As ações mais baratas da Bolsa em cada setor
16 Setembro 2019 - 02:16PM
ADVFN News
Em tempos de Bolsa em alta, investidores estão mais atentos às
oportunidades para pechinchar ativos. Uma boa medida para descobrir
se a ação de uma empresa está cara ou barata é o quanto os
acionistas estão dispostos a pagar pelo patrimônio líquido.
Dito isto, a divisão do preço de uma ação pelo Valor Patrimonial
por Ação (P/VPA) é um dos múltiplos mais usados pelos caçadores de
descontos ainda não precificados na Bolsa. Quanto mais baixo o
P/VPA de uma ação, mais descontado é seu preço. Em outras palavras,
o papel está sendo negociado por um preço abaixo do que valeria de
fato – a famosa barganha.
Quando esta relação está abaixo de 1, significa que o papel está
cotado abaixo do valor patrimonial da empresa. Do mesmo modo,
quando a relação é maior que 1, é um indicativo de que a ação pode
estar mais cara do que deveria. Os analistas costumam considerar,
também, os ativos mais descontados dentro de cada segmento.
A pedido de EXAME, a equipe de research da
Ativa Investimentos fez um levantamento exclusivo com as ações mais
baratas da Bolsa em cada setor. Segundo os analistas, não se deve
considerar apenas um múltiplo para tomar a decisão sobre a compra
de ações, de modo que eles são usados apenas como referências.
Veja abaixo quais são as ações mais “baratas” da Bolsa em cada
setor:
Setor: Petróleo
- Ação mais descontada: Petrobras
(BOV:PETR4)
- Preço/Valor patrimonial: 1,12x
- Por que está barata: Comparada a seus pares
internacionais (Shell, Total, Exxon, Chevron), a estatal de
petróleo brasileira apresenta a melhor relação entre o preço da
ação e seu valor patrimonial. No confronto com a PetroRio (PRIO3),
concorrente em menor escala nacional, ainda assim a Petrobras sai
vitoriosa neste tipo de comparação. “Trata-se sem dúvida de uma
empresa, cujos desinvestimentos e otimização operacional, podem
levar a um patamar ainda mais salutar”, destaca a equipe de
research da Ativa.
Setor: Utilities
- Ação mais descontada: Copel (BOV:CPLE6)
- Preço/Valor patrimonial: 0,85x
- Por que está barata: Mesmo com uma despesa
operacional superior a seus pares (Alupar, Eneva, Engie, Cemig,
Light etc), o time da Ativa chama atenção para o mix de geração,
transmissão e distribuição da companhia. A contratação de um banco
e escritório de advocacia para vender o controle da Copel Telecom
mostra que a empresa tem um enfoque claro e definido. “Seu relativo
desconto perante os pares talvez mostre uma desconfiança com o
passado da empresa, que vem sendo apagado com contínuas ações de
otimização, como redução de custos e diminuição de investimentos”,
completa a equipe.
Setor: Varejo de moda
- Ação mais descontada: Lojas Marisa
(BOV:AMAR3)
- Preço/Valor patrimonial: 1,91x
- Por que está barata: Após conquistar seu
espaço no varejo fast fashion, a rede arrumou a casa, mostrando
disposição para fechar lojas deficitárias e reestruturar equipes.
No entanto, os analistas da Ativa preferem Lojas Renner (LREN3)
dentro do setor. “É um dos destaques entre os pares do varejo,
mostrando soluções inteligentes e modernas para demandas do dia a
dia. Apesar dos múltiplos inflados, a companhia possui
excelentes fundamentos que podem ser um bom vetor de captura no
novo cenário econômico”.
Setor: Carnes
- Ação mais descontada: JBS (BOV:JBSS3)
- Preço/Valor patrimonial: 2,78x
- Por que está barata: A JBS é dona de uma
operação extremamente grande, de um portfólio extenso e com marcas
fortes e atuação global, o que permite uma diversificação em
relação a riscos locais e a captura de um leque de oportunidades,
frisou a Ativa. Tem alta exposição ao dólar, tanto pelo faturamento
quanto pela dívida. “A empresa está passando por um processo de
desalavancagem, desfazendo-se de ativos e reduzindo seu
endividamento líquido. A geração de caixa, em relação aos seus
pares, juntamente com outros múltiplos do setor, direcionam nossa
visão positiva para o ativo”, acrescentaram os analistas.
Setor: Financeiro
- Ação mais descontada: Pine (BOV:PINE4)
- Preço/Valor patrimonial: 0,49x
- Por que está barata: O banco diz que trabalha
para aumentar sua base de clientes enquanto pulveriza riscos e
planeja vender ativos. Embora seja o papel mais descontado do
setor, não é o preferido da Ativa, que prefere o Itaú Unibanco
(ITUB4) por sua parte operacional, que costuma surpreender. “Apesar
de ter uma carteira de crédito já consolidada, o banco continua em
expansão”, diz a equipe de research. Com o bom histórico de
rentabilidade, mesmo após trimestres decepcionantes, o time
acredita que o banco pode retomar seus múltiplos hoje depreciados
com maior facilidade.
Setor: Shoppings
- Ação mais descontada: Alliansce –
Sonae (BOV:ALSO3)
- Preço/Valor patrimonial: 0,81x
- Por que está barata: Após a crise econômica,
as ações dos shoppings ficaram um bom tempo sem chamar atenção e a
Alliansce Sonae está entre as possível ações negociadas abaixo de
seu valor real. No entanto, a Ativa prefere os papéis da BrMalls,
que passa por uma readequação no portfólio, buscando resultados
mais rentáveis. “Com a venda de participações em mais sete ativos
não core, confiamos em sua estratégia”, defende a equipe da
corretora.. Destaca-se também a parceria com o Mercado Livre com
soluções de marketplace, integrando os negócios físico e
digital.
Setor: Siderurgia
- Ação mais descontada: Usiminas
(BOV:USIM5)
- Preço/Valor patrimonial: 0,63x
- Por que está barata: A recuperação econômica,
a crise da Argentina e a maior aversão ao risco, sobretudo nos
mercados siderúrgicos, pautam mais do que nunca o futuro da empresa
à dinamicidade da economia brasileira, aponta a Ativa. “Existe um
hiato entre os preços de aço praticados pela empresa e pelo mercado
externo e que pode ser melhor explorado”. Os analistas esperam um
súbito aumento do capital de giro este trimestre e índices
normalizados a partir do próximo balanço. “Ressaltamos que o papel
progredirá em correlação positiva à produtividade no cenário
nacional”.
Setor: Mineração
- Ação mais descontada: Vale (BOV:VALE3)
- Preço/Valor patrimonial: 1,46x
- Por que está barata: Comparada a seus pares
internacionais (Rio Tinto e BHP), a Vale é a mais descontada no
momento. Segundo a Ativa, a retomada da produção nas minas de
Brucutu e Vargem Grande cria condições para a companhia retomar os
níveis habituais de produção. “A assunção da quase totalidade dos
impactos de Brumadinho deve eximir o próximo balanço de efeitos não
recorrentes”, ressaltam os analistas, que não acreditam em uma
tarifação extra proposta na CPI de Brumadinho. “O risco de
médio/longo prazo está montado na estabilização da oferta de suas
concorrentes e por conseguinte, na queda do preço do minério, algo
que não acreditamos que ocorrerá no curto prazo”, finaliza o time
da corretora.
(Por Exame)
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