A Klabin reportou prejuízo líquido de R$
191,217 milhões no terceiro trimestre de 2020. Com o desempenho, a
empresa reverteu o lucro líquido de R$ 207,427 milhões na
comparação com igual período do ano anterior.
Os resultados da Klabin (BOV:KLBN3)
(BOV:KLBN4)
(BOV:KLBN11) referente
a suas operações do terceiro trimestre de 2020, foram
divulgados no dia 26/10/2020.
O Ebitda ajustado – lucro antes de
juros, impostos, depreciação e amortização – caiu 12% no
período, para R$ 1,233 bilhão (ante o mesmo período do ano passado.
Enquanto isso, a receita da companhia fechou o trimestre em R$
3,177 bilhões. O resultado representa crescimento de 13,09% ante R$
2,809 bilhões na mesma base de comparação.
→ A empresa de papel e celulose possui R$ 116 bilhões
de valor de mercado. Confira a Análise completa da empresa com informações
exclusivas.
A empresa reportou ainda prejuízo líquido atribuído aos sócios
da empresa controladora de R$ 198,883 milhões. Diante deste número,
a companhia reverteu o lucro líquido atribuído aos controladores de
R$ 215,195 milhões em igual período do ano anterior.
A companhia diz que observou no mercado brasileiro uma forte
aceleração de demanda em setores que foram impactados pela crise do
coronavírus, como por exemplo o de materiais de construção, e
alguns mercados de bens duráveis. “Aliado ao seu ótimo desempenho
operacional, o posicionamento comercial da Klabin para o
atendimento tanto desses mercados quanto aos de primeira
necessidade, como alimentos e higiene e limpeza, impulsionaram os
resultados da companhia no período”, diz a Klabin.
A receita líquida teve crescimento de 25%, em
comparação com o ano passado, alcançando R$ 3,1 bilhões.
O volume de vendas totalizou 910 mil toneladas, alta de
14%, devido a diversificação de produtos.
“Além do aumento no volume de vendas totais, a receita líquida
foi impactada positivamente pela desvalorização do real no período,
beneficiando as exportações da Klabin e as vendas de celulose, cuja
receita é 100% atrelada ao dólar, inclusive no mercado doméstico”,
disse a empresa.
As despesas com vendas foram de R$ 296 milhões no
período, equivalente a 9,5% da receita líquida no trimestre.
Segundo a companhia, esse valor tem se mantido no mesmo patamar
verificado nos últimos trimestres.
O endividamento líquido alcançou R$
21 bilhões, crescimento de 39% em comparação com o mesmo período em
2019. De acordo com a fabricante de celulose, esse aumento é devido
ao impacto negativo da variação cambial sobre a dívida em
dólar. “Esse impacto, que não acarreta efeito caixa , foi
parcialmente compensado pela geração de caixa no período”.
No terceiro trimestre do ano passado
o dólar ficou em média de R$ 3,97, já
neste ano a média ficou em R$ 5,38. Esses valores representam um
aumento de aproximadamente 35%.
Com o aumento no endividamento líquido, a alavancagem financeira
da Klabin, mensurada pela relação Dívida Líquida/Ebitda
Ajustado medida em dólares, que reflete o perfil de
alavancagem da fabricante, aumentou de 3,6 vezes no segundo
trimestre para 4,0 vezes. Um ano antes, a alavancagem era de 3,1
vezes.
Em reais, a alavancagem chegou a 4,6 vezes, ante 4,4 vezes no
trimestre anterior e 3,4 vezes um ano antes.
Apesar da variação cambial aumentar a dívida da fabricante, a
desvalorização do real impactou positivamente a receita líquida,
“beneficiando as exportações da Klabin e as vendas de celulose cujo
receita é 100% atrelada ao dólar, inclusive o mercado
doméstico”.
O fluxo de caixa livre no trimestre foi de R$ 600
milhões. Já o Fluxo de Caixa Livre Ajustado foi de R$ 4 bilhões nos
últimos doze meses.
Ao longo do terceiro trimestre,
a Klabin investiu R$ 1,3 milhões em suas
operações e em projetos de expansão. Do montante total, R$ 88
milhões foram destinados às operações florestais e R$ 104 milhões
investido na continuidade operacional das fábricas.
O custo caixa unitário de produção de celulose, que contempla os
custos de produção das fibras curta, longa e fluff e as toneladas
produzidas de celulose no período, foi de 761 por tonelada no
trimestre, alta de 6% ante o mesmo período de 2019.
“O principal vetor de crescimento foi o aumento da conta de
outros, oriundo de intervenções de manutenção que são realizadas no
trimestre anterior a parada geral”, afirmou a empresa.
O custo caixa unitário total, que contempla a venda de todos os
produtos da companhia, foi de 2.060 reais por tonelada no
trimestre, queda de 2,7% ano a ano, descontando o ganho não
recorrente de 620 milhões de reais um ano antes devido ao efeito de
crédito tributário extemporâneo.
Teleconferência
Os mercados de papel e celulose estão registrando demanda forte
também no quarto trimestre, permitindo à Klabin repassar aumento de
custos de cerca de dois dígitos em papelão e elevar preços da
celulose para a China, disseram executivos da maior fabricante de
papel para embalagens do país nesta terça-feira.
A companhia anunciou para novembro alta de 20 dólares no preço
da tonelada de celulose para a China e vê tendência de elevação dos
preços da matéria-prima do papel, diante de paradas programadas
para manutenção de fábricas do setor no mundo no fim deste ano e um
nível de estoques baixo.
“Estamos com uma dose de otimismo para os próximos meses”, disse
a analistas o diretor da unidade de celulose da Klabin, Alexandre
Nicolini, em teleconferência de resultados.
“No terceiro trimestre, que normalmente é o mais fraco, vimos a
partir de agosto uma retomada gradual do segmento gráfico, coisa
que a gente nem tinha previsto, mas houve uma retomada em escolas e
escritórios, alguns clientes retomaram compras em patamares
normais”, disse o executivo.
Ele acrescentou ainda que o mercado de papéis ‘tissue’, como de
lenços e papel higênico, continua “extremamente saudável” e que a
premissa da Klabin para o crescimento da demanda de celulose no
mundo em 2021 é de entre 1,2 milhão a 1,3 milhão de toneladas, a
maior parte em fibra curta.
Já o diretor da área de papéis da Klabin, Flávio Deganutti,
disse ver crescimento “muito relevante” na demanda por papelão
ondulado no mercado brasileiro. O presidente da companhia,
Cristiano Teixeira, afirmou que a migração do consumo do varejo
físico para o online, incluindo de itens de supermercado como
alimentos, tem elevado a demanda por papelão. “Parece que é uma
mudança que veio para ficar”, disse o executivo.
No terceiro trimestre, a Klabin elevou o volume total de vendas
em 14% ante mesmo período de 2019 e 6% na comparação sequencial. Em
papéis, o crescimento na comparação anual foi de 7%, guiado por um
salto de 17% no segmento de kraftliner. Já em celulose, a alta foi
de 22% ano a ano.
As units da Klabin exibiam queda de 1,2% às 13h50, enquanto o
Ibovespa mostrava recuo de 0,86% afetado por mau humor em mercados
externos.
Executivos da Klabin afirmaram que a unidade de celulose da
empresa no Paraná, Puma I, vai parar para manutenção em dezembro, o
que pode afetar o volume de vendas. Apesar disso, a empresa espera
elevar a geração de caixa medida pelo Ebitda no quarto trimestre
ante o mesmo período de 2019, disse Teixeira. Já para 2021, a
unidade não tem paradas programadas.
Sobre o projeto de expansão de capacidade produtiva, chamado de
Puma II, Teixeira afirmou que 57% das obras da primeira fase estão
concluídas e que o desembolso deste ano é previsto em 3,6 bilhões
de reais. Para 2021, o número deve cair para 2,8 bilhões. A
primeira máquina de produção de papel do projeto deve entrar em
operar em julho próximo.
VISÃO DE MERCADO
BTG Pactual
A Klabin apresentou um conjunto sólido de resultados,
ligeiramente acima de nossas expectativas. O EBITDA foi de R$ 1,23
bilhão, 3% acima de nossa projeção, queda de 8% t/t na esteira da
manutenção planejada em Monte Alegre. O principal fator para a
pequena variação em nossos números veio do lado do volume, com a
empresa entregando grandes volumes em todos os níveis (superior
3-5% em relação aos cartões revestidos, kraftliner, celulose). A
alavancagem permaneceu mais contida no trimestre do que tínhamos
projetado (dívida líquida amplamente estável) na esteira da geração
de FCF melhor do que o esperado (impulsionada por uma forte
liberação de capital de giro). No geral, um bom desempenho
operacional da Klabin, mais uma vez.
O negócio de papel da Klabin registrou mais um trimestre forte,
com embarques totais de 295kt (2% acima de nossa estimativa e 7%
maior a/a), devido ao aumento de papelão revestido (+ 2% a/a) e,
principalmente, volumes de kraftliner (+ 17% a/a, impulsionado
pelas exportações, + 34% a/a). Os preços tiveram uma queda de -4%
t/t, mas permanecem 10% mais altos a/a. Na unidade de embalagem, os
volumes vieram em 217kt (3% maior do que nossa expectativa; 10%
maior a/a), o que está em linha com os números da indústria para o
trimestre (ABPO saiu em + 10% a/a). Os preços aumentaram 2% t/t,
embora seja encorajador ver o desempenho anual em + 6% (bem acima
da inflação). No lado da celulose, os embarques foram 5% maiores do
que nossa projeção de 398 kt (também 5% maior t/t). O custo caixa
da celulose ficou em R$ 761/t (12% acima de nossas estimativas), o
que representa um aumento de 10% no trimestre, explicado por
“intervenções de manutenção realizadas imediatamente antes do
trimestre em que ocorre a parada geral” e maiores custos de
produtos químicos. Os preços realizados da celulose caíram em
relação ao trimestre anterior, conforme esperado, e agora estão em
US$ 491/t (HW + SW). Os preços devem apresentar tendência de alta
no 4T20.
Continuamos vendo a Klabin como a Soma das Partes. Nos últimos
anos, a empresa foi prejudicada por seu investimento no Puma II,
com alto investimento de crescimento e investidores atribuindo
pouco (ou negativo) valor ao projeto. A recente alta fez com que as
ações começassem a precificar em crescimento, mas ainda vemos valor
oculto no Puma I e II. Continuamos gostando do modelo de negócios
(principalmente flexibilidade, exposição ao USD e defensividade),
pois vemos sinergias relevantes entre as operações e acreditamos
que a empresa deve continuar a entregar sua história de crescimento
pela frente. Reiteramos nossa Compra, pois ainda vemos potencial de
valorização com base no DCF, apesar dos múltiplos esticados de
curto prazo (negociando a 8,7x EV/EBITDA 21).
Eleven Financial
Para os analistas o resultado ficou acima das expectativas no
operacional, refletindo um aumento do volume de vendas em todos os
segmentos e desvalorização cambial compensada por uma queda dos
preços de celulose em dólar.
Esse resultado corrobora a liderança Klabin como líder no setor
de papel ondulado no brasil e única produtora de celulose tipo
“fluff”no país. No entanto, a relação de risco x retorno do papel
não se encontra tão atrativa, considerando o mercado de celulose em
um momento desafiador. Sendo assim, a Eleven mantém a recomendação
neutra para a Klabin com preço-alvo de R$ 27,00…
Guide Investimentos
Segundo o analista de empresas, Luis Sales, o Impacto é
Positivo. A companhia teve um bom resultado do 3T20, já anunciando
forte expectativa para dar início ao grande projeto da companhia, o
Puma II, em julho de 2021, além do aumento do consumo de seus
produtos. Assim, após a incorporação dos negócios da IP, a empresa
já mira em novas oportunidades que possam agregar valor e ajudá-la
a seguir sua estratégia.
XP Investimentos
A Klabin reportou números operacionais melhores que o
esperado no terceiro trimestre, com EBITDA de R$1.233 milhões, 7%
acima do consenso (-8% T/T, -12% A/A). O principal destaque
foi o volume de papel sinalizando início de recuperação em mais
setores da economia. Além disso, volumes de celulose vieram em
linha com a nossa previsão e os preços se recuperaram no final do
trimestre. Reiteramos nossa recomendação de Compra (preço-alvo
de R$32/ação).
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KLABIN PN (BOV:KLBN4)
Gráfico Histórico do Ativo
De Fev 2024 até Mar 2024
KLABIN PN (BOV:KLBN4)
Gráfico Histórico do Ativo
De Mar 2023 até Mar 2024