Banco Indusval tem aval do Cade para entrar em comercialização de energia elétrica
13 Janeiro 2020 - 2:09PM
ADVFN News
O Banco Indusval (BOV:IDVL4) recebeu
autorização do órgão brasileiro de defesa da concorrência para uma
aquisição que mira viabilizar a entrada da instituição financeira
no mercado de comercialização de energia elétrica no Brasil.
O Indusval havia solicitado ao Conselho Administrativo de Defesa
Econômica (Cade) aval para a compra da Crípton Comercializadora de
Energia junto ao Grupo Matrix, que atua no setor de comercialização
e é controlado pelo grupo multinacional DXT Commodities.
O negócio foi aprovado “sem restrições” pelo Cade, de acordo com
despacho publicado no Diário Oficial da União desta
segunda-feira.
A transação acontece em momento aquecido no chamado mercado
livre de energia, segmento em que grandes consumidores, como
indústrias, podem negociar o suprimento de energia diretamente
junto a geradores e comercializadoras.
O número de comercializadoras de energia em operação no Brasil
saltou 19% entre janeiro e outubro, para 324 empresas, segundo
dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
A Crípton, alvo da aquisição do banco Indusval, ainda não possui
operações no mercado elétrico, de acordo com o parecer do Cade que
analisou a operação.
O negócio, no entanto, não é incomum— com o aquecimento do
mercado de comercialização, alguns empresários do ramo têm apostado
na criação de companhias “de prateleira” para posterior venda a
terceiros interessados em adentrar o ramo, segundo fontes do
setor.
“A operação faz parte da estratégia do Banco Indusval de
expandir seus negócios no Brasil, passando a atuar no setor de
comercialização de energia elétrica”, apontou o órgão estatal.
A expansão do mercado livre tem atraído novos investidores para
as operações de compra e venda de eletricidade. O banco Santander,
por exemplo, criou uma unidade de comercialização de energia no
final de 2018, enquanto a Cosan fechou em dezembro passado a
compra da Compass Energia por 95 milhões de reais.
O Itaú Unibanco também pretende entrar no segmento com a
criação de uma unidade de comercialização que será liderada pelo
ex-chefe da área no banco BTG Pactual, Oderval Duarte, segundo
reportagem do Valor Econômico nesta segunda-feira.
Já o Banco Indusval não possuía até o momento negócios em compra
e venda de energia, assim como seu controlador, o Grupo BI &
Partners, segundo a análise do Cade.
Tanto o controlador do banco quanto o Grupo Matrix tiveram
faturamento superior a 750 milhões de reais em 2018, mostraram os
documentos do órgão antitruste, que não detalham os números e nem
revelam o valor da aquisição da Crípton.