A Construtora e incorporadora MRV publicou a prévia do primeiro trimestre de 2020 e informou vendas líquidas de R$ 1,67 bilhão no período, uma expansão de 27,9% sobre igual período de 2019. Segundo a MRV, foi “o maior volume de vendas líquidas na história da companhia”.

As ações da MRV (BOV:MRVE3) fecharam em queda de 1,3% sendo cotada a R$ 13,29. Em 2020, as ações já desvalorizaram 38,10%.

O número de distratos no período recuou 27,8% sobre o primeiro trimestre de 2019, para 827 unidades. Os lançamentos da MRV no primeiro trimestre deste ano caíram 1% sobre igual período do ano passado, para R$ 1,08 bilhão. A empresa informou que vendeu 10.493 unidades no primeiro trimestre de 2020, o que totalizou as vendas líquidas de R$ 1,67 bilhão.

Já os lançamentos caíram, segundo a construtora mineira, porque a MRV “possui um estoque adequado na maior parte das praças em que atua, motivo pelo qual decidiu postergar os lançamentos nestas localidades”. A MRV constatou uma instabilidade nos repasses do governo federal nos recursos para o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) até março. Isto também foi observado por outras construtoras que trabalham no segmento popular, como a Tenda.

Segundo a MRV, os repasses foram normalizados em março, mas a empresa teve que fazer uma queima de caixa de R$ 183,5 milhões no trimestre. “Felizmente, a solução para os problemas do repasse do primeiro trimestre já foi alcançada. Outro efeito negativo, segundo a MRV, foi a epidemia do coronavírus, que levou à paralisação de 20% das obras em março”.

Recomendação do papel

O desempenho é ainda mais expressivo, quando se lembra que a MRV reduziu o número de lançamentos, a fim de dar vazão aos empreendimentos lançados no último trimestre de 2019, e o coronavírus levou ao fechamento dos estandes de venda em março, segundo análise do BTG Pactual.

Para o Credit Suisse a MRV decidiu contabilizar neste trimestre, como venda, os contratos de compra assinados com seus clientes. Antes, para ser considerado no balanço, o negócio deveria estar numa fase mais adiantada – a da assinatura do contrato de financiamento com o banco (chamada de “venda garantida”). A nova metodologia “permitiria, à companhia, contabilizar algumas vendas ainda dependentes da transferência de recebíveis de trimestres anteriores, quando a metodologia de venda garantida estava em vigor”.

“As vendas superaram as expectativas, mas, após vários trimestres de desempenho negativo de vendas, preferimos esperar por sinais mais consistentes de melhora, antes de sermos mais otimistas”, acrescenta o Credit Suisse.

 

O banco Bradesco BBI avaliou que os resultados trimestrais da MRV foram positivos, destacando as vendas líquidas de R$ 1,67 bilhão e um crescimento de 17% na velocidade das vendas. Segundo o BBI, infelizmente o ímpeto da empresa – e do setor inteiro – foi freado pela epidemia do coronavírus em março.

“Apesar das vendas terem sido fortes no primeiro trimestre, nós esperamos volumes mais baixos no segundo trimestre porque os estandes foram fechados com o avanço da pandemia do Covid-19. Por outro lado, nós ressaltamos que o segmento de renda mais baixa pode ser o mais resiliente em períodos duros como este”, avalia o BBI. O banco manteve a nota da ação MRVE3 como Neutra, com preço-alvo de R$ 16,00 para 2020, uma alta de 19% sobre o preço dos papéis ontem na B3.

O BTG Pactual mantém o otimismo, com recomendação de compra dos papéis e preço-alvo de R$ 23.

O Credit Suisse faz recomendação underperform e mantém preço-alvo em R$ 17,50.

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