Mercados globais em alerta no pré-mercado desta sexta-feira (05/12), com investidores à espera de dados decisivos de inflação e atividade econômica que podem redefinir apostas de política monetária para as próximas semanas.

Os índices futuros dos Estados Unidos amanhecem em alta moderada, sustentados pela expectativa em torno do Índice de Preços de Despesas de Consumo Pessoal (PCE), indicador preferido do Federal Reserve para avaliar a evolução da inflação no país.

O dado, que será divulgado ao meio-dia pelo horário de Brasília, ganhou ainda mais relevância após o prolongado shutdown que atrasou a publicação de diversos relatórios econômicos. A leitura do PCE poderá reforçar — ou desmontar — a percepção de que o Fed está próximo de anunciar mais um corte de juros já na próxima semana. Investidores operam com viés positivo, mas atentos aos possíveis ajustes caso o indicador traga alguma surpresa.

Antes do PCE, o clima internacional já começou a se formar com a divulgação do Produto Interno Bruto do terceiro trimestre da Zona do Euro. O resultado mais fraco do que o esperado reforça o quadro de desaceleração econômica no bloco europeu, pressionando as autoridades monetárias locais e adicionando cautela ao humor global. Ainda nesta sexta-feira, os mercados internacionais acompanham também a divulgação do índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan, importante termômetro sobre o apetite das famílias norte-americanas.

No Brasil, o dia começa sob o impacto do PIB do terceiro trimestre, que veio mais fraco e mexeu diretamente com os preços do mercado de juros futuros. O resultado aumentou a expectativa de parte dos investidores para um possível corte da taxa Selic já na reunião de janeiro, movimento que contrasta com a visão predominante entre economistas — ainda alinhados ao discurso mais conservador do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que sinaliza prudência e preferência por manutenção prolongada dos juros.

Essa divergência entre curva de juros e consenso de mercado deve manter as negociações voláteis ao longo do dia, especialmente em papéis sensíveis a movimento de política monetária, como bancos, varejo e construção civil. A leitura do PCE poderá intensificar esse comportamento, caso o cenário internacional aponte para uma flexibilização mais rápida nos Estados Unidos.

Em meio à agenda carregada, ainda entra no radar local a divulgação do IGP-DI, que ajuda a compor o cenário inflacionário brasileiro. O dado, somado às leituras fracas da atividade doméstica, pode reforçar a percepção de que a economia começa a perder força, alimentando o debate sobre espaço para uma política monetária mais expansionista no início de 2026.

No ambiente global, a perspectiva de um corte coordenado entre Fed e Banco Central Europeu ampliaria o apetite ao risco, beneficiando bolsas emergentes como a brasileira. Porém, a confirmação desse movimento depende diretamente da leitura do PCE, tornando este o dado mais importante do dia para a formação de preços nos mercados internacionais.

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A sexta-feira encerra a semana com agendas robustas e forte expectativa por dados econômicos que podem remodelar probabilidades de juros globais. A combinação de PCE, sentimento do consumidor, PIB europeu e PIB brasileiro cria um ambiente de alta sensibilidade, no qual qualquer surpresa tende a gerar movimentos expressivos nos mercados.