Produção industrial brasileira avança de forma desigual em outubro

A produção industrial brasileira voltou a mostrar um fôlego moderado em outubro de 2025, com variação positiva de 0,1% na série com ajuste sazonal, segundo os dados divulgados pelo IBGE. O desempenho nacional veio acompanhado por um cenário heterogêneo entre os quinze locais pesquisados: oito registraram avanço, enquanto sete recuaram. Goiás (6,5%), Mato Grosso (5,8%), Amazonas (4,1%) e Rio de Janeiro (4,1%) lideraram as altas, impulsionados por ciclos setoriais específicos que reforçaram o dinamismo local. Na sequência, Bahia (2,7%), Minas Gerais (2,1%), Santa Catarina (0,6%) e Paraná (0,5%) também apresentaram resultados positivos.

Entre os destaques negativos, o Rio Grande do Sul recuou 5,7% e interrompeu três meses seguidos de crescimento, período em que havia acumulado 10,8%. Espírito Santo (-1,7%), Pará (-1,4%), São Paulo (-1,2%), Pernambuco (-0,6%), Ceará (-0,3%) e Região Nordeste (-0,1%) completaram o conjunto de locais que registraram perdas no mês.

A média móvel trimestral também apontou alta de 0,1% no trimestre encerrado em outubro de 2025 frente ao período imediatamente anterior, mantendo a tendência observada em setembro (0,1%) e agosto (0,2%). Em nível regional, onze dos quinze locais mostraram avanço, com destaque para Goiás (3,4%), Mato Grosso (2,7%), Amazonas (1,6%), Minas Gerais (1,1%) e Espírito Santo (1,1%). Já o Rio de Janeiro assinalou a queda mais expressiva (-0,8%).

Na comparação anual, frente a outubro de 2024, a indústria nacional registrou queda de 0,5%, com seis dos dezoito locais apresentando retração. Os recuos mais acentuados ocorreram em Mato Grosso do Sul (-17,8%), Rio Grande do Norte (-9,5%) e Mato Grosso (-8,2%). A perda de ritmo decorre principalmente do desempenho negativo de setores como coque, produtos derivados do petróleo, biocombustíveis, celulose e papel. Entre os destaques positivos, Espírito Santo (18,3%), Amazonas (12,5%) e Goiás (11,7%) cresceram em dois dígitos, impulsionados sobretudo por indústrias extrativas, de informática, transporte e produtos químicos.

No acumulado do ano, o setor industrial brasileiro cresceu 0,8%, com dez dos dezoito locais pesquisados registrando expansão. Espírito Santo (8,6%), Rio de Janeiro (4,6%) e Pará (3,8%) lideram o desempenho anual, com forte contribuição das indústrias extrativas. No sentido oposto, Mato Grosso do Sul (-13,5%) e Rio Grande do Norte (-12,7%) registram as quedas mais expressivas no período de janeiro a outubro de 2025, pressionados pela desaceleração em setores de biocombustíveis e derivados de petróleo.

No acumulado em doze meses, a produção industrial cresceu 0,9%, mas com perda de ritmo em comparação aos meses anteriores. Doze dos dezoito locais pesquisados mostraram redução no dinamismo em relação a setembro de 2025, com destaque para as quedas observadas em Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Paraná, Santa Catarina e São Paulo. Por outro lado, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Goiás e Amazonas apresentaram melhora no desempenho.

Os efeitos desse conjunto de indicadores tendem a refletir um momento de cautela no mercado de ações, câmbio e juros. A heterogeneidade regional indica que segmentos industriais seguem enfrentando desafios estruturais, sobretudo aqueles ligados a combustíveis e derivados, ao passo que setores extrativos e de tecnologia sustentam parte do avanço. Para investidores, o panorama reforça a necessidade de acompanhar regiões e setores específicos, especialmente diante das oscilações de produção que podem influenciar empresas com forte atuação industrial.

(ibge)

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