Aliansce Sonae (ALSO3): ‘Caiu um meteoro em cima dos shopping centers’, diz presidente
04 Maio 2020 - 2:33PM
ADVFN News
O presidente da Aliansce Sonae
(BOV:ALSO3), Rafael Sales, afirma que o setor de shopping
centers foi um dos mais prejudicados pela crise gerada pela
pandemia de coronavírus no País. Segundo
ele, que administra uma companhia que tem 39 centros comerciais,
caiu um “meteoro” sobre os shoppings. “Tivemos 100% de paralisação.
Isso não ocorreu nem com as companhias aéreas, que ainda mantiveram
alguns voos.” A empresa possui shopping centers em 13 Estados. Em
São Paulo, a rede opera 10 estabelecimentos, como o Shopping
Metrópole e o West Plaza.
Com a expectativa ainda turva de retomada do setor – em São
Paulo, por exemplo, a retomada do comércio deve excluir a capital e
cidades de maior porte –, a companhia tenta entender quando poderá
começar a frear os auxílios a seus locatários, como perdão de
aluguéis e redução dos valores de condomínio. “A gente precisa de
liquidez para manter os empregos.”
O presidente da Aliansce Sonae, Rafael
Sales, afirma que o setor de shopping centers foi um dos mais
prejudicados pela crise gerada pela pandemia
de coronavírus no País. Segundo ele, que
administra uma companhia que tem 39 centros comerciais, caiu um
“meteoro” sobre os shoppings. “Tivemos 100% de paralisação. Isso
não ocorreu nem com as companhias aéreas, que ainda mantiveram
alguns voos.” A empresa possui shopping centers em 13 Estados. Em
São Paulo, a rede opera 10 estabelecimentos, como o Shopping
Metrópole e o West Plaza.
Com a expectativa ainda turva de retomada do setor – em São
Paulo, por exemplo, a retomada do comércio deve excluir a capital e
cidades de maior porte –, a companhia tenta entender quando poderá
começar a frear os auxílios a seus locatários, como perdão de
aluguéis e redução dos valores de condomínio. “A gente precisa de
liquidez para manter os empregos.”
Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista:
Como o setor está acompanhando o cenário de reabertura da
economia?
É indiscutível que a indústria de shoppings e o varejo
encontram-se entre os segmentos da economia mais prejudicadas pelas
medidas de combate à covid-19 que, apesar de necessárias e contarem
com nosso apoio, afetam de forma severa a capacidade de geração de
recursos do nosso setor. Temos de seguir a ciência, mas temos
monitorado o que está ocorrendo na Ásia – especialmente na China,
onde os shoppings estão abertos há algum tempo. Os shoppings, no
Brasil, só costumam ter aglomerações em alguns fins de semana, em
datas especiais. Então, criamos um protocolo, com apoio de um
infectologista, para retomarmos as operações. Por aqui, a
reabertura dos nossos shoppings já acontece de forma gradual,
levando em conta a evolução da pandemia em cada local.
O coronavírus chegou em um ano em que se esperava recuperação
da economia. Como isso afetou o setor?
O Brasil mal teve tempo de sair da recessão e já enfrentamos um
problema desse tamanho, que é global. No ano passado, tivemos na
Aliansce Sonae a ocupação ou substituição de locatário de 750 lojas
nos nossos 39 shopping centers. E a maior parte desses lojistas é
de pequenos empreendedores ou donos de franquias, que não têm
recebido apoio suficiente de governos e dos bancos, pelo que temos
acompanhado junto com eles. É um grande banho de água fria para o
setor.
Como está a renegociação com os lojistas?
A gente se antecipou. Estamos colaborando com mais R$ 300
milhões para dar suporte ao varejo, com medidas como a isenção do
aluguel de abril, desconto de 50% no aluguel de março e
parcelamento desta outra metade em seis vezes, a partir de outubro.
Também conseguimos reduzir o impacto no fluxo de caixa com
descontos progressivos nas taxas condominiais, que já estão em 50%.
Para o Dia das Mães, segunda data mais importante para o varejo,
estamos criando uma página nos sites e redes sociais de cada um dos
nossos shoppings, indicando as lojas que fazem venda online ou via
Whatsapp. Até semana que vem, esperamos que todos os nossos
shoppings já estejam entregando produtos nos seus estacionamentos,
no formato drive thru.
Já se sabe o tamanho do problema para o varejo?
O mercado simplesmente parou de funcionar. Não foi como nas
outras recessões em que o lojista tinha, por exemplo, uma grande
queda de 10% nas vendas. Esperamos financiamentos e reduções de
impostos para o setor. A gente precisa de liquidez para manter os
empregos, até porque muitos lojistas vêm tendo dificuldade para
acessar linhas de crédito que tinham antes da pandemia. Como disse
o presidente da nossa associação, Glauco Humai, citando o Paulo
Guedes (ministro da Economia), se caiu um meteoro sobre o Brasil,
ele caiu bem em cima de um shopping center. Os shoppings chegaram a
ficar 100% paralisados. Isso não ocorreu nem com as companhias
aéreas, que ainda mantiveram alguns voos.
Quais são os riscos para o setor pós-pandemia?
A retomada do setor será gradual, os consumidores também
voltarão aos poucos, mas não deixarão de frequentar os shoppings.
Apesar de todo o impacto, não esperamos um grande número de
fechamento de lojas. A judicialização, por enquanto, ainda está
muito baixa.