A companhia aumentou a produção de petróleo no Brasil
no terceiro trimestre ante o período anterior em mais de 5%, para
2,36 milhões de barris por dia, devido à maior eficiência
operacional das plataformas instaladas no Campo de Búzios;
crescimento da produção da P-70, localizada no Campo de Atapu, que
iniciou a produção no final do mês de junho; e redução das perdas
por indisponibilidade de linhas submarinas, com o desenvolvimento
de novas tecnologias.
Além disso, a empresa citou “normalização da produção das
plataformas que haviam sido paradas em função da Covid-19 no
segundo trimestre”.
De janeiro a setembro, a produção de óleo e gás no
Brasil cresceu em 9% em relação ao ano passado, com a
extração dos campos do pré-sal expandindo-se em 32%, enquanto nas
demais áreas, pós-sal, águas rasas e terrestres, houve
contração.
Com a força do pré-sal, a empresa revisou para cima sua meta de
produção no ano.
“Estimamos que a produção média em 2020 chegue em 2,84 MMboed
(milhões de barris de óleo equivalente ao dia), sendo 2,28 MMbpd de
óleo, com variação de 1,5% para cima ou para baixo, superando o
limite superior (2,5%) das metas originalmente divulgadas para o
ano (2,7 MMboed e 2,2 MMbpd)”, afirmou.
A Petrobras ressaltou a eficiência das plataformas de Búzios,
que aumentou pela ampliação temporária da capacidade de
processamento de óleo e gás das unidades, utilizando folgas de
capacidade de geração de energia e compressão de gás disponíveis
até o início da exportação de gás, e pelo alto potencial de
produção dos poços e do reservatório.
Isso possibilitou, entre outros recordes, a maior produção
mensal alcançada por um poço no Brasil, com a marca de 69,6 mil
boed do poço BUZ-10, em setembro.
O crescimento da produção acima do esperado não resultou
em estoques excessivos, “o que seria possível face à expressiva
redução da demanda global por petróleo”, disse a
Petrobras.
“Pelo contrário, temos trabalhado com estoques inferiores aos do
período pré-Covid graças à maior integração entre produção, refino,
logística e comercialização.”
A empresa relatou aplicação de mais de 270 mil testes para
detectar a Covid-19 entre funcionários, enquanto as empresas
prestadoras de serviços realizaram 110 mil exames, o que tem
permitido reduzir a taxa de transmissão do coronavírus.
Contudo, o cenário de contingência “continua limitando os
efetivos a bordo das nossas instalações marítimas de produção”,
resultando na postergação de parte das paradas programadas do
quarto trimestre para o início de 2021.
No refino, a petroleira destacou que “a retomada da demanda no
mercado doméstico resultou em recuperação das vendas e da produção
de derivados”.
Consequentemente, acrescentou, o fator de utilização (FUT) das
refinarias passou a flutuar em torno de 80% no terceiro trimestre,
depois de atingir 55% em abril, quando o impacto da pandemia foi
maior.
Desse modo, a produção de combustíveis foi 17,8% maior que no
segundo trimestre e, em nove meses de 2020, superou em 1,7% a do
mesmo período do ano passado. Além disso, avançou 6,6% ante o
terceiro trimestre de 2019.
As vendas de combustíveis aumentaram 17,6% ante o segundo
trimestre, mas ainda apresentam queda de 2,4% versus o terceiro
trimestre do ano passado, a 1,761 milhão de bpd.
A estatal informou ainda que as suas vendas de diesel, o
combustível mais comercializado no país, somaram 749 mil bpd no
terceiro trimestre, com queda de 2,7% ante o mesmo período de 2019,
mas alta de 18,4% frente ao segundo trimestre.
As vendas de gasolina somaram 374 mil bpd no período, queda de
0,8% na comparação anual, mas alta de 32,7% ante o segundo
trimestre.
A Petrobras informou que sua exportação de petróleo, derivados e
outros somou 983 mil bpd no terceiro trimestre, aumento de 22,6% na
comparação anual e de 2,2% ante o período anterior.
“Atingimos em setembro novo recorde de exportação de petróleo de
1,066 milhão de bpd. A exportação de correntes de óleo combustível
subiu 5% em comparação com o segundo trimestre”, disse.
O bom desempenho das exportações de grãos do Brasil também
ajudou a Petrobras a elevar as vendas de combustível para navios
(“bunker”).
“Em agosto, a entrega de bunker no Porto de Santos foi de 190
mil toneladas, 46% do mercado brasileiro, a maior quantidade
entregue desde abril de 2009, motivada pela exportação de grãos do
período e a retomada da movimentação de contêineres”.
Visão do mercado
Credit Suisse e XP
De acordo com o Credit Suisse e a XP Investimentos, os números
foram positivos, com o Credit destacou os resultados positivos de
vendas de produtos, como gasolina, tendo alta de 33% na comparação
sequencial e apenas um pouco abaixo (1%) frente os níveis de
2019.
Já a XP destaca: “a Petrobras forneceu um guidance de produção
para 2020 de produção total de 2,84 mboed (milhões de barris de
óleo equivalente ao dia) e 2,28 mbpd (milhões de barris ao dia) de
produção de petróleo, que se compara às nossas estimativas de 2,90
mboed e 2,34 mbpd, respectivamente”.
A expectativa é de que o resultado do terceiro trimestre será
significativamente melhor em relação ao segundo, refletindo uma
elevação da produção de petróleo de 6,6% em comparação ao trimestre
anterior, somada a uma maior taxa de utilização do parque de
refino, estimada em 83% com base nos dados da ANP. “Além disso,
evidentemente destacamos os maiores preços médios de petróleo Brent
no terceiro trimestre de US$ 43,31 o barril comparados a US$ 33,29
o barril no segundo trimestre”, aponta a XP.
Guide Investimentos
De acordo com a Guide, o Impacto: Positivo. Mesmo diante do
cenário adverso à companhia, a Petrobras conseguiu performar bem,
com crescimento dos volumes de produção e vendas sem que tivesse de
aumentar seu estoque, já que vem integrando a produção, refino,
logística e comercialização.
UBS
A produção de petróleo e gás da companhia
totalizou 2,9 milhões de barris de óleo equivalente ao dia
(boed), superando as estimativas do UBS em 10%.
“Os números do terceiro trimestre do ano dão suporte à nossa
visão de que uma retomada deve acontecer mais cedo”, afirmaram Luiz
Carvalho e Gabriel Barra, analistas do banco. A notícia é positiva
para as distribuidoras de combustíveis.
Os analistas continuam com uma perspectiva positiva para a
empresa, que, apesar dos impactos causados pelo coronavírus,
tem focado na sua estratégia de desinvestimentos e está em ritmo
acelerado de desalavancagem.
A decisão de dar atenção aos negócios principais deve aumentar a
lucratividade da companhia e diminuir a interferência do governo, o
acionista controlador.
UBS mantém recomendação de compra da Petrobras, com
preço-alvo para os próximos 12 meses de R$ 27,00.
Informações da Reuters e Infomoney