A Braskem precificou a emissão de títulos subordinados, por meio da sua subsidiária integral Braskem Netherlands Finance B.V., no volume total de US$ 600 milhões, com vencimento em 2081 e cupom de 8,5% ao ano, garantidos pela Braskem.

A Braskem é negociada na B3 através dos papéis: (BOV:BRKM3) (BOV:BRKM5) (BOV:BRKM6). Em 2020, os papéis está desvalorizando 16,11%. A empresa vai divulgar os resultados do 2T no dia 05 de agosto de 2020.

Apesar da alta alavancagem, a Braskem é geradora de caixa e possui recursos suficientes para arcar com serviços da dívida por 50 meses. A empresa enfrenta turbulências pelo ciclo desfavorável no setor petroquímico e questões sócio-ambientais em Alagoas.

O bônus híbrido subordinado é um tipo de papel que há vários anos não era emitido por uma companhia brasileira.

Ao emitir um título como esse, a empresa contabiliza a operação em seu balanço como uma dívida. Mas as agências de rating consideram o papel como híbrido, 50% dívida e 50% “equity”. Por ser uma dívida subordinada, o detentor do papel é o último da lista de credores a ser pago, mas recebe antes do acionista. Por essa avaliação das agências, lançar um papel desse faz parte dos planos de empresas que busquem melhorar seus ratings. No início do mês, a Braskem perdeu o grau de investimento que tinha da Fitch e da S&P.

“A companhia pretende usar os recursos líquidos da venda dos títulos para pré-pagamento de dívidas e para fins corporativos gerais”, explicou a petroquímica em comunicado.

A Braskem ressaltou que a emissão “reforça o compromisso da companhia na continuidade da implementação de medidas para redução da sua alavancagem corporativa para retornar ao nível de risco de grau de investimento”.

Segundo o Valor, a demanda para os papéis da Braskem alcançou cerca de US$ 1,35 bilhão, ou duas vezes o total emitido. Com uma demanda dessa proporção, não houve condições de a empresa levar a operação para US$ 1 bilhão, valor que chegou a ser pretendido, de acordo com fontes. Mesmo que as reservas tivessem sido em volume suficiente para uma emissão bilionária, na taxa de 8,5%, a percepção de mercado é que a empresa não elevaria a colocação. “A emissão foi relevante, pois a Braskem passou uma mensagem importante para o mercado, de disciplina financeira, depois da perda do grau de investimento”, afirma uma fonte próxima à operação.

A captação foi liderada por BNP Paribas, Santander e Morgan Stanley, ao lado de Itaú BBA, SMBC Nikko e Standard Chartered.

A operação foi avaliada como bem-sucedida, apesar de a Braskem ter desejado uma taxa um pouco menor. “A empresa desejava que ela ficasse mais perto de 8%. Na casa dos 7%, sempre se soube que seria praticamente um cenário de sonho, muito pouco provável”, disse uma fonte próxima à operação. “A Braskem foi corajosa em desbravar o mercado nesse tipo de operação. Isso pode facilitar o caminho para outras empresas brasileiras que, por exemplo, estejam à beira de rebaixamento em seus ratings”, conclui.

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