Fibria ainda está na briga pela Eldorado
01 Agosto 2017 - 10:04AM
ADVFN News
A companhia brasileira Fibria (BOV:FIBR3), maior companhia de
celulose do mundo, tem uma proposta na manga para comprar a
concorrente Eldorado, que pertence à família Batista, caso as
negociações em curso com o grupo chileno Arauco não avancem, apurou
a reportagem.
Fontes a par do assunto afirmaram que o grupo brasileiro
aguarda o fim do acordo de exclusividade entre Eldorado e
Arauco, valido até a meia-noite de quinta-feira, para formalizar
sua oferta. A Eldorado fechou, no fim de junho, um acordo de
exclusividade com a Arauco por 45 dias. Nesse acordo, segundo
fontes de mercado, o grupo chileno teria se comprometido a pagar
US$ 4 bilhões pelo negócio.
A companhia chilena, então, começou a fazer o processo de due
dilligence (auditoria) na empresa. Nos últimos dias, contudo, a
família Batista teria sinalizado à Fibria, que tem o grupo
Votorantim e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social (BNDES) como acionistas, que poderia analisar uma
proposta do concorrente brasileiro, afirmaram duas fontes à
reportagem.
A companhia chilena Arauco é assessorada pelo banco Santander. A
aquisição da Eldorado pela Arauco é considerada estratégica para o
grupo chileno ganhar mais relevância no mercado internacional.
Procurada, a Arauco não retornou os pedidos de entrevista.
Expansão
Para a Fibria, a compra do rival traz sinergia ao grupo, uma vez
que a fábrica da Eldorado está localizada em Três Lagoas (MS),
mesma cidade onde a Fibria está instalada. Procurada, a assessoria
da Fibria informou, por meio de nota, que “a companhia já
manifestou que tem interesse nos ativos da Eldorado Celulose, mas
não fez, até o momento, nenhuma proposta vinculante pela empresa.
Da parte da Fibria, aguardamos o fim do período de exclusividade da
negociação anunciado pela Eldorado Celulose com outra companhia
para nos manifestarmos.”
Já a holding J&F afirmou que “não comenta a venda de ativos
além das informações públicas e respeita os contratos de
exclusividade em andamento”. Com dívida líquida de cerca de R$ 8
bilhões, a Eldorado também tem os fundos de pensão Funcef (Caixa) e
Petros (da Petrobrás) como acionistas. Funcef e Petros fazem parte
do fundo de investimento (FIP) Florestal, que também tem a J&F,
holding dos irmãos Batista, como sócio.
De acordo com uma fonte do mercado financeiro, que preferiu não
identificar, se a Eldorado for vendida a uma companhia de capital
fechado – caso da Arauco -, a chance de saída dos fundos de pensão
do negócio é menor. Se a compra for feita por um grupo com ações em
Bolsa, caso da Fibria, a saída do negócio deve ocorrer mais
rapidamente. Com a queda recente do dólar, a companhia está
avaliada entre R$ 12 bilhões e R$ 13 bilhões, disseram
fontes.
Fonte: O Estado de S. Paulo.