CSN vende fábrica nos EUA por R$ 1,8 bi, mas impacto na dívida é pequeno; Usiminas sobe preço do aço
02 Julho 2018 - 10:28AM
ADVFN News
Na última sexta-feira, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN)
(BOV:CSNA3) anunciou que concluiu a venda da totalidade de sua
participação na CSN LLC, empresa localizada nos EUA, para a Steel
Dynamics, por US$ 400 milhões. O negócio já havia sido anunciado em
14 de maio, junto com os resultados do 1° trimestre, e, portanto,
não deve trazer grande impulso para os papéis da companhia hoje,
lembra a corretora Coinvalores. Além disso, ainda que a venda seja
importante para dar fôlego financeiro para a companhia, seu impacto
é pequeno, de aproximadamente R$ 1,800 bilhão, frente a uma dívida
líquida de R$ 26.5 bilhões, levando a relação dívida líquida/ lucro
antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) dos
atuais 5,8 vezes para 5,4 vezes, um nível ainda bastante elevado,
diz a corretora.
A Guide Investimentos vê a notícia como positiva, já que
a alavancagem financeira da CSN é um dos principais pontos
negativos da companhia. A CSN vem somando esforços na venda de
ativos para reduzir o alto nível de endividamento e tornar o
negócio mais sustentável. “Ainda assim, a notícia é positiva, e
deve refletir de forma positiva na sessão de hoje”, acredita a
Guide.
A corretora lembra que a conclusão da venda da subsidiária
americana vai em linha com a estratégia de desalavancagem
financeira da CSN, que tem como meta, em seu plano de
desinvestimento, atingir 3,5 vezes a relação Dívida Líquida/ Ebidta
até 2019. Em março, a gestão deixou clara a pretensão de levantar
entre R$ 2 bilhões e R$ 3 bilhões com venda de ativos este ano. A
CSN tem buscado focar em ativos mais rentáveis e reorganizar seu
portfólio.
Usiminas reajuste aço
Ainda no setor de siderurgia, o presidente da Usiminas,
Sérgio Leite de Andrade, disse na sexta-feira que a empresa vai
elevar os preços de seus aços laminados em cerca de 10% neste mês.
Os aumentos, informou, foram anunciados para serem aplicados em
junho, mas não chegaram a ser implementados devido à greve dos
caminhoneiros. Andrade disse ainda que a gestão de preços da
Usiminas considera um “ponto de equilíbrio” entre o produto
importado colocado em São Paulo e o preço cobrado pela siderúrgica
nesse mercado. No total, a empresa tem cerca de 400 clientes
industriais.
Para a Guide Investimentos, o impacto é marginalmente positivo.
Embora já esperado pelo mercado, a notícia deve ser bem recebida. A
corretora diz que segue otimista com a Usiminas. A estratégia de
preços, alinhada com a recuperação dos volumes de vendas, continuam
a contribuir nos resultados. Assim, a empresa vem apresentando
crescimento do Ebitda, e consequentemente redução de sua
alavancagem financeira.
Para o longo prazo, a Guide diz que considera que o ambiente
econômico doméstico mais favorável, com níveis de confiança se
recuperando, combinado a taxa de juros em patamares mais baixos,
podem levar a uma demanda de aço acima do esperado e beneficiar os
resultados da Usiminas. O aumento da demanda diminuiria também
parte da ociosidade das operações, e diluiria significativamente os
custos fixos da companhia. Para enfrentar o período mais
desfavorável da economia doméstica, a Usiminas vem buscando
melhorar seu fluxo de caixa para tornar a empresa mais saudável
financeiramente.
A Guide diz que vê um cenário positivo para Usiminas, em meio:
(i) aumento dos preços internacionais do aço, tendo espaço para
novos reajustes no mercado interno; (ii) aumento do volume de
vendas em função da retomada da atividade econômica local; (iii)
continuidade no controle de custos e despesas.
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