Após um mês de agosto extremamente volátil no mercado financeiro, com a cena externa ditando o rumo dos mercados e com uma leve queda de 0,7% do Ibovespa, o mercado financeiro inicia setembro com analistas não só atentos ao ambiente internacional, mas também a uma aprovação da reforma da Previdência cada vez mais próxima no Senado e de olho em uma nova queda da taxa Selic, potencialmente benéfica para os resultados das empresas.

Levantamento feito pelo InfoMoney com 11 casas de análise mostrou que a preferência para este mês recai sobre o setor financeiro, em bancos como Bradesco (BOV:BBDC4) e Itaú Unibanco (BOV:ITUB4), e empresas como B3 (BOV:B3SA3). Petrobras (PETR4) também seguiu entre as favoritas, com cinco recomendações, ainda em meio à expectativa de venda de ativos e da cessão onerosa.

Por conta do empate no número de recomendações, a lista de setembro conta com sete nomes (dois a mais que o normal). Companhias ligadas ao mercado doméstico fecham o grupo: CVC (BOV:CVCB3), em varejo, Localiza (BOV:RENT3), em transportes, e Rumo (BOV:RAIL3), em logística.

No mês passado, a lista completa de indicações contava com Petrobras, Bradesco, IRB (BOV:IRBR3), Vale (BOV:VALE3) e Pão de Açúcar (BOV:PCAR4). Confira a seguir as ações mais indicadas pelos analistas para setembro e as principais justificativas para as escolhas.

*Recomendações compiladas das carteiras de ações de XP Investimentos, Rico Investimentos, BB Investimentos, Santander Corretora, Guide, Coinvalores, Necton, BTG Pactual,Terra Investimentos, Genial e Bradesco Corretora.

Bradesco (BOV:BBDC3)

Na opinião da Necton Investimentos, Bradesco se encontra em um patamar mais atraente em relação aos pares, por conta de múltiplos mais baratos e por apresentar maior taxa de crescimento dos lucros.

A Terra Investimentos ainda destaca a atuação diversificada do banco, com serviços como seguros, previdência e capitalização, além do pagamento periódico de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) por parte da companhia.

Petrobras (BOV:PETR4)

De acordo com a XP Investimentos, as vendas de ativos da companhia são o grande destaque, com a possibilidade de gerar entre R$ 52 bilhões e R$ 57 bilhões em recursos com oito refinarias –, além de R$ 11 bilhões a R$ 13 bilhões com a venda de ativos de gás natural. Os analistas também destacam o leilão do excedente da cessão onerosa. “Vemos a Petrobras como excessivamente descontada em face de uma agenda positiva sem precedentes”, escreve a equipe de análise.

A equipe da Necton Investimentos, por sua vez, destaca que, embora o preço do barril de petróleo tenha sofrido pressões negativas nas últimas semanas, por conta de receios de uma desaceleração global e da guerra comercial entre EUA e China, o valor permanece por volta dos US$ 60, mantendo as expectativas em relação à receita da Petrobras ancoradas.

B3 (BOV:B3SA3)

As recomendação para os papéis da B3 estão baseadas no poder de diversificação da receita da companhia e na visão de um fluxo resiliente. Além disso, há uma expectativa de que os números operacionais da empresa continuem com um volume mais forte no segundo semestre, especialmente em ações (segmento Bovespa) e mercados futuros (segmento BM&F).

“Observamos uma janela bastante positiva do mercado acionário, que tende a favorecer as operações de emissões de ações, onde a B3 deve capturar o momento positivo para o mercado de capitais”, escreve a equipe de análise da Guide Corretora. A expectativa dos analistas é de que ocorram entre 20 e 30 operações, incluindo IPOs e follow-ons, até o fim de 2020.

CVC Brasil (BOV:CVCB3)

De acordo com a Santander Corretora, o segmento de turismo tem se mostrado resiliente dentro do contexto econômico atual e CVC se destaca por ser líder de mercado. Os analistas reforçam a diversificação de receita da empresa e a baixa necessidade de capital, bem como a escala e o poder de barganha que permitem à companhia praticar preços competitivos e ampliar a vantagem comercial sobre seus concorrentes.

Itaú Unibanco (BOV:ITUB4)

Para as ações de Itaú Unibanco, as casas de análise ressaltam o bom posicionamento dentro do setor bancário brasileiro, contribuindo para um maior aproveitamento pelo banco da retomada das concessões de crédito no país. Além disso, segundo a Santander Corretora, o atual excesso de capital do Itaú permite direcionar recursos para projetos que agreguem mais valor aos acionistas.

Localiza (BOV:RENT3)

Apesar de as ações da Localiza apresentarem ganhos da ordem de 59% em 2019, a XP Investimentos segue otimista com os papéis da companhia. Dentre as principais justificativas estão a maior capacidade de crescimento ante os concorrentes e a maior liberdade de precificação, além de um momento macroeconômico e setorial favorável, dada a Selic na mínima histórica.

Rumo (BOV:RAIL3)

A recomendação de Rumo, por sua vez, é sustentada por sinalizações de incentivo às concessões por parte do governo, pela conclusão da renovação antecipada da Malha Paulista no segundo semestre e pela expectativa de continuidade do ciclo de crescimento dos volumes de grãos nos próximos trimestres, aponta a equipe da Guide.

Em relatório, os analistas da casa ainda destacam que a empresa possui contratos comerciais com clientes que garantem a previsibilidade de 70% das receitas, por meio de volumes acordados antes do início da safra. “A Rumo consegue se defender da volatilidade do mercado e de influências externas – algo que torna o ativo relativamente mais defensivo na comparação com outros players do mercado”, observa a corretora, em relatório.

(Por InfoMoney)

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