Céu de brigadeiro para Embraer está com os dias contados
17 Outubro 2017 - 11:31AM
ADVFN News
A associação entre as fabricantes de aeronaves Airbus e
Bombardier no programa de jatos comerciais CSeries acirra a
competição no segmento com a Embraer
(BOV:EMBR3). A cartada fortalece a recomendação de
‘venda’ atribuída pela Bradesco Corretora às ações
da brasileira, mas a equipe do BTG Pactual vê
elementos para comprar em caso de queda forte na Bolsa.
A transação coloca o CSeries – principal rival da Embraer no
mercado de aviões com 100 a 150 assentos – em outro patamar, se
beneficiando do porte e distribuição da europeia Airbus, dona de
uma planta industrial no Alabama, nos Estados Unidos. Isso é
especialmente relevante ao se considerar que o governo americano
chegou a impor uma tarifa de 220% à canadense Bombardier por conta
de acusações de dumping apresentadas pela Boeing.
Com isso, “o CSeries agora representa uma ameaça maior à
liderança de mercado da Embraer”, escrevem os analistas do BTG
Renato Mimica e Samuel Alves, em relatório divulgado nesta
terça-feira (17). É “mais um gigante” entrando na briga, notam
Victor Mizusaki e Aloisio Lemos, da Bradesco Corretora, que
estipulam preço-alvo de R$ 14,00 à ação EMBR3.
Nesta sessão, na Bolsa brasileira (B3), os papéis da Embraer
registravam queda de 3,71%, cotados a R$ 16,37, enquanto o Ibovespa
exibia desvalorização de 0,08%, aos 76.828 pontos.
Apesar da notícia negativa, a dupla do BTG olha para o
copo meio cheio. Para eles, além de mostrar o interesse pelo
mercado de 100 a 150 assentos, o negócio tende a trazer mais
racionalidade de preços no longo prazo – a Bombardier é
considerada agressiva comercialmente.
Além disso, cresce a importância estratégica da Embraer para a
Boeing, cujo portfólio pode ser complementado pela brasileira. “As
companhias já possuem algumas alianças e nós não descartamos um
cenário no qual elas criem laços ainda mais maiores no longo
prazo.”
Venda
Mizusaki e Lemos, por sua vez, reiteram fatores para
justificar o viés negativo aos papéis da Embraer: “Reduzida
carteira de pedidos (backlog) de jatos da família E1 (geração atual
da aeronave) a ser entregue em 2018, o que poderia frustrar as
expectativas de mercado com os resultados futuros e preços
voláteis do petróleo, que poderiam continuar a adiar as decisões
das companhias aéreas sobre a renovação de suas frotas, aumentando
a concorrência com os Boeing 737 e os Airbus A320.”
Fonte: Money Times
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