Engie conclui a compra dos 10% da TAG; Petrobras recebe R$ 1 bi
21 Julho 2020 - 07:32AM
ADVFN News
A Engie Brasil (BOV:EGIE3) informou na noite
desta segunda, 20, que em conjunto com a GDF International
(subsidiária da Engie, controladora da Engie Brasil) e o fundo
canadense Caisse de dépôt et placement du Québec (CDPQ), firmou
hoje um acordo para adquirir a participação de 10% que a Petrobras
(BOV:PETR4) ainda detinha na Transportadora Associada de Gás.
A TAG é uma companhia que atua no setor de transporte de gás
natural, detendo atualmente autorizações de longo prazo para operar
e administrar um sistema de gasodutos de cerca de 4,5 mil km de
extensão, localizados principalmente nas regiões Norte e Nordeste
do Brasil, com capacidade instalada de 75 MMm3 /d. O grupo formado
pela Engie e pelo CDPQ já detinha 90% de participação na TAG,
adquirida da Petrobras em junho de 2019.
O valor da transação foi de R$ 1,1 bilhão. Considerando o
desconto de R$ 110 milhões já recebidos em junho a título de
dividendos e os demais ajustes previstos em contrato, a transação
foi concluída pelo valor de R$ 1,0 bilhão, integralmente quitado na
data de hoje, explicou a Petrobras (BOV:PETR3) em comunicado.
“Ao comparar o valor desta operação com o valor da alienação de
90% da TAG ocorrida em junho de 2019, é necessário considerar que a
dívida da TAG aumentou de R$ 2 bilhões para R$ 23 bilhões, o que
gerou um pagamento de R$ 2 bilhões em favor da Petrobras, já
considerados no montante total divulgado no fechamento da venda da
participação de 90%, conforme divulgado no resultado do terceiro
trimestre de 2019”, explicou a petroleira.
Segundo a Petrobras, a transação representa mais um importante
marco para a abertura do setor de gás natural no Brasil.
O montante envolvido na transação, de R$ 1 bilhão, foi
financiado, dessa vez, apenas com capital próprio, na proporção da
participação dos sócios. O grupo francês pagou R$ 654,3 milhões e o
CDPQ R$ 352,3 milhões. A compra dos 90% da transportadora foi
estruturada com 30% de capital próprio e 70% de financiamento junto
a um pool de bancos (Bradesco, Itaú, Banco do Brasil, Credit
Agricole, BNP Paribas, ING, Mitsubishi, Mitsui, Société Générale,
Sumitomo e Banco Mizuho do Brasil).
Segundo Bähr, as cifras envolvidas estão em linha,
proporcionalmente, com o valor desembolsado com capital próprio na
primeira operação, em 2019. Além do pagarem R$ 1 bilhão à
Petrobras, a Engie e CDPQ assumiram os 10% proporcionais da estatal
no endividamento da TAG – na estruturação da negociação dos 90% da
transportadora, em 2019, os bancos tomaram o fluxo de caixa da
própria empresa de gás como garantia e a dívida levantada na
ocasião (R$ 24 bilhões) foi incorporada pela TAG.
A transportadora representa, para a Engie, sua porta de entrada
no mercado brasileiro de gás. Bähr disse que continua monitorando
oportunidades no setor, como na estocagem, biogás e termelétricas.
Questionado se tem interesse na compra da Gaspetro, à venda pela
Petrobras, o executivo afirmou que chegou a cogitar investimentos
em distribuição, no passado, mas que questões regulatórias
“inibiram o desejo”. Ele citou que, no Brasil, há restrições para
que empresas atuem ao mesmo tempo na transmissão de energia e
distribuição de gás. O executivo destacou, porém, que “acompanha
com atenção” a venda da Gaspetro, uma vez que concessões estaduais
de gás são clientes potenciais da TAG.
O diretor-presidente da TAG, Gustavo Labanca, por sua vez, conta
que o primeiro ano da Engie à frente da transportadora foi voltado,
sobretudo, para a formação da estrutura organizacional da empresa,
que conta hoje com cerca de 80 profissionais. “A TAG não tinha
quadro próprio. Estamos agora nos preparando para a abertura do
mercado e para sermos os operadores da malha daqui a dois anos”,
comentou o executivo, em referência ao acordo de transição segundo
o qual a Transpetro se responsabilizou pela operação dos gasodutos
da TAG por três anos.
Labanca conta ainda que tem mantido conversas com Petrobras e
Agência Nacional do Petróleo (ANP) para definir a capacidade
disponível nos gasodutos, para ofertá-la ao mercado. Ainda não há,
contudo, um cronograma para a chamada pública que contratará a
capacidade da rede da TAG.
O executivo disse ainda que tem planos de fazer pequenos ramais.
Um dos projetos avaliados com a ANP é conectar o terminal de gás
natural liquefeito (GNL) de Sergipe à malha nacional. “Já grandes
expansões vão depender do crescimento do mercado”, comentou.
Fonte Valor e Finance News
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