Na batalha pela preferência do investidor brasileiro, o
Itaú (BOV:ITUB4) foi buscar inspiração na Netflix,
no Instagram e no Facebook.
Esses populares serviços de internet estão por trás de alguns
dos recursos do Íon, novo aplicativo de investimento do Itaú,
apresentado oficialmente nesta quarta-feira, 14 de outubro.
Com uma interface amigável e fácil de usar, o Itaú também se
inspirou no Robinhood, popular aplicativo de investimento dos
Estados Unidos, que ganhou tração por conta do grande números de
jovens que o usam.
“Todo mundo já utiliza o Facebook, o Netflix e o Instagram. Não
quisemos só atrair o público jovem, mas essa é uma interface na
qual ele está mais habituado e isso vai acabar acontecendo
naturalmente”, disse Claudio Sanches, diretor de produtos de
investimentos e previdência do Itaú.
O aplicativo Íon, antecipado com exclusividade pelo site
Finsiders, nasce apenas com a possibilidade de aplicação e resgate
de fundos. A parte de ações, segundo Sanches, deve estar disponível
entre o fim deste ano e o começo de 2021.
O Íon está sendo testado por uma base de 1,5 mil funcionários do
banco. No começo de novembro, alguns clientes vão começar a usá-lo.
Mas só a partir de meados de novembro, ele estará disponível nas
lojas de aplicativos da Apple e do Android. Sanches não fez
previsões de downloads. Ele disse apenas que o Itaú tem 3 milhões
de clientes investidores.
Durante a apresentação, Sanches mostrou os recursos desenhados
para torná-lo mais amigável e fácil de usar. O Íon terá uma vitrine
personalizada de produtos que se assemelha a forma com que as
pessoas navegam por filmes na Netflix. Por ela, será possível saber
quais são os fundos mais buscados, os lançamentos e aqueles com
mais rentabilidade.
Os clientes do Itaú terão também um recurso semelhante ao
Stories do Instagram. Nesse item, será mostrado informações
relacionadas aos investimentos dos usuários. “É um aplicativo
baseado em dados”, afirma Sanches. “Se o cliente tem ações da
Petrobras na sua carteira, o Stories deve priorizar esse
conteúdo.”
Por fim, o Íon terá um feed de notícias ao estilo do Facebook.
“Nossas pesquisas mostraram que os clientes não comparam o
aplicativo de uma instituição financeira com o de outra instituição
financeira”, diz Sanches. “Ele compara com os que ele usa no dia a
dia, como o Instagram, o Facebook e o Netflix.”
Todo mundo quer uma fatia
O anúncio do Itaú segue uma agenda cada vez mais intensa de
grandes bancos e fintechs se posicionando para brigar para
conquistar os investidores.
É o caso do Nubank, que entrou de vez nessa guerra com a compra
da Easynvest, plataforma de investimentos com 1,5 milhão de
clientes e cerca de R$ 23 bilhões sob custódia. Ou do Santander,
que comprou uma fatia de 60% da Toro.
Em agosto, a Avenue Securities, fintech dona de uma plataforma
para facilitar o acesso de investidores latino-americanos às bolsas
americanas, desembarcou no Brasil e engrossou a competição nesse
espaço, com a compra da corretora Coin DTVM.
Um mês antes, o Neon, capitalizado com um aporte de R$ 1,6
bilhão, também se movimentou para entrar nessa briga, com a
aquisição da Magliano, a mais antiga corretora do País, de olho em
clientes da classe C e na oferta de investimentos de menor
risco.
Outro player, o Banco Inter, também vem reforçando sua
atuação no segmento, com sua plataforma PAI, que conta com uma base
de cerca de 700 mil investidores e R$ 26 bilhões sob custódia.
Os gigantes do setor não estão assistindo parados a essa
movimentação. No fim de 2019, o Bradesco relançou a Ágora, sua
corretora, com a inclusão de investimentos de outras casas, entre
outras novidades.
O BTG Pactual é mais um disposto a desafiar o domínio da XP.
Para isso, o banco tem investido justamente no modelo consagrado
pela companhia. No fim de setembro, o BTG comprou a Lifetime
Investimentos, escritório de agentes autônomo de investimentos que
gerencia cerca de R$ 2 bilhões, tem 4 mil clientes e era associado
a XP, assim como a EQI, incorporada em julho.
O Credit Suisse também ampliou sua aposta, ao comprar, em junho,
uma fatia de 35% do banco digital Modalmais.
Corretoras independentes correm também por fora nessa batalha.
Um dos exemplos é a Warren, que, em julho, recebeu um aporte
de R$ 120 milhões liderado pelo fundo QED Investors. Na época, a
Warren informou que contava com R$ 2 bilhões de ativos sob custódia
e 130 mil clientes.
A fintech Magnetis é mais uma empresa que reforçou seu
caixa recentemente. Também em julho, a companhia captou R$ 60
milhões em um aporte liderado pela Redpoint eventures. Com o
montante, a plataforma de investimentos lançou sua própria
corretora.
Esses movimentos pretendem desafiar a XP Inc., que divulgou hoje
os indicadores preliminares relativos ao terceiro trimestre da
operação. E, entre outros números, um chama a atenção. Entre julho
e setembro, a companhia superou a marca de meio trilhão de
reais ao alcançar um volume de R$ 563 bilhões sob custódia.
A soma representa um salto de 60% em relação a igual período, um
ano antes, quando a empresa tinha R$ 351 bilhões sob custódia,
e um crescimento de 29% na comparação com o segundo trimestre.
VISÃO DE MERCADO
Guide Investimentos
Impacto: Positivo. A empresa possui forte nome e histórico
no mercado, ampla base de clientes e grande escala, o que a permite
já entrar com força no mercado. O Itaú já vinha atuando na frente
desde 2017, quando passou a oferecer produtos de outras
instituições, além da aquisição de participação na XP
Investimentos. Mas agora, entra com seu próprio aplicativo dedicado
ao assunto.
Fonte Neofeed
ITAU UNIBANCO PN (BOV:ITUB4)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2024 até Abr 2024
ITAU UNIBANCO PN (BOV:ITUB4)
Gráfico Histórico do Ativo
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