MRV (MRVE3) publica prévia de vendas e ação cai 1,3%; Credit Suisse, BTG e BBI fazem recomendação
16 Abril 2020 - 5:37PM
ADVFN News
A Construtora e incorporadora MRV publicou a
prévia do primeiro trimestre de 2020 e informou vendas líquidas de
R$ 1,67 bilhão no período, uma expansão de 27,9% sobre igual
período de 2019. Segundo a MRV, foi “o maior volume de vendas
líquidas na história da companhia”.
As ações da MRV (BOV:MRVE3) fecharam em queda de 1,3% sendo
cotada a R$ 13,29. Em 2020, as ações já desvalorizaram 38,10%.
O número de distratos no período recuou 27,8% sobre o primeiro
trimestre de 2019, para 827 unidades. Os lançamentos da MRV no
primeiro trimestre deste ano caíram 1% sobre igual período do ano
passado, para R$ 1,08 bilhão. A empresa informou que vendeu 10.493
unidades no primeiro trimestre de 2020, o que totalizou as vendas
líquidas de R$ 1,67 bilhão.
Já os lançamentos caíram, segundo a construtora mineira, porque
a MRV “possui um estoque adequado na maior parte das praças em que
atua, motivo pelo qual decidiu postergar os lançamentos nestas
localidades”. A MRV constatou uma instabilidade nos repasses do
governo federal nos recursos para o programa Minha Casa, Minha Vida
(MCMV) até março. Isto também foi observado por outras construtoras
que trabalham no segmento popular, como a Tenda.
Segundo a MRV, os repasses foram normalizados em março, mas a
empresa teve que fazer uma queima de caixa de R$ 183,5 milhões no
trimestre. “Felizmente, a solução para os problemas do repasse do
primeiro trimestre já foi alcançada. Outro efeito negativo, segundo
a MRV, foi a epidemia do coronavírus, que levou à paralisação de
20% das obras em março”.
Recomendação do papel
O desempenho é ainda mais expressivo, quando se lembra que
a MRV reduziu o número de lançamentos, a fim de dar vazão aos
empreendimentos lançados no último trimestre de 2019, e o
coronavírus levou ao fechamento dos estandes de venda em março,
segundo análise do BTG Pactual.
Para o Credit Suisse a MRV decidiu contabilizar neste
trimestre, como venda, os contratos de compra assinados com seus
clientes. Antes, para ser considerado no balanço, o negócio deveria
estar numa fase mais adiantada – a da assinatura do contrato de
financiamento com o banco (chamada de “venda garantida”).
A nova metodologia “permitiria, à companhia, contabilizar
algumas vendas ainda dependentes da transferência de recebíveis de
trimestres anteriores, quando a metodologia de venda garantida
estava em vigor”.
“As vendas superaram as expectativas, mas, após vários
trimestres de desempenho negativo de vendas, preferimos esperar por
sinais mais consistentes de melhora, antes de sermos mais
otimistas”, acrescenta o Credit Suisse.
O banco Bradesco BBI avaliou que os resultados trimestrais da
MRV foram positivos, destacando as vendas líquidas de R$ 1,67
bilhão e um crescimento de 17% na velocidade das vendas. Segundo o
BBI, infelizmente o ímpeto da empresa – e do setor inteiro – foi
freado pela epidemia do coronavírus em março.
“Apesar das vendas terem sido fortes no primeiro trimestre, nós
esperamos volumes mais baixos no segundo trimestre porque os
estandes foram fechados com o avanço da pandemia do Covid-19. Por
outro lado, nós ressaltamos que o segmento de renda mais baixa pode
ser o mais resiliente em períodos duros como este”, avalia o BBI. O
banco manteve a nota da ação MRVE3 como Neutra, com preço-alvo de
R$ 16,00 para 2020, uma alta de 19% sobre o preço dos papéis ontem
na B3.
O BTG Pactual mantém o otimismo, com recomendação de compra
dos papéis e preço-alvo de R$ 23.
O Credit Suisse faz recomendação underperform e mantém
preço-alvo em R$ 17,50.
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