O Ibovespa caminha para fechar 2019 com um clima de otimismo no
mercado, próximo de sua máxima histórica, e, para a equipe da XP
Research, o próximo ano deve seguir no mesmo ritmo, com uma
projeção que o índice chegue a 140 mil pontos.
Em relatório,
os analistas apontam que o momento econômico do Brasil diminui a
percepção de risco e “melhora o custo de oportunidade para investir
em ações”. “Como referência, uma redução de 1 ponto percentual nas
taxas de desconto das empresas de nossa cobertura leva a uma alta
de 13% em nossos preços-alvo”, afirmam.
Além disso, a equipe da XP diz que os lucros das empresas também
devem ser impulsionados, com despesas financeiras ainda menores e
alavancagem operacional, como reflexo dos juros baixos e
crescimento em vias de aceleração.
Com isso, eles apontaram 10 ações dentro de sua área de
cobertura como as favoritas para 2020.
Veja as ações escolhidas:
Via Varejo (BOV:VVAR3)
A XP afirma que acredita que a Via Varejo oferece uma relação de
risco-retorno atraente, apesar de ter um risco relativamente alto
por conta do atual processo de reestruturação que ela passa.
“No geral, os resultados da empresa estão pressionados, após um
período de dificuldades operacionais que resultaram em um fraco
desempenho de vendas. No entanto, os resultados do terceiro
trimestre mostraram um progresso significativo feito pela nova
gestão da empresa”, afirmaram os analistas.
Vivara (BOV:VIVA3)
A companhia realizou seu IPO faz pouco tempo, e exatamente por
conta disso, os analistas afirmam que a empresa “está bem
capitalizada e pronta para acelerar o crescimento por meio de um
plano ambicioso de abrir 514 novas lojas nos próximos cinco
anos”.
Entre as projeções, a XP espera que a Vivara sustente um
crescimento robusto por mais tempo, com crescimento médio anual
para 2019-2022 de 23% em receita, 26% em EBITDA e 26% em lucro.
Iguatemi (BOV:IGTA3)
A XP diz ter uma visão positiva para o setor de shoppings
como um todo, baseada em três fatores:
(i) recuperação da atividade e das vendas do varejo, permitindo
gradual redução nos descontos concedidos aos lojistas nos contratos
de aluguel e crescimento do aluguel percentual (% das vendas das
lojas); (ii) penetração ainda baixa das vendas em shoppings como
percentual das vendas do varejo; e (iii) a eficiente adaptação dos
shoppings brasileiros à mudança estrutural nos hábitos dos
consumidores, via ajuste no mix de lojistas e crescentes
investimentos em tecnologia, aplicativos e plataformas.
A preferência pelas ações da Iguatemi é reflexo da combinação
entre múltiplos atrativos e portfólio resiliente em termos
relativos, afirmam os analistas.
Ecorodovias (BOV:ECOR3)
A tese positiva do setor é sustentada pelo cronograma
robusto de projetos de infraestrutura no Brasil nos próximos anos,
segundo a XP, com leilões do PPI, programas do governo e concessões
que expiram dentro dos próximos 5 anos.
“Com taxas de juros nas mínimas históricas e com dados de
tráfego apresentando crescimento sequencial, acreditamos que o
setor deverá continuar atrativo nos curto/médio prazo”, avaliam os
analistas.
A preferência pelas ações Ecorodovias é baseada nos múltiplos
mais atrativos na comparação com seus pares, na maior duração do
portfólio e no crescimento esperado superior nos indicadores
financeiros no curto/médio prazo, refletindo a aceleração do
tráfego aliada à maturação de ativos incorporados recentemente.
JBS (BOV:JBSS3)
Apesar da JBS ser a preferida, a XP acredita que o setor de
frigoríficos como um todo deve seguir impulsionado em 2020 pela
peste suína africana que atingiu a China. “Com a oferta chinesa de
proteínas ainda restrita devido aos efeitos da peste, os países
exportadores devem seguir beneficiados pelos preços mais altos no
mercado internacional”, explicam os analistas.
Dentre as principais empresas do setor, eles acreditam que a JBS
deve ser favorecida tanto no campo internacional quanto doméstico.
Quanto ao mercado norte-americano, ela deve permanecer favorecida
pela demanda mais aquecida, enquanto no Brasil está bem
posicionadas para se beneficiar dos efeitos de uma potencial
retomada da atividade econômica.
Petrobras (BOV:PETR3 (BOV:PETR4)
A XP segue com a mesma tese de investimento para a Petrobras
desde julho, com poucas mudanças nos comentários após a divulgação
do plano estratégico 2020-2024.
Para os analistas, a recomendação de compra das ações da
petroleira é baseada no elevado desconto que ela negocia em relação
aos níveis históricos e aos seus pares globais. “Na nossa visão,
isso não faz sentido dado o momento tão positivo da companhia”,
afirmam eles destacando ainda o plano de venda de ativos da
estatal.
Os preços-alvos para os papéis da companhia são de R$ 36 para os
preferenciais e R$ 35 para os ordinários.
Bradesco (BOV:BBDC4)
A XP vê o setor bancário beneficiado pela retomada da economia e
pela baixa estrutural na inadimplência, ajudando na continuidade do
aumento da carteira de crédito e melhora do mix com pessoas físicas
e PMEs.
Por outro lado, os analistas apontam alguns desafios para o
setor, como a Selic baixa por um longo período, que tende a
diminuir a margem financeira dos bancos, colocando um contrapeso
nos ganhos de volume e de mix. Há também o aumento da CSLL, de 15%
para 20%, que afetará o lucro dos bancos já no primeiro trimestre
de 2020.
Outros dois fatores que podem pesar para os bancos estão as
pressões regulatórias e a competição de novos entrantes, como
fintechs e plataformas de investimentos.
Com tudo isso em mente, o Bradesco foi escolhido como melhor
opção por ter a capilaridade necessária para atingir virtualmente
todo o país.
Vale (BOV:VALE3)
Segundo os analistas, as preocupações com o crescimento global e
o noticiário da guerra comercial entre EUA e China devem seguir no
foco dos investidores, que buscam entender as tendências para a
demanda por minério de ferro.
Para a XP, a continuidade do retorno das operações da Vale pode
colocar alguma pressão do lado da oferta enquanto o mercado
acompanha potenciais estímulos, como redução dos juros por parte da
China, que poderia sustentar a produção de aço. A expectativa é que
o minério de ferro volte gradualmente para os níveis de 2018,
em torno dos US$ 70 por tonelada.
No caso dos preços de aço no Brasil, um dólar mais alto e o
melhor cenário para demanda podem compensar eventual queda dos
preços internacionais, avaliam, ressaltando que a Vale tem um preço
atrativo e boa geração de caixa.
AES Tietê (BOV:TIET11) e EDP Energias do Brasil
(BOV:ENBR3)
No setor elétrico, a XP vê um risco de curto prazo de
desequilíbrio entre oferta e demanda gerado principalmente pelo
baixo volume de chuvas e a dependência do Brasil de fontes
hidrelétricas.
Segundo os analistas, entre outubro e novembro, as chuvas nos
reservatórios corresponderam apenas a 57% da média histórica, o que
pode pressionar os reservatórios no curto prazo caso não haja uma
recuperação no período de chuvas, que vai de dezembro a abril.
A preferência por AES Tietê e Energias do Brasil se dá por eles
acreditarem que os papéis das duas empresas “negociam com um maior
desconto em relação aos pares”.
VALE ON (BOV:VALE3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Fev 2024 até Mar 2024
VALE ON (BOV:VALE3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2023 até Mar 2024