Petrobras tem apoio da Odebrecht para sair da Braskem via mercado de capitais
06 Maio 2020 - 6:29AM
ADVFN News
A Petrobras (BOV:PETR4) (BOV:PETR3) obteve
apoio da Odebrecht para transformar a
Braskem (BOV:BRKM5) em uma empresa sem controle
definido, facilitando assim uma futura venda de sua participação na
petroquímica via mercado de capitais, disse nesta terça-feira o
presidente da petroleira, Roberto Castello Branco.
O executivo ponderou, no entanto, que é preciso aguardar uma
melhora do cenário econômico mundial para que as operações
necessárias possam ser realizadas– atualmente, com a pandemia do
novo coronavírus, a transação poderia não ser atrativa.
“Vejo que temos boa oportunidade na medida em que a economia
mundial se recupere, a volatilidade baixe, então vamos ter
condições de sair via mercado de capitais”, disse Castello Branco,
ao participar de um evento online promovido pelo banco Credit
Suisse.
A petroleira já havia anunciado desde o ano passado o interesse
em listar a Braskem no Novo Mercado da bolsa paulista B3. Para
isso, a petroquímica precisa ter apenas ações ordinárias em
negociação, além de seguir uma série de regras de governança de
alto nível.
“Vários obstáculos foram vencidos, até a posição da própria
Odebrecht. Hoje temos um diálogo bem melhor do que tínhamos há
cerca de seis meses”, disse o CEO da Petrobras.
Atualmente, a Odebrecht tem 38,3% da Braskem, com 50,1% das
ações com direito a votos, enquanto a Petrobras tem uma
participação total de 36,1%, com 47% das ações com direito a voto,
segundo informações do site da companhia.
“A questão de Alagoas foi solucionada, acordo com os bancos,
concordância da Odebrecht de levar a companhia para ser uma
‘corporation’, ter suas ações convertidas em votantes”, listou
Castelo Branco, ao comentar os passos da Petrobras para viabilizar
o desinvestimento de sua fatia na Braskem.
A Petrobras busca se desfazer da participação na petroquímica
como parte de um amplo programa de desinvestimentos que busca
reduzir a dívida e focar a empresa nas atividades de exploração e
produção de petróleo em águas profundas.
A Odebrecht chegou a negociar a venda de sua parcela na Braskem
para a fabricante de produtos químicos LyondellBasell Industries,
operação que era aguardada pela Petrobras, que poderia aproveitar
para se desfazer do ativo. No entanto, as negociações foram
encerradas em junho do ano passado, sem sucesso.
O presidente da Petrobras disse ainda que diversos outros ativos
estão no radar da companhia para desinvestimento.
Entre esses, ele destacou que a petroleira tem a expectativa de
concluir ainda neste ano processos de venda dos 10% restantes de
participação que detém nas companhias de gasodutos NTS e TAG.
(Por Marta Nogueira)
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