Ministério da Economia diz que privatização da Eletrobras terá outro modelo e pode arrecadar mais
09 Maio 2019 - 3:34PM
ADVFN News
O modelo de desestatização da Eletrobras
(BOV:ELET6) proposto pelo governo anterior não deverá
ser o adotado pela administração de Jair Bolsonaro, afirmou nesta
quinta-feira uma autoridade do Ministério da Economia, que avalia
que a União pode obter com a operação muito mais do que os R$ 12,2
bilhões previstos anteriormente.
“Pode ser mais (que R$ 12,2 bilhões) e estamos na formalização…
em conjunto com MME (Ministério de Minas e Energia) e BNDES na
discussão da Eletrobras”, declarou o secretário especial de Fazenda
do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, durante evento no Rio
de Janeiro.
Ainda que tenha dito que o modelo para a operação será diferente
daquele apresentado na administração de Michel Temer, Rodrigues não
revelou a jornalistas detalhes sobre o novo plano.
O projeto original para a desestatização da elétrica envolve a
emissão de novas ações da Eletrobras, reduzindo a fatia da União na
empresa para uma posição minoritária. Com os recursos da transação,
a Eletrobras pagaria uma outorga de R$ 12,2 bilhões ao Tesouro em
troca de renovar em condições mais vantajosas os contratos de suas
hidrelétricas.
Mas, diante das incertezas, esse montante já foi até retirado do
relatório de receitas e despesas da União de 2019.
Rodrigues disse ainda que o governo entende que o valor está
“subestimado”.
Uma das opções alternativas ao modelo proposto no governo
anterior envolveria repassar subsidiárias da estatal para a holding
de participações da Eletrobras, a Eletropar, que poderia então
conduzir vendas ou processo de capitalização dos ativos, disse à
Reuters uma fonte com conhecimento do assunto, no mês passado.
Se o governo seguir com a proposta da gestão anterior, de
capitalizar a Eletrobras, haveria um limite de 10% para a
participação de sócios no capital votante da companhia, o que faria
a operação atrair principalmente fundos de investimento, enquanto a
venda ou atração de parceiros para subsidiárias geraria interesse
entre grandes elétricas.
As principais subsidiárias da Eletrobras são Furnas, com
negócios principalmente no Sudeste e Centro-Oeste, e Chesf, que
foca as operações no Nordeste, além de Eletronorte e Eletrosul, com
atuação nas regiões Norte e Sul, respectivamente.
Com fortes ligações com políticos locais, essas subsidiárias
poderiam enfrentar dificuldades políticas maiores para uma
desestatização, segundo avaliação de fonte próxima às discussões
dentro da Eletrobras.
Com Reuters
ELETROBRAS PNB (BOV:ELET6)
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