Grendene (GRND3) no 2T20: prejuízo líquido de R$ 44,4 milhões
14 Agosto 2020 - 3:37PM
ADVFN News
Grendene registrou um prejuízo
líquido de R$ 44,4 milhões no período de abril a junho. No
mesmo período do ano passado a empresa teve lucro de R$ 41,5
milhões. Com a produção de suas fábricas no Ceará paralisada
por conta das medidas de isolamento no Estado, a empresa ficou sem
estoque.
A receita líquida caiu 86%, para R$ 56,7 milhões. A estratégia
para sair desse quadro difícil passa por acelerar o plano de vendas
pela internet, com canais operadoras diretamente pela
companhia.
“O que a gente conseguiu, durante essa pandemia e da vigência
dos decretos do governo do Ceará, foi entregar para alguns canais
nosso estoque de produtos prontos e produzir botas que são
equipamentos essenciais”, disse Alceu Albuquerque, diretor de
relações com investidores da Grendene.
As unidades fabris de Crato, Fortaleza e Sobral, que abrigam
toda a produção da Grendene, ficaram fechadas até o fim de maio. No
início de junho, começou a retomada. A unidade de Sobral, que
representa entre 70% e 80% da produção, voltou a operar em 24 de
junho. A empresa também tem uma unidade fabril em Teixeira de
Freitas (BA), que está paralisada desde o ano passado, e outra em
Farroupilha (RS), onde estão o escritório central e a área de
inovação.
O fechamento das lojas físicas gerou um impacto forte nos
resultados. “Por conta do fechamento do comércio físico, que antes
da crise representava 85% das vendas do setor, houve uma retração
muito grande na demanda dos produtos”, disse Albuquerque. “O
consumidor estava e ainda está muito receoso em consumir,
principalmente produtos não essenciais”.
Para evitar demissões entre seus de 18 mil funcionários, a
Grendene adotou férias coletivas, e redução de jornada e de
salários. No dia 23 de março, concedeu férias coletivas a todos os
empregados. Em Farroupilha, os funcionários retornaram no dia 13 de
abril com redução de salário de 50%. As unidades do Ceará ficaram
em férias coletivas até 27 de abril em Sobral e Crato e até 13 de
maio em Fortaleza, com 70% de redução de jornada e de salário e os
30% restantes computados como banco de horas. Atualmente, o ritmo
de produção está praticamente retomado.
Vender calçados pela internet, sem intermediários, faz parte do
plano para sair da crise. Nesta sexta-feira, a marca Zaxy, de
calçados para mulheres jovens, ganha uma nova loja online, disse
Paulo Pedo, diretor de Melissa e responsável pela transformação
digital da Grendene. É a primeira marca com e-commerce 100% operado
diretamente pela Grendene no país. A meta é internalizar todas as
marcas, incluindo Melissa, Rider, Ipanema e Grendha, entre outras.
O modelo atual é feito pela NC8, uma empresa de Florianópolis que
compra os calçados da Grendene e opera a maioria das lojas online,
exceto a operação internacional.
Pedo conta que os investimentos foram congelados na pandemia,
exceto para a área digital. “A gente tinha um plano de dois anos e
acelerou para um ano”, afirma.
“Se a gente tiver uma coleção boa com produtos que caiam no
gosto dos clientes isso vai fazer com que tenhamos uma retomada”,
diz Albuquerque, que vê sinais de retomada desde julho. “Hoje
estamos mais otimistas do que em abril e conseguimos olhar o fim do
túnel”.
GRENDENE ON (BOV:GRND3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024
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