Lojas Marisa (AMAR3) 2T20: Prejuízo líquido de R$ 171,7 milhões
25 Agosto 2020 - 8:26AM
ADVFN News
Lojas Marisa registrou prejuízo líquido de
R$ 171,7 milhões, um aumento de 507,1% em relação à perda de R$
28,3 milhões apurada no mesmo período de 2019. A queda das vendas
está relacionada a pandemia de covid-19 com o fechamento das
lojas.
Os resultados da Lojas
Marisa (BOV:AMAR3) referente a suas
operações do segundo trimestre de 2020, foram divulgados no dia
24/08/2020.
O Ebitda ajustado – lucro antes de
juros, impostos, depreciação e amortização – ficou negativo em R$
71,5 milhões, sem divulgar o valor do segundo trimestre de 2019. Em
termos ajustados, ele recuou R$ 164,9 milhões, para um saldo
negativo de R$ 67 milhões, refletindo os impactos da pandemia de
covid-19 nas operações.
A receita líquida caiu 60%, para R$ 277 milhões, reduzindo as
vendas em 72,5% no trimestre.
As vendas no conceito “mesmas lojas”, que consideram o
desempenho de unidades em funcionamento há mais de 12 meses, caiu
36,2%, considerando apenas os dias comparáveis. Somando as vendas
pela plataforma digital, que apresentaram crescimento de 113,1% no
segundo trimestre, as vendas “mesmas lojas” recuaram 9,7%.
Teleconferência
Considerada a varejista de moda de capital aberto com apelo mais
popular do país, a Lojas Marisa diz ter se beneficiado do período
pós-confinamento por ter um maior número de lojas em rua do que
suas rivais, e uma postura de preço mais combativa. Isso pode
acelerar o processo de retomada nas vendas da cadeia, e de captura
dos ganhos da reestruturação que vinha desde 2019, disse o comando
da empresa em teleconferência com analistas nesta terça-feira
(25).
N tarde de hoje, a ação da empresa subia 7,39%, a R$ 8,43. No
início do pregão, os papéis chegaram a cair 1%, a R$ 7,75.
O alto volume de promoções do mercado em geral, na corrida para
desovar estoques, deve ser favorável também a outras redes menos
percebidas pelo consumidor como redes populares.
Os dados mostram que, no mês de julho, as vendas estavam 11,5%
abaixo do apurado um ano atrás, e em junho, a queda era maior, de
cerca de 25%. Considerando apenas as lojas físicas, a queda de 39%
em junho diminui para 24% em julho.
As vendas na Marisa, no segundo trimestre, representaram 65% do
apurado no ano anterior, com 50% do tempo de funcionamento
normal.
Voltada para um público mais B e C, a taxa da C&A estava
menor, em 60% da venda de mercadorias. Também focada nas camadas B
e C, na Riachuelo, o índice no segundo trimestre foi maior,
atingindo 75% — a maior entre todas as cadeias até o momento.
A Riachuelo informou que sobre o período de julho e agosto, nas
lojas reabertas, semanas atrás, as vendas atingiram de 87% a 90% do
nível de um ano atrás.
Essa taxa da Riachuelo está num patamar ligeiramente acima
daquele informado hoje pela Marisa. A Renner, com foco maior nas
classes A e B, publica o seu balanço no próximo dia 31.
A Marisa disse que vem ganhando participação de mercado nesse
cenário de maior deterioração econômica. “Na retomada, há um
fortalecimento do canal loja de rua. Então, a moda acessível e a
loja em rua têm sido alavancas importantes neste momento […].
Estamos bastante otimistas, o movimento em loja tem sido retomado e
estamos conseguindo tirar o melhor do cliente quando ele vem para a
loja”, disse o presidente da companhia, Marcelo Pimentel.
A rede comunicou que lojas de rua têm registrado vendas 10%
superiores a de pontos em shoppings — metade das 300 unidades do
grupo estão em ruas e avenidas.
Um aspecto negativo para a Marisa, é sua menor participação do
on-line nas vendas, apesar do avanço acelerado dessa taxa no ano —
ficou em 42% de abril a junho. Na Riachuelo, foi de 46%, no mesmo
período, e na C&A, de 50%.
Nas últimas semanas, C&A e Riachuelo disseram que há um
movimento de mais ofertas em loja e site, e que isso deve se manter
até o início do quarto trimestre, quando a desova da coleção de
inverno mais leve já deve ter sido reduzida, e há a chegada da
linha verão. A Marisa vem um movimento semelhante, mas deve reduzir
a intensidade das ofertas, porque já fez uma redução maior de
estoques.
2 de 2 Loja da Marisa na Avenida Paulista, em São Paulo —
Foto: Divulga
O comando da varejista afirmou que os seus estoques caíram 30%
durante a pandemia e as promoções devem ser mais pontuais daqui
para frente. “Antes da covid nós planejávamos uma redução
estrutural de estoques para 2020, e, de uma forma ou de outra, isso
ocorreu, e essa redução está em 30%. Não estamos precisando fazer
tantas promoções como no começo da pandemia, faremos mais
pontualmente nos itens que interessar na coleção inverno”, disse
Pimentel.
Nesse cenário, a companhia projeta uma retomada da lucratividade
no quarto trimestre, afirmou o presidente da varejista.
LOJAS MARISA ON (BOV:AMAR3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024
LOJAS MARISA ON (BOV:AMAR3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Abr 2023 até Abr 2024