Oi assina contrato de exclusividade com consórcio Claro, Tim e Vivo
10 Agosto 2020 - 8:27AM
ADVFN News
A Oi (BOV:OIBR3) (BOV:OIBR4), em recuperação
judicial, assinou um contrato de exclusividade para
negociar a venda da sua operação de telefonia móvel com o consórcio
Claro, Vivo (BOV:VIVT4) e
Tim (BOV:TIMP3). Os dois lados têm apenas
alguns dias para fechar todos os termos do negócio.
O acordo tem vigência inicial até o dia 11 de agosto e será
renovado automaticamente por períodos iguais e sucessivos, salvo se
houver manifestação em contrário por alguma das partes.
Na próxima semana, a Oi deve escolher quem terá a preferência no
leilão da unidade, previsto para ocorrer até janeiro do ano que
vem. O leilão é necessário porque a Oi está em recuperação
judicial.
Caso seja concretizada, a venda da operação de celular da Oi
para os concorrentes, que pretendem fatiá-la, vai passar por um
crivo rigoroso do Conselho Administrativo de Defesa Econômica
(Cade). Alexandre Barreto, presidente do Cade, disse que o negócio
vai reduzir a competição no leilão do 5G.
O acordo, segundo as empresas, visa garantir segurança e
celeridade às tratativas em curso entre as partes e permitir que,
“sendo satisfatoriamente finalizadas as negociações dos documentos
entre as partes”, a Oi tenha condições de pré-qualificar as
proponentes, na condição de “stalking horse”, para participarem do
processo competitivo de alienação da unidade produtiva isolada
(UPI) de ativos móveis, garantindo assim o direito de cobrir
(“right to top”) outras propostas recebidas no referido
processo.
O consórcio formado por Telefônica, TIM e Claro para participar
do processo de venda da unidade produtiva isolada (UPI) Área Móvel
vinha buscando a exclusividade na negociação do ativo desde que a
Highline, do grupo Digital Colony, obteve esse posicionamento, dias
atrás. Começou assim o duelo entre os dois grupos.
As teles, que tinham feito uma proposta inicialmente próxima ao
valor mínimo estipulado pela Oi, de R$ 15 bilhões, foram
surpreendidas com a oferta da Highline, que superou esse valor e
obteve a exclusividade da negociação até o dia 3 de agosto.
Nesse meio tempo, as teles subiram o valor da proposta para R$
16,5 bilhões. Ao chegar o prazo final, a Highline não renovou sua
oferta e a exclusividade foi extinta. No entanto, isso não impede a
Highline de ainda participar do leilão, mesmo sem ter a posição
preferencial (“stalking horse”), que também dá direito a cobrir
outro lance durante o leilão. A Highline ainda tem propostas na UPI
Torres e UPI Infraestrutura.
Agora, as teles marcam posição e procuram mostrar força nesse
processo. A área móvel da Oi tem grande valor, principalmente, pelo
seu conjunto de espectro — as faixas de radiofrequência necessárias
para montar e expandir as redes celulares. Isso é particularmente
importante para a TIM, que entre suas parceiras rivais, é a que
mais precisa de espectro.
Mas a carteira de clientes da Oi também é importante. Tanto o
espectro quanto os clientes deverão ser distribuídos entre
Telefônica, dona da Vivo, TIM e Claro.
“O acordo visa garantir segurança e celeridade às tratativas em
curso entre as partes e permitir que, sendo satisfatoriamente
finalizadas as negociações dos documentos entre as partes, a Oi
tenha condições de pré-qualificar as proponentes, na condição de
“stalking horse”, para participarem do processo competitivo de
alienação da UPI Ativos Móveis, garantindo assim o direito de
cobrir (“right to top”) outras propostas recebidas no referido
processo”, afirmou a Oi em fato relevante.
Visão de mercado
De acordo com Luis Sales, analista de empresas, da Guide
Investimentos, Impacto: Marginalmente Positivo. O mercado
vem se animando bastante com o processo de venda de ativos móveis
da Oi, pois acreditam que este possa garantir a sobrevivência da
empresa de telefonia em seu horizonte pós recuperação judicial. No
entanto, a Anatel sugere que o caminho para garantir a
sobrevivência da empresa ainda é considerado de “alto risco”.
TIM ON (BOV:TIMS3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024
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