A entrada da Amazon (BOV:AMZO34) trouxe calafrios para as principais empresas brasileiras do varejo online que têm nos últimos anos avançado no segmento marketplace. Um exemplo desse impacto pode ser avaliado na bolsa nesta terça-feira (17).

As ações do Magazine Luiz (MGLU3) teve queda de 7,94%, enquanto as da B2W (BTOW3), dona da Americanas.com, caiu 5,6%. Na semana, ambas tiveram baixas da ordem de 20%. Hoje, contudo, os papéis se recuperam fortemente, com altas de 8%, com o mercado avaliando a estreia como “tímida”.

Em um levantamento feito pelo BTG Pactual, os analistas identificaram que o ambiente de venda de eletrônicos da empresa possui em torno de 150 vendedores. O número é tímido perto dos números dos concorrentes – B2W tem mais de 6 mil e o Magazine Luiza mais de 250, segundo os dados do segundo trimestre.

Os analistas Fabio Monteiro e Luiz Guanais encontraram uma boa variedade de produtos, mas promoções agressivas em apenas 34 deles e com validade de apenas uma semana. Para alguns equipamentos eletrônicos, como TVs e câmeras, os parceiros estão oferecendo a venda em até 10 parcelas sem juros. Nenhum produto, exceto livros, é enviado sem a cobrança do frete.

“Até agora, nada para se ficar preocupado, em nossa visão”, explicam Monteiro e Guanais. Eles mantiveram conversas com parceiros da Amazon nos últimos dias e descobriram que o valor cobrado por ela é o mesmo dos outros: 10%. Até o final do mês, a expectativa é de que os vendedores cheguem a 200.

“O principal diferencial até agora é que a Amazon está fornecendo aos vendedores uma integração muito simples ferramenta e uma ferramenta de inteligência de negócios superior (principalmente relacionadas ao monitoramento de preços e de concorrentes)”, indica o BTG Pactual.

Longo prazo

Enquanto a Amazon ainda está tímida no mercado, o mesmo não se pode dizer quando o horizonte analisado é um pouco maior, como ressalta o Citi em uma análise enviada a clientes hoje. “No segundo trimestre de 2017, apenas dois anos após a sua entrada no México, a margem de contribuição do Mercado Livre, o maior competidor na região, se tornou negativa. Também, em experiências anteriores a Amazon foi capaz de se adaptar a diferentes realidades, com a Índia, um país com questões mais complexas que a do Brasil, um bom exemplo para isto”, avalia a analista Paola Mello.

Para ela, a B2W será a companhia mais afetada, por conta de suas margens mais apertadas. Já a Via Varejo (VVAR11), dona do Ponto Frio, tem a vantagem de ser a maior em eletrônicos no Brasil (duas vezes maior do que o Magazine Luiza), o que lhe confere maior poder de negociação, e produtos financeiros nas lojas físicas que ajudam aos clientes comprarem produtos, tendo em vista o baixo poder aquisitivo do brasileiro.

Fonte: Money Times

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