A nova estimativa do IBGE para a safra brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas de 2025 projeta um cenário de forte expansão, consolidando o Brasil como uma das potências agrícolas globais. Em novembro, a produção estimada atingiu 345,9 milhões de toneladas, avanço de 18,2% frente a 2024 e ligeiro aumento de 0,1% em relação ao levantamento de outubro. A área a ser colhida também cresceu, chegando a 81,5 milhões de hectares, alta de 3,1% na comparação anual.

O levantamento reforça a importância de arroz, milho e soja, que somam 92,5% da produção estimada e quase 88% da área cultivada. Na comparação anual, destacaram-se os avanços de área do algodão herbáceo (5,8%), arroz em casca (10,9%), soja (3,6%), milho total (4,2%) e sorgo (16%). Houve reduções nas áreas de feijão (-7%) e trigo (-18,6%). Em termos de produção, os maiores crescimentos foram registrados no sorgo (35,4%), milho total (23,5%), arroz (18,8%), soja (14,5%) e algodão herbáceo (11,5%). O feijão foi a única cultura com queda anual (-3%).

Para 2026, a perspectiva inicial indica leve acomodação do volume total, com estimativa de 335,7 milhões de toneladas, queda de 3% ante 2025. Esse movimento é explicado principalmente pelo recuo previsto para o milho (-6,8%), arroz (-8%), algodão herbáceo (-11,6%), trigo (-4%) e sorgo (-14,6%). A soja, por sua vez, deve alcançar 166 milhões de toneladas, mantendo-se como carro-chefe do agronegócio brasileiro.

O desempenho regional também chamou atenção: todas as cinco regiões do País registraram crescimento anual, com destaque para Centro-Oeste (23,6%) e Norte (21,9%). A variação mensal também foi positiva no Sul, Sudeste e Norte. O Mato Grosso continua líder absoluto, com 32% da produção nacional, seguido por Paraná, Goiás, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais — que juntos somam 79,7% do total.

No comparativo mensal, as maiores altas vieram de sorgo, cevada, algodão herbáceo, trigo, aveia e milho segunda safra — culturas beneficiadas por ajustes positivos de produtividade e condições climáticas mais favoráveis em algumas regiões. Por outro lado, castanha-de-caju, feijão e milho primeira safra registraram reduções.

Entre as culturas detalhadas, o algodão herbáceo alcançou nova máxima histórica do IBGE, com 9,9 milhões de toneladas. A produção baiana, segunda maior do País, foi impactada por variações de chuvas e infestações por pragas, como mosca branca e lagartas. A castanha-de-caju sofreu retração expressiva devido à forte dependência de chuvas regulares no semiárido e à presença de doenças como antracnose. Já os cereais de inverno registraram desempenhos mistos, com trigo subindo 5,1% na comparação anual, mas ainda enfrentando desafios de rentabilidade e clima. A aveia cresceu 28,2% e a cevada saltou 45,9%, apoiada especialmente no avanço da produção no Paraná.

O feijão, cultura tradicionalmente segmentada em três safras, apresentou queda leve nas estimativas totais, somando 3 milhões de toneladas em 2025. O Paraná segue liderando com folga, enquanto oscilações climáticas no Nordeste provocaram recuos importantes na região.

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