Reestruturação da Gol enfraquece direitos dos minoritários da Smiles
17 Outubro 2018 - 10:50AM
ADVFN News
A planejada incorporação da Smiles (BOV:SMLS3)
pela Gol (BOV:GOLL4) num negócio pago
com dinheiro e ações vai forçar os acionistas minoritários da
empresa de redes de fidelidade de clientes a receberem ações da Gol
com direito de voto menos abrangente do que tinham, segundo
documentos relacionados à transação e cinco fontes com conhecimento
do assunto.
As ações da Smiles despencaram 40% na segunda-feira, depois do
anúncio da transação, com minoritários enfrentando a incerteza em
relação ao preço estabelecido para a companhia.
A Smiles é listada no Novo Mercado da B3, que proíbe a estrutura
societária comum com grande volume de ações preferenciais sem
direito a voto e um pequeno número de ações ordinárias com direitos
votantes para os controladores. No Novo Mercado as empresas podem
ter apenas ações ordinárias e só podem ser adquiridas em dinheiro
ou ações de empresas também listadas no segmento ou com nível de
governança semelhante.
Mas essa é a estrutura de capital da Gol, na qual todas as ações
com direito a voto são controladas pela família do fundador
Constantino de Oliveira Junior por meio de um veículo de
investimento chamado Volluto, para atender a restrições legais de
participação de investidores estrangeiros em companhias aéreas
brasileiras. Outras participações, incluindouma fatia de 12% detida
pela Delta Air Lines,correspondem a ações preferenciais.
Sob a nova estrutura pretendida pela Gol, a companhia aérea vai
migrar para o Novo Mercado após a incorporação da Smiles.
Compradores listados em outros segmentos da B3 são obrigadosa fazer
oferta em dinheiro aos minoritários para deslistagem, como a usada
pela Latam para incorporar seu programa de fidelidade Multiplus.
Uma transação como essa seria difícil para a Gol, que tem 600
milhões de reais em caixa e dívida líquida ajustada de R$ 12,1
bilhões. A Smiles tem um valor de mercado de R$ 3,9 bilhões
atualmente.
Com Reuters.