Eternit obteve certificado do Inmetro para uma telha de concreto capaz de produzir energia
16 Setembro 2020 - 07:39PM
ADVFN News
A Eternit (BOV:ETER3), fabricante de materiais para
construção, obteve certificado do Inmetro para
uma telha de concreto capaz de
produzir energia. Dessa forma, a empresa já
pode comercializar o produto. A cobertura capta energia do
sol por meio de células fotovoltaicas aplicadas diretamente
sobre ela, substituindo os painéis
solares tradicionais.
As telhas solares serão produzidas na fábrica da Tégula Solar,
marca que pertence ao grupo, em Atibaia, interior de São Paulo. A
linha de produção já está rodando, mas, no momento, apenas
projetos-piloto, de clientes selecionados pela empresa, estão
recebendo o material. A expectativa é de que a comercialização para
o grande público comece em meados do próximo ano.
Cada telha solar, cujo tamanho é de 36,5 cm por 47,5 cm, tem
potência de 9,16 watts, o que se reflete em uma capacidade média
mensal de produzir 1,15 Quilowatts hora (Kwh) por mês. A empresa
estima que o uso da tecnologia possa reduzir o custo de um sistema
solar em até 20%. Com isso, o retorno esperado para o investimento
é de 3 a 5 anos. Para uma residência pequena, são necessárias cerca
de 150 telhas; casas de alto padrão devem utilizar até 600
unidades. O restante do telhado pode ser feito com telhas
comuns.
Produção nacional
A fabricação nacional de equipamentos de energia solar vem sendo
tema de um intenso debate na indústria. De um lado, os defensores
da produção nacional e dos benefícios da industrialização. Do
outro, os que entendem ser melhor abrir o mercado e deixar a
eficiência definir vencedores e perdedores. Dessa vez, a disputa se
dá no setor de equipamentos para geração de energia solar.
O tema foi retomado com a decisão do Governo Federal de isentar
a tarifa de importação para mais de 100 tipos de equipamentos
fotovoltaicos. Entre eles, diversos módulos, mais conhecidos como
painéis solares. Rapidamente, a indústria nacional se posicionou
contrariamente ao incentivo.
“Como eu vou competir se o equipamento importado, que já é
subsidiado no país de origem, entra aqui sem pagar nada de
imposto?”, questiona Adalberto Maluf, diretor da BYD, fabricante de
painéis solares e carros elétricos, de origem chinesa, que opera
duas fábricas no Brasil, uma de chassis para ônibus elétricos,
inaugurada em 2016, e outra de painéis solares, inaugurada em
2017.
Os importadores, por sua vez, comemoraram. “Não acredito que
altere muito a situação das fabricantes no Brasil. O produto
nacional sempre foi muito mais caro”, afirma Cláudio Fetter, sócio
da Win Energia, distribuidora de equipamentos para geração solar.
“A indústria brasileira só existe por conta do financiamento do
BNDES, que exige equipamento nacional. Fora isso, não
compensa.”
A indústria nacional de painéis solares representa muito pouco
do total instalado no Brasil — cerca de 3%. A grande maioria dos
produtos é importada, especialmente da Ásia, região que concentra a
maior parte dos fabricantes. Sozinha, a China responde por 6 em
cada 10 painéis instalados no mundo. É o oposto do que acontece em
outro setor de energia renovável, o eólico. Nos ventos, a produção
nacional responde por cerca de 80% do total instalado no País.
ETERNIT ON (BOV:ETER3)
Gráfico Histórico do Ativo
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