Parte de acionistas da CCR rejeita pagar por delação de ex-executivos
22 Abril 2019 - 3:11PM
ADVFN News
A maioria dos acionistas da concessionária de infraestrutura
CCR (BOV:CCRO3) que votou a distância na
assembleia geral extraordinária (AGE) desta segunda-feira rejeitou
o chamado “plano de incentivo à colaboração”, que prevê, entre
outros pontos, o pagamento de R$ 71 milhões a ex-executivos
envolvidos em atos ilícitos.
De acordo com o boletim de votos, donos de 343.609.554 ações não
concordaram em ratificar o acordo, enquanto detentores de
108.485.101 papéis aprovaram a proposta. Também foi registrada a
abstenção de donos de 4.368.164 ações da companhia. A AGE da
empresa está marcada para as 14h de hoje.
A maior parte dos acionistas também rejeitou as demonstrações
financeiras de 2018, objeto de assembleia geral ordinária (AGO)
também marcada para esta segunda-feira.
Acionistas detentores de 233.788.645 votos rejeitaram as contas
do ano passado, enquanto donos de 33.946.433 papéis aprovaram os
resultados. Acionistas que possuem juntos 84.192.788 ações
resolveram abster-se.
Outra proposta que foi rejeitada pelos investidores que votaram
a distância foi a recondução de Ana Maria Penido Sant’Anna e de
Ricardo Coutinho de Sena, presidente e vice-presidente do conselho
de administração.
Duas das maiores empresas especializadas em orientar votos de
acionistas de companhias abertas, a Institutional Shareholder
Services (ISS) e a Glass Lewis, emitiram relatórios recomendando
aos investidores da CCR que não aprovassem o pagamento aos
ex-executivos, as contas de 2018 e a recondução dos atuais
presidente e vice-presidente do colegiado.
Pedido da CVM
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pediu à CCR uma lista
com os nomes dos 15 ex-executivos envolvidos. A autarquia também
solicitou que fossem informados os cargos exercidos por tais
pessoas, o período em que trabalharam na empresa e a relação de
cada um deles com os acionistas controladores.
O pedido foi feito no dia 9 de abril no âmbito do processo
aberto após reclamação do acionista minoritário Renato Chaves. No
dia 15 de abril, a CCR respondeu à solicitação, mas pediu à CVM que
os nomes dos executivos fossem mantidos em sigilo, alegando que os
acordos assinados com o Ministério Público não haviam sido
homologados pela Justiça.
As informações aparecem em documentos aos quais
o Valor teve acesso após pedido de
vistas na CVM. O processo segue aberto, conforme informações da
autarquia.
No dia 4 de abril, Chaves solicitou à CVM que não permita que os
acionistas controladores votem na assembleia marcada para esta
segunda-feira, às 14h. Entre as justificativas apontadas pelo
minoritário está a possibilidade de haver conflito de interesse,
uma vez que ainda não é claro se houve eventual responsabilidade
dos controladores nos casos investigados.
No mesmo documento em que enviou a lista de nomes, a CCR diz que
não foram encontrados no âmbito do trabalho de apuração do comitê
independente, nem reportado ao conselho de administração “quaisquer
fatos, evidências ou indícios de atos ilícitos praticados,
relacionados ou que tenham beneficiado os acionistas controladores
da companhia”.
Com Valor Econômico
CCR ON (BOV:CCRO3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024
CCR ON (BOV:CCRO3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2023 até Abr 2024