Dona da Riachuelo credita fraco desempenho a problemas de gestão
15 Maio 2019 - 3:55PM
ADVFN News
A Guararapes (BOV:GUAR3), controladora da rede
varejista Riachuelo voltou a ter problemas no abastecimento no
primeiro trimestre, em parte por causa de rupturas nos pontos de
venda após mudanças na estratégia de distribuição, disse o comando
da empresa nesta quarta-feira, em teleconferência.
A companhia decidiu reorganizar a distribuição de suas coleções
nas lojas, após problemas já identificados no fim do ano passado,
quando sobrou produtos em unidades da rede. Isso levou a empresa,
neste ano, a “estressar” ao máximo o modelo atual, disse o
presidente Oswaldo Nunes.
“Tivemos um fraco trimestre por conta dessa questão de vendas,
mix e rupturas verificada no quarto trimestre de 2018 e no começo
deste ano decidimos tomar algumas medidas”, disse. “Em janeiro
decidimos distribuir coleções pelas lojas e com isso optamos por
estressar ao máximo a política de abastecimento das lojas, mantendo
um volume mínimo de itens [nos pontos] e usar os centros de
distribuição para reposição o mais rápido possível”, disse.
A empresa sinalizou aos analistas que a tentativa não funcionou
bem. “O que aprendemos é que uma velocidade máxima de reposição não
garante melhor mix em cada loja”, disse ele. “A realidade nos
mostrou que a ruptura ficou alta ainda”.
Em maio, a companhia decidiu rever de novo a estratégia e passou
a aumentar o volume de produtos enviados para as lojas, para
reduzir essa falta de mercadorias, que afeta vendas.
Além disso, a Guararapes deve manter investimento no mesmo
patamar do ano passado, mas com participação maior dos desembolsos
em tecnologia e inovação no valor total, disse Tulio Queiroz,
diretor financeiro. A empresa não mencionou números. O balanço do
primeiro trimestre mostra, porém, que no período o investimento
atingiu R$ 63 milhões, versus quase R$ 68 milhões um ano antes.
O executivo ainda mencionou que a receita da operação financeira
totalizou R$ 591 milhões no primeiro trimestre, 21% maior que o
mesmo período do ano anterior. O diretor disse que o nível de perda
das operações de empréstimo pessoal atingiu 22,5% — era 17,4% um
ano atrás. As despesas com perdas e com provisão para créditos de
liquidação duvidosa totalizaram R$ 230,7 milhões, alta de
54,5%.
O lucro liquido da empresa caiu 43% para R$ 29,3 milhões no 1º
trimestre de 2019. A receita líquida subiu 8,4%, para R$ 1,62
bilhão.
Com Valor Econômico
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