Petrobras diz que não abasteceu navios iranianos parados no PR devido a sanções dos EUA
19 Julho 2019 - 1:29PM
ADVFN News
A Petrobras (BOV:PETR4) confirmou
nesta sexta-feira (19) em comunicado ao mercado que não
abasteceu dois navios iranianos parados perto do porto de
Paranaguá, no Paraná, porque as embarcações e a empresa à qual elas
pertencem estão sob sanções dos Estados Unidos.
“Caso a Petrobras venha a abastecer esses navios, ficará sujeita
ao risco de ser incluída na mesma lista [de empresas sob sanções
norte-americanas], o que poderia ocasionar graves prejuízos à
companhia”, diz o texto.
Na nota, a petroleira disse ainda que “existem outras
fornecedoras de combustível no país” e que “mantém seu compromisso
em atender a demanda de seus clientes, desde que observadas as
normas aplicáveis e suas políticas de conformidade”.
Os EUA têm ampliado as sanções contra o Irã neste ano, com
o objetivo de sufocar a economia do país, com foco
principalmente no setor de petróleo. O Irã adota ações
militares e faz ameaças nucleares contra os americanos – o país
anunciou recentemente que vai aumentar seu estoque de urânio
enriquecido, superando o limite estabelecido num acordo
internacional em 2015.
Os navios, chamados Bavand e Termeh, vieram ao Brasil carregados
de ureia e deveriam retornar ao Irã com milho brasileiro. Eles
estão parados desde o início de junho. Segundo a Reuters, os
cargueiros pertencem à Sapid Shiping, que não respondeu a pedidos
de comentários.
Em nota, a Petrobras destacou que ureia é um produto “também
sujeito a sanções norte-americanas”.
O Bavand já carregado com 48 mil toneladas de milho e está
fundeado em frente ao porto de Paranguá. O Termeh ainda está vazio
e está a cerca de 20 quilômetros do porto. A carga é estimada em R$
45 milhões, de acordo com a GloboNews.
Em nota divulgada nesta sexta-feira, a exportadora que afreta
(aluga) os navios que estão parados afirma que a sanção não se
aplica a comida e produtos agrícolas.
A companhia chegou a conseguir uma liminar na Justiça ordenando
o abastecimento dos cargueiros, mas a decisão foi derrubada pelo
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli. A
decisão foi preliminar e será levada ao colegiado. O nome da
exportadora não foi divulgado porque esse processo corre em
sigilo.
“O combustível será usado para possibilitar a exportação de
milho. Ainda que a norma do Tesouro Americano fosse aplicada à
Petrobras, o transporte de alimentos é uma das exceções previstas
no que a lei americana chama de ‘Humanitarian Exception’, ou
exceção humanitária, que é uma licença geral para o transporte de
commodities agrícolas, comida, medicamentos e equipamentos
médicos”, diz o texto.
A companhia diz também que só a Petrobras pode fornecer o tipo
de combustível necessário porque ela é monopolista nesse segmento.
“Não há outras alternativas viáveis e seguras para o abastecimento
das embarcações”.
Navios de companhias multinacionais de outros países com milho
destinado ao Irã partiram sem problemas recentemente, segundo dados
marítimos.
O Irã é o maior comprador de milho brasileiro. No primeiro
semestre deste ano 2019, importou 2,5 milhões de toneladas do
cereal, praticamente o mesmo volume comprado no mesmo período do
ano passado.
O país asiático também é um dos principais importadores de soja
e carne bovina do Brasil.
Por G1
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