Cielo (CIEL3): Banco Central diz que testes com Whatsapp Pay não devem envolver transação real
03 Agosto 2020 - 9:19AM
ADVFN News
O Banco Central disse que autorizações para testes da plataforma
WhatsApp Pay no mercado de pagamentos, como a que foi concedida a
Visa, não fazem parte do processo formal de análise do pedido
das empresas para operar a solução de pagamentos e, portanto, não
implicam autorização do BC, nem tampouco sinalizam decisão final
nesse sentido.
Na sexta-feira, a notícia sobre a possibilidade dos testes
fez as ações da Cielo (BOV:CIEL3) subirem quase 11%. Em 2020, as
ações desvalorizaram -36,80% até o momento.
Mais avançada na nova solução de pagamentos, a Cielo estaria
pronta para retomar os testes do WhatsApp Pay, tão logo o Banco
Central (BC) liberasse a nova funcionalidade. A previsão é de que
isso aconteça ainda hoje. A definição de uma data para que a
operação comece, contudo, está nas mãos das bandeiras de cartões
Visa e Mastercard. No dia 23 de junho, o BC suspendeu a solução,
sob a alegação de que era preciso se debruçar mais sobre alguns
pontos como competição e privacidade dos dados. O Brasil foi o
primeiro país escolhido pelo WhatsApp para estrear no mercado de
meios de pagamentos, em uma parceria com Cielo, Banco do Brasil e
Nubank. Procurada, a Cielo disse que, por ora, não recebeu qualquer
informação a respeito do tema.
Bigtechs. A liberação no País ocorre na mesma semana
em que o fundador do Facebook – dono do WhatsApp – foi interrogado
por 5 horas ao Senado dos Estados Unidos. Um dos pontos centrais do
questionamento foi a segurança dos usuários, especialmente após o
caso do Cambridge Analytica. A promessa do chefe da bigtech foi de
mais investimentos em segurança.
Testes não sinalizam decisão favorável para sistema de
pagamentos pelo WhatsApp, diz BC
O Banco Central afirmou nesta
segunda-feira, 03, por meio de nota, que a autorização para que
a Visa realize testes com a
plataforma WhatsApp Pay (WAP), que permite
que usuários enviem e recebam dinheiro, usando cartões cadastrados,
não faz parte do processo formal de análise do pedido para
funcionamento do sistema.
“No caso da Visa, um dos instituidores dos arranjos de
pagamento responsáveis pela solução de pagamento do WAP, o BC
informou à empresa que não há impedimento para a realização dos
testes solicitados”, disse o BC. “Esses testes não podem envolver a
realização de qualquer transação real com usuários e não podem
movimentar valores reais em qualquer montante”, acrescentou a
instituição.
De acordo com o BC, “os testes não fazem parte do processo
formal de análise do pedido das empresas para operar a referida
solução de pagamentos, o qual continua sendo analisado conforme os
procedimentos e prazos-padrão utilizados com outros pleitos”. A
instituição informou ainda que pretende concluir a análise o “mais
rápido possível, de modo a logo recepcionar os novos participantes
no sistema de pagamentos, com a devida segurança quanto à saudável
competição e à segurança de dados dos usuários”.
Conforme a nota, os testes não implicam autorização do BC, “nem
tampouco sinalizam decisão final nesse sentido, a qual, reiteramos,
deve ser concedida tão logo sejam percorridos os trâmites do
processo de autorização”. “Ainda não houve manifestação sobre
questionamentos feitos pela Mastercard, o que deverá acontecer nos
próximos dias, seguindo a mesma racionalidade de pedidos de mesmo
teor”, acrescentou a autarquia.
O BC afirmou ainda, por meio da nota, que o início dos testes
com a plataforma é um “importante avanço”. A instituição deu ainda
as “boas vindas” a todos os arranjos de pagamentos “que quiserem
seguir este caminho”.
O WhatsApp Pay foi lançado no dia 15 de junho e logo depois
suspenso pelo Banco Central, que temia danos à concorrência. O
aplicativo de mensagens tem mais de 120 milhões de usuários no país
e começaria com um potencial de 51 milhões de clientes.
No dia 23 de junho, o BC suspendeu a solução, sob a alegação de
que era preciso se debruçar mais sobre alguns pontos como
competição e privacidade dos dados. O Brasil foi o primeiro país
escolhido pelo WhatsApp para estrear no mercado de meios de
pagamentos, em uma parceria
com Cielo, Banco do
Brasil e Nubank.
Fonte: Estadão
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