A segunda-feira (08/12) começa com leve otimismo nos mercados internacionais, especialmente no pré-mercado dos Estados Unidos, onde os índices futuros operam em território positivo. O movimento ocorre no início de uma semana considerada decisiva para a política monetária global, marcada pela aguardada reunião do Federal Reserve (Fed), que divulgará sua decisão na quarta-feira. A expectativa majoritária aponta para um novo corte de 25 pontos-base nos juros americanos, com probabilidade de 87% segundo dados do CME Group, embora o Fomc permaneça dividido e o resultado final possa não ser unânime.

A divisão interna no comitê do Fed adiciona volatilidade aos mercados, que tentam antecipar o tom do comunicado e as projeções econômicas. Investidores buscam sinais mais claros sobre o ritmo de flexibilização monetária em 2026, especialmente diante de indicadores recentes que mostram desaceleração moderada da inflação, mas resiliência do mercado de trabalho. A possibilidade de um corte menos consensual reforça a percepção de que o Fed ainda enfrenta desafios para calibrar sua estratégia sem comprometer a estabilidade econômica.

No Brasil, a atenção se volta para o Comitê de Política Monetária (Copom), que também se reúne na Super Quarta (10/12). A expectativa predominante é de manutenção da taxa Selic em 15%, decisão já amplamente precificada pelos agentes financeiros. O foco, portanto, recai sobre o comunicado pós-reunião, que poderá trazer pistas importantes sobre a possibilidade — ou não — de um primeiro corte em janeiro. O mercado local segue dividido entre quem acredita em uma sinalização mais suave e quem espera um Copom cauteloso diante das incertezas fiscais.

A semana também começa com os investidores brasileiros atentos ao cenário político, após declarações de Flávio Bolsonaro no fim de semana. O senador admitiu publicamente a possibilidade de retirar sua candidatura ao Planalto em troca de um “preço político”, que incluiria o apoio do Centrão a uma eventual anistia para seu pai. A fala repercutiu fortemente na sexta-feira, contribuindo para quedas expressivas nos pregões, que agora tentam se recuperar na abertura desta segunda-feira.

A correção observada hoje nos mercados domésticos reflete tanto o ajuste técnico após as perdas recentes quanto a tentativa dos investidores de reavaliar o impacto real das declarações políticas sobre o ambiente econômico. Embora o episódio tenha elevado o nível de incerteza, analistas destacam que o foco principal da semana continua sendo a política monetária, que tende a ditar o ritmo dos ativos até o fim do ano.

No câmbio, o dólar (FX:USDBRL) opera com leve recuo frente ao real, acompanhando o movimento global de enfraquecimento da moeda americana antes da decisão do Fed. Já os juros futuros (BMF:DI1F29) apresentam estabilidade, com investidores aguardando mais clareza sobre o posicionamento do Copom. O mercado de renda variável, por sua vez, mostra sinais de recuperação, impulsionado pelo alívio externo e pela expectativa de que a volatilidade política possa diminuir ao longo da semana.

No exterior, as bolsas de valores europeias também iniciam o dia em alta, refletindo o clima de cauteloso otimismo que domina os mercados globais. A agenda econômica da semana inclui ainda dados importantes de inflação e atividade, que podem influenciar as expectativas sobre os próximos passos dos bancos centrais.

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Com uma Super Quarta decisiva no radar e um ambiente político ainda ruidoso no Brasil, os mercados iniciam a semana em compasso de espera, mas com sinais de que o otimismo pode prevalecer caso os bancos centrais adotem um tom mais favorável ao crescimento.