Banco Inter conseguiu reverter o prejuízo de R$ 8,4 milhões no primeiro trimestre, causado pela marcação a mercado de títulos em tesouraria, para um lucro líquido de R$ 2,7 milhões no segundo trimestre. A aposta é de que o pior da crise já deva ter ficado para trás, segundo o banco digital. Na comparação com o mesmo período do ano passado, quando o resultado havia sido de R$ 32 milhões, houve forte queda do lucro líquido.

Os resultados da Banco Inter (BOV:BIDI3) (BOV:BIDI4) (BOV:BIDI11) referente a suas operações do segundo trimestre de 2020, foram divulgados no dia 13/08/2020.
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Com 5,9 milhões de correntistas ao fim de junho, o banco digital alcançou R$ 291,5 milhões em receitas totais, uma alta de 19,1% em um ano. Desse total, 42,2% são provenientes da prestação de serviços.

As despesas totais – administrativas, com pessoal e outras – saltaram de R$ 133 milhões no segundo trimestre do ano passado para R$ 204 milhões no mesmo período deste ano, decorrente do crescimento da instituição financeira. Mas o custo com a aquisição de clientes, por sua vez, caiu 4,6% em relação ao primeiro trimestre, para R$ 23,16. Já o custo de captação foi reduzido em 17,7 pontos percentuais, chegando a 54,5% do CDI.

O banco transacionou R$ 3 bilhões em operações com cartões de crédito, um volume 83,7% superior ao do mesmo período do ano passado. Em ativos sob custódia e gestão, foram R$ 26,5 bilhões, avanço de 154%. No total, o banco tem 762 mil clientes ativos na plataforma de investimentos, cerca de 13% do total.

“Conseguimos reverter o impacto no balanço causado pela marcação a mercado, mas ao longo do segundo trimestre ainda tivemos crescimento de provisões e aumento de despesas em comparação ao mesmo período do ano passado”, disse Helena Lopes Caldeira, CFO do Banco Inter.

As provisões para devedores duvidosos saltaram de R$ 31 milhões no segundo trimestre do ano passado para R$ 46 milhões no mesmo período deste ano. No primeiro trimestre de 2020, no entanto, havia sido de R$ 50 milhões.

A carteira de crédito ampliada foi de R$ 6,1 bilhões, avanço de 54,3% em um ano. Novas operações somaram R$ 1,5 bilhão de abril a junho, um crescimento de 71% em um ano.

Segundo a CFO do banco, a maior parte da carteira é de crédito com colateral, como o imobiliário. O cartão de crédito, por exemplo, representa apenas 16%. Com isso, a inadimplência não teve um salto tão grande na crise: foi de 4,6% no primeiro trimestre, mas caiu a 4,2% no segundo trimestre, sendo que no mesmo período do ano passado era de 4,4%.

“Fizemos prorrogação, mas apenas por dois meses e, depois disso, a carteira teve um bom comportamento. Como há garantia, o cliente opta por seguir pagando o crédito.”

O trimestre foi marcado pela renovação da parceria com a seguradora Liberty, que terá direito à exclusividade dos seguros comercializados na plataforma do banco Inter pelo período de 15 anos. O valor do acordo é de R$ 368 milhões, que devem impactar no resultado dos próximos trimestres.