Klabin espera obter preços maiores de celulose após fim de contrato com Fibria
30 Novembro 2018 - 1:50PM
ADVFN News
A Klabin (BOV:KLBN11) espera conseguir
aumento de 5% no preço da celulose que passará a vender diretamente
a clientes na Europa e na Ásia a partir do primeiro trimestre do
ano que vem, após o fim do contrato de fornecimento do produto para
a rival Fibria, que está sendo incorporada pela
Suzano.
“Não vamos focar em grandes contas. Vamos focar em clientes de
até 100 mil toneladas por ano. A média dos contratos deve ser de 12
mil a 50 mil toneladas por ano, o que traz oportunidade
significativa de trazer valor para a companhia por meio de um maior
preço médio de venda”, disse o diretor comercial de papéis da
Klabin, Flavio Deganutti, em apresentação a investidores e
analistas nesta sexta-feira.
“Com 900 mil toneladas de volume adicional, não precisamos estar
alinhados com grandes contratos. Estimamos ter 5% de aumento no
preço”, disse Deganutti, referindo-se ao volume do contrato
acertado com a Fibria em 2015 e que foi rompido na véspera, como
condição para que a União Europeia aprove a incorporação da Fibria
pela Suzano.
Segundo executivos da Klabin, o fim do fornecimento de celulose
para a Fibria ocorrerá ao longo dos próximos cinco meses e não deve
afetar o mercado como um todo, uma vez que as 900 mil toneladas já
estão sendo comercializadas.
Sobre os investimentos futuros, o presidente da Klabin,
Cristiano Teixeira, afirmou que a diretoria da companhia segue
trabalhando em plano que envolve a instalação de duas novas
máquinas de papel pela companhia, que devem entrar em operação em
2021 e 2023, algo que pode consumir investimentos de cerca de 2
bilhões de dólares.
Teixeira disse que a diretoria, que está analisando há meses o
plano de investimento, está focada em tornar uma das máquinas mais
flexível, sendo capaz de produzir papel kraftliner ou papel-cartão,
dependendo das condições de mercado que tragam melhor retorno para
a companhia.
“Por causa dessa flexibilidade que queremos conseguir
(…)seguramos um pouco para estudarmos melhor”, disse o executivo,
sem dar prazo sobre quando o plano finalizado será entregue ao
conselho de administração da Klabin para aprovação.
Por ora, o plano envolve uma máquina de papel de gramatura
baixa, de 80 a 90 gramas, com foco em competitivdade no mercado
industrial, disse Teixeira. A segunda máquina será capaz de
trabalhar com gramaturas mais pesadas, de 200 a 400 gramas, afirmou
o executivo.
Questionado sobre oportunidades de fusão e aquisição no Brasil,
o presidente da Klabin afirmou que a companhia não tem um par
complementar como a Suzano teve ao conseguir fechar acordo para
incorporar a Fibria e, por isso, aproveitará oportunidades apenas
se os preços forem baixos.
“A capacidade de geração de valor que existe na fusão de Suzano
e Fibria é enorme, talvez uma das maiores do mundo. Isso não é tão
óbvio para a Klabin. Não temos um par tão evidente no Brasil ou
América Latina (…) mas se tiver oportunidade de preço baixo a gente
entra, caso contrário não seremos agressivos em consolidação.”
As units da Klabin exibiam queda de 0,29% às 11h40, enquanto o
Ibovespa tinha oscilação positiva de 0,06%.
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