A elétrica EDP Brasil (BOV:ENBR3) teve lucro de R$ 188,9 milhões de reais no segundo trimestre, queda de 17% na comparação anual, principalmente por efeitos não recorrentes que impactaram positivamente os resultados em 2018, como a venda de pequenas hidrelétricas e um ressarcimento para sua termelétrica de Pecém.

A empresa, do grupo europeu Energias de Portugal, divulgou na noite de quarta-feira que teve lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 555,75 milhões de reais, recuo de 6,8% ante mesmo período de 2018.

O lucro líquido ajustado, desconsiderando efeitos não recorrentes, somou 164,7 milhões de reais, alta de 17,2% na comparação anual, enquanto o Ebitda ajustado foi de 519 milhões de reais, avanço de 11,8%.

“Não se pode esquecer que nós no ano passado vendemos nossas pequenas centrais hidrelétricas (PCHs)…e tivemos um ressarcimento por Pecém…temos que tirar esse fato, se não estaremos a comparar coisas não comparáveis”, disse à Reuters o presidente da EDP Brasil, Miguel Setas.

Ele destacou que o lucro líquido avançou 9,7% no primeiro semestre quando na comparação com os mesmos seis meses de 2018, mesmo se considerados os fatores não recorrentes.

Os investimentos da elétrica somaram 618,45 milhões de reais no segundo trimestre e cerca de 1 bilhão de reais no acumulado do ano, ambos com alta de mais de 160% na comparação anual.

Reação do mercado

Com os números pressionados, as ações da companhia têm perdas da 2,92% a R$ 18,98 na bolsa nesta quinta-feira.

O BTG Pactual mantém a recomendação de compra para o ativo, com preço-alvo de R$ 20,00, que é derivado do DCF descontado a uma taxa WACC real de 6,4% para o negócio de geração e de 6,1% para o segmento de distribuição

A Coinvalores destaca que o segmento de geração ficou pressionado neste trimestre, tanto por sua estratégia de alocar a maior parte da energia no segundo semestre quanto pela melhora das condições hidrológicas, que reduziu a necessidade de uso das termelétricas e o preço de venda no mercado de curto prazo.

Para os analistas, o resultado final, entretanto, sofreu com a maior despesa financeira no período. Para eles, a divulgação não deve exercer influência relevante sobre os papéis da companhia, uma vez que a prévia da última semana já sinalizou para um desempenho misto neste 2T19, com expectativa de um desempenho mais consistente no segundo semestre.