A CSN registrou um lucro líquido de R$ 1,262 bilhão, revertendo o prejuízo de R$ 871 milhões registrado no mesmo período do ano passado. Segundo a empresa, foi possível alcançar esse resultado graças a combinação de melhores volumes, preços e custos em basicamente todos os segmentos de atuação.

Os resultados da CSN (BOV:CSNA3) referente a suas operações do terceiro trimestre de 2020, foram divulgados no dia 15/10/2020.

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) reverteu prejuízo de R$ 992,9 milhões no terceiro trimestre de 2019 e registrou lucro líquido atribuível aos controladores de R$ 1,08 bilhão no mesmo período deste ano

Ebitda ajustado – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – foi de R$ 3,506 bilhões,alta de 124% ante o montante de R$ 1,57 bilhão do mesmo período do ano passado. Em relação aos R$ 1,93 bilhão do segundo trimestre de 2020, o Ebitda ajustado avançou 82%.
A margem Ebitda foi de 39%, alta de 13,9 pontos percentuais ante a margem de 25,1% aferida no terceiro trimestre de 2019. No segundo trimestre de 2020, o indicador era de 29,7%, 9,3 pontos percentuais menor.

A CSN é uma multinacional com negócios em siderurgia, mineração, cimento, logística e energia. A companhia atua em toda a cadeia produtiva do aço, desde a extração do minério de ferro, até a produção e comercialização de uma diversificada linha de produtos siderúrgicos de alto valor agregado. Confira a Análise completa da empresa com informações exclusivas.

As atividades de siderurgia, seguido das atividades de mineração representam a maior parcela do faturamento total da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).

No 3.º trimestre de 2020, o segmento de siderurgia teve sua receita líquida beneficiada pela desvalorização do real, e pelo reajuste de preços no mercado interno e mercado externo. Outro motivo foi devido à normalização do volume de produção do minério de ferro e do aumento de preço do produto em relação ao período anterior.

A receita líquida foi de R$ 8,7 bilhões no terceiro trimestre deste ano, o que representa alta de 45% ante os R$ 6 bilhões registrados no terceiro trimestre de 2019 e 40% ante o segundo trimestre de 2020.

A companhia anunciou que as vendas de aço chegaram a 1.278 milhões de toneladas, representando um aumento de 27% na comparação trimestral. Já as vendas de minério de ferro atingiram 9.165 milhões de toneladas entre julho e setembro, ante 7.743 milhões de toneladas no segundo trimestre.

A dívida líquida consolidada atingiu R$ 30.603 milhões, “com a variação cambial sendo compensada pela forte geração de caixa do período e entrada dos recursos do prepayment de minério de ferro”. Houve uma  queda de 8% em relação ao segundo trimestre, quando o indicador estava em R$33.120 milhões.

O fluxo de caixa livre ficou positivo em R$ 2,98 bilhões, sustentado por um Ebitda mais forte e uma queda acentuada dos estoques , o que reduziu a dívida líquida sequencialmente em R$ 2,5 bilhões, para R$ 30,6 bilhões, e trouxe a alavancagem para uma relação entre a dívida líquida e o Ebitda de 3,67 vezes (ante 5,2 vezes no segundo trimestre de 2020).

A alavancagem medida pela razão dívida líquida/Ebitda foi de 3,67 vezes, ante 3,81 vezes no terceiro trimestre de 2019. A companhia afirma que o indicador alcançou “uma redução considerável em vista do forte fluxo de caixa”, o que compensou a variação cambial no período.

Projeções

CSN também anunciou projeção de alavancagem medida pela razão da dívida líquida sobre Ebitda de 2,5 vezes em 2021. Já a alavancagem para 2020 está prevista em 2,99 vezes.

Na estimativa anterior, divulgada em julho junto com o balanço do segundo trimestre, a empresa via uma alavancagem de três vezes a dívida líquida sobre o Ebitda ajustado no término do ano que vem.

A CSN destacou que as informações são uma estimativa e podem sofrer alterações, pois envolvem fatores de mercado alheios ao seu controle.

Teleconferência

A situação de desequilíbrio entre oferta e demanda de aço no Brasil deve persistir até o fim do primeiro trimestre de 2021, com forte movimento de recomposição de estoques de compradores da liga, acompanhado por uma recuperação de setores industriais, afirmaram executivos da CSN nesta sexta-feira.

A empresa que divulgou forte resultado na véspera, incluindo alta de 27% nas vendas de aço no terceiro trimestre ante mesmo período do ano passado, vai aproveitar o momento e aplicar um novo ajuste de preços em novembro, disseram executivos durante teleconferência com analistas.

“Hoje o prêmio é negativo em laminados a quente e a frio da ordem de 5% a 6%, permitindo, sim, um novo aumento…Vamos aumentar em 10% em novembro (os preços de aços planos) e 7,5% no (aço) zincado”, disse o diretor comercial da CSN, Luis Fernando Martinez, referindo-se à diferença de preço entre o aço produzido no Brasil e o importado, que segue mais caro que o nacional. A empresa também vai aumentar os preços de aços longos em novembro, em 10%, disse.

De janeiro a agosto, a CSN elevou os preços de aços planos laminados a quente para setores como distribuidores em cerca de 40%, enquanto os aços laminados a frio tiveram incrementos acumulados de 29%, disse Martinez. Em outubro, a empresa elevou seus preços entre 11,75% e 13,5%, acrescentou.

Martinez afirmou que os reajustes ocorreram para compensar diferenças de preços nos mercados internacionais, além de fortes altas nos custos com matérias-primas como minério de ferro e carvão, exacerbados por variações cambiais.

O executivo afirmou que a CSN já iniciou negociações para elevar preços de aço vendido a montadoras de veículos e outros setores industriais, como de linha branca. Nestes segmentos, a empresa trabalha com contratos de mais longo prazo, semestrais ou anuais, que até agora não foram impactados pela variação de preços sofrida pelo setor de distribuição.

“Não tem como a gente falar em índice menor que 30% para as montadoras”, disse Martinez. “Não é questão de oferta e demanda, mas de reposição de custo”, acrescentou.

As montadoras de veículos foram fortemente impactadas pela paralisação do mercado após a adoção de medidas de isolamento social desde o fim de março. De lá para cá, com a flexibilização das medidas, as vendas têm mostrado forte recuperação, o que tem feito entidades que representam o setor a reduzirem suas previsões de queda de vendas para o ano.

O presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, disse que no terceiro trimestre a companhia consumiu todo seu estoque de aço, incluindo o “de emergência”, mesmo trabalhando a plena capacidade. Segundo ele, com o alto-forno 2 da usina de Volta Redonda (RJ) voltando a trabalhar “cheio” a partir de novembro, a empresa deverá conseguir reduzir mais seus custos fixos.

“Acreditamos que a partir do quarto trimestre, a questão de oferta e procura (por aço) começa a se equilibrar”, disse.

Planos para vendas de ativos

Diferente de trimestres anteriores, quando executivos da empresa mencionaram eventuais planos para vendas de ativos e mesmo IPO da área de mineração, na teleconferência desta sexta-feira não houve comentários a respeito.

Apesar disso, Steinbruch mencionou que conforme a CSN consiga reduzir sua alavancagem no final de 2021 para o nível de 2,5 vezes a dívida líquida sobre Ebitda ajustado, poderá aproveitar oportunidades de aquisições.

Nesta frente, o executivo citou um cenário de consolidação na indústria de cimento causado por crises anteriores que deixaram alguns produtores em condição de fragilidade diante de níveis elevados de ociosidade de capacidade produtiva.

“Acreditamos que vai haver uma mudança significativa em termos de consolidação, já que a ociosidade que se apresenta não é toda verdadeira”, disse Steinbruch. “Tem muita capacidade nominal que não tem viabilidade de custo. Acreditamos que tem possibilidade de crescimento orgânico e, eventualmente, oportunidades de aquisição”, acrescentou.

Steinbruch afirmou que em mineração a empresa tem feito investimentos para ampliar capacidade de produção e que eles são “autossustentáveis”. Já em siderurgia, o foco da empresa está em ganhos de produtividade e de qualidade. “Tem potencial grande a ser explorado nisso”, disse.

Sobre os desdobramentos para ampliação da oferta de gás natural no país e seu aproveitamento como fonte de matéria-prima e de energia por setores industriais, Steinbruch afirmou que a CSN está “em posição de estudar alternativas de investimento nessa área”, mas não deu detalhes.

VISÃO DO MERCADO

Credit Suisse

Conforme destaca o Credit Suisse, o trimestre foi forte, principalmente devido aos embarques de minério de ferro, juntamente com um cenário melhor de preços. “Mas a CSN também se beneficiou de uma melhor situação da demanda doméstica de aço e um paridade de importação descontada para aumentar seus embarques domésticos e para implantar aumentos de preços”, avaliam Caio Ribeiro e Gabriel Galvão, analistas do Credit Suisse.

Ribeiro e Galvão também destacam que a companhia aumentará em 10% o preço dos aços planos em novembro. Isso, junto com a sólida demanda, pode levar a resultados ainda mais fortes no futuro.

Análise do Credit Suisse divulgada na manhã de sexta-feira (16) indicou que a produção de aços finalizados aumentou 5% entre agosto e setembro e caiu 3% na comparação com setembro de 2019. A penetração das importações como percentual do consumo aparente subiu 0,3 ponto percentual no caso de aços planos, para 8,5% do mercado. E caiu 0,9 ponto percentual para aços longos.

Segundo análise do Credit Suisse, os dados indicam que “o pior já passou”, e há sinais de apoio ao crescimento vindos de grandes empreendimentos e do setor de atacado, assim como do setor industrial.

Credit Suisse mantém recomendação de compra para CSNA com preço-alvo de R$ 19,00.

Eleven Financial

A CSN abre a temporada de resultados com desempenho forte em todos os segmentos, superando as expectativas do mercado. A mineração se destacou, como esperávamos, enquanto a siderurgia surpreendeu positivamente, com recuperação melhor do que prevista.

No 3T20 a CSN apresentou receita consolidada de R$ 8.715 milhões, superando o consenso em 11% e nossas estimativas em 6%.

Em um terceiro trimestre com bons resultados da mineração e surpresas positivas da unidade de siderurgia, a CSN parece mais próxima de atingir o guidance para 2020. Em nossa prévia, “De volta aos trilhos de aço, destacamos a importância da mineração nos resultados da companhia, comprovada pelo share de 77% no EBTIDA apresentado no trimestre. A Eleven ainda aguarda por mais notícias sobre a abertura de capital e o plano de expansão da mineração e continua a monitorar a retomada das atividades siderúrgicas e de mineração no país.

A Eleven mantém a recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 20,00.

Itaú BBA

O Itaú BBA também ressaltou os resultados como sólidos e manteve recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado), com preço-alvo de R$ 18,00  para os ativos.

Ainda no radar do setor, o IABr (Instituto Aço Brasil) divulgou suas estatísticas para setembro de 2020. A venda doméstica de aços longos, usados no setor de construção, cresceu 11% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Aços planos tiveram aumento de 12% na mesma comparação. Mas a exportação de aços planos finalizados caiu 48%, e a de aços longos, caiu 21%.

Safra

Conrado Vegner e Victor Chen, que assinam a análise pelo Banco Safra, reforçaram a recomendação de compra do papel.

A dupla argumenta que os resultados do terceiro trimestre mostram que o mercado brasileiro de aço está se recuperando dos impactos da pandemia de coronavírus. “Além disso, a CSN pode continuar a se beneficiar dos preços resilientes do minério de ferro”, acrescentam os dois.

“Ainda vemos espaço para mais valorização, mesmo após o excelente desempenho recente do preço das ações (+63% nos últimos 3 meses vs. -3% para o índice Ibovespa)”, completam.

Outro ponto que agradou o Safra foi a queda do nível de endividamento da CSN. A companhia fechou setembro com dívida líquida de R$ 30,6 bilhões, equivalente a 3,7 vezes o valor da empresa sobre ebitda (EV/Ebitda). Em junho, a relação era de 5,2 vezes. Além disso, a empresa informou que espera baixá-la para 2,5 vezes em 2021.

Safra recomenda compra para CSN e eleva preço-alvo de R$ 17,60 para R$ 23,00.

Guide Investimentos

Segundo Luis Sales, analista de empresas, o Impacto é Positivo. A companhia mostrou um bom desempenho no negócio de minério de ferro, combinando maiores volumes e preços à um câmbio mais desvalorizado. No business de aço, os volumes vieram fortes, com grande crescimento, mas acabaram desapontando um ponto nos preços. Ainda assim, a rápida recuperação de seus negócios superou a expectativa do mercado, que vê uma aceleração no crescimento da demanda.

VISÃO TÉCNICA


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