fiscal e político segue como principal barreira para quedas mais consistentes das taxas.
Para os investidores, o acompanhamento da curva de juros é essencial neste momento de transição. A consolidação atual pode se transformar em movimento direcional mais forte após a reunião do Copom e diante de novos desdobramentos políticos.
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